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Condomínio em Goiânia é exemplo de coleta e gestão de resíduos

Por mês são coletadas 11 toneladas de recicláveis e 70 toneladas de lixo orgânico, material que é reaproveitado gerando economia e benefícios ambientais

reciclagem

Segundo o Índice de Sustentabilidade Urbana (ISLU), 76% dos municípios brasileiros tem coleta de lixo e apenas 49% destas cidades fazem a destinação correta dos resíduos. O que é mais grave é que dos resíduos coletados no Brasil só são reciclados 3,9%. 

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Muitas pessoas se dizem preocupadas com o meio ambiente, mas, na prática, são poucas as que tem hábitos que refletem esta preocupação – sendo a separação do lixo doméstico uma das formas de fazer isso. Pesquisa do Ibope, realizada em 2019 com 1816 pessoas de todos os estados brasileiro, mostra que ao mesmo tempo que 88% dos brasileiros consideram que o meio ambiente é uma das grandes preocupações atuais, apenas 24% separam o lixo e 66% declara não saber muito sobre coleta seletiva e reciclagem.

Este é um problema grave, tanto ambiental quanto econômico, porque, ao mesmo tempo que os resíduos descartados de forma incorreta se tornam uma grande fonte de poluição, este material que tem um significativo valor econômico quanto reaproveitado e reciclado é simplesmente descartado. Literalmente, é dinheiro sendo jogado no lixo.

Neste cenário desanimador, algumas iniciativas mostram como é possível reciclar o lixo que geramos, de forma organizada e eficiente. O condomínio Residencial Aldeia do Vale, na região leste de Goiânia, é um exemplo disso. Vale lembrar que condomínios são uma ótima oportunidade para se organizar uma sistema de coleta e gestão de resíduos, já que a própria infraestrutura e interação entre vizinhos facilita a destinação correta de uma quantidade grande de resíduos.

O Aldeia do Vale possui 4,5 milhões de metros quadrados e tem a proposta de promover a integração entre as moradias e a natureza local. O condomínio conta com 16 ambientes naturais, entre parques e Área de Proteção Ambiental (APP) que são habitats da fauna e flora do cerrado goiano como as emas, capivaras e uma grande diversidade de pássaros. 

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Coleta seletiva

O condomínio possui o serviço de coleta seletiva desde a inauguração. De acordo com o supervisor do núcleo de conservação, limpeza e meio ambiente do residencial, Eustáquio Teixeira Júnior, os moradores fazem a separação do lixo orgânico, reciclável e sanitário diariamente, gerando um volume mensal de aproximadamente 70 toneladas de lixo orgânico e 11 toneladas de reciclável. “A ação acaba gerando economia para o condomínio, já que temos que arcar com a quantia de R$ 90,00 por tonelada de resíduos, quando enviamos o material descartável para o aterro sanitário”, revela.

Além de orientar o morador para o descarte consciente e correto, a ação informa os cidadãos sobre a quantidade de materiais reaproveitáveis e a importância de diminuir o volume de resíduos enviados ao aterro sanitário da cidade. “O volume do lixo separado aumentou consideravelmente nos últimos anos. E para acelerar o processo, o Aldeia vem intensificando as ações de orientação e conscientização dos moradores”, diz Eustáquio.

A coleta seletiva no condomínio é feita diariamente no período da manhã e parte da tarde. Também existe a coleta de móveis e eletrodomésticos velhos passando em todas as ruas uma vez por semana ou com agendamento prévio. A seleção do material é realizada todos os dias pela tarde, quando plástico, vidro, papelão e metal são devidamente separados para, posteriormente, serem comercializados com empresas de reciclagem. 

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Compostagem 

Outro serviço importante de reciclagem que acontece dentro do condomínio é a compostagem. Todos os meses são recolhidas cerca de 270 toneladas de massa verde, que é composta por podas de grama, cercas viva, folhas e galhas trituradas. Mas, ao invés de ir para o aterro, esse material é transformado em adubo orgânico, fertilizante e condicionador de solo.  Além do benefício ambiental, a compostagem custa cinco vezes menos do que levar a massa verde para o aterro, gerando assim economia para o condomínio. “Sem falar que, sem a compostagem, teríamos de comprar adubos para nossos jardins”, diz ele.

O processo ocorre em uma área de 25 mil metros quadrados ao lado do condomínio horizontal. A produção mensal de composto gira em torno de 30 toneladas por mês que são usadas para adubar os jardins privados e da área comum e doadas aos moradores para uso nos cultivos particulares. “Trata-se de um ganho inestimável, pois retornamos para a natureza aquilo que retiramos por questões de estética. Ao invés de enviar e descartar a massa verde no aterro, a compostagem traz nutrientes para nosso solo e plantas”, explica Eustáquio. 

Aumento durante a pandemia

De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o isolamento social causado pela pandemia do novo coronavírus poderá aumentar entre 15% e 25% a geração de resíduos sólidos. 

Por se tratar de um serviço essencial, que não pode parar, é importante reforçar os cuidados com a operação para não expor as pessoas que realizam este trabalho fundamental. O papel das pessoas que separam o lixo também é muito importante: é necessário lavar o material reciclável para evitar que restos de alimentos gerem mal cheiro e atraiam vetores como ratos e baratas. Máscaras descartáveis e outras possíveis fontes de contaminação pelo vírus devem ser colocadas no mesmo lixo do banheiro e o saco deve ser muito bem fechado.   

Como fazer a gestão correta dos seus resíduos?

O primeiro passo é separar o que pode ser reciclado – este material deve ter uma lixeira específica e ser limpo antes de ser colocado lá. Entre no site da prefeitura da sua cidade e descubra se o seu bairro tem coleta seletiva e quando estes resíduos são coletados.

Outra alternativa é entrar em contato diretamente com catadores de material reciclável por meio do Cataki, um aplicativo que conecta estes profissionais com quem tem material para ser coletado.

Se você mora em condomínio ou tem uma relação próxima com os seus vizinhos, é possível organizar a coleta de itens específicos que não podem ir para o lixo comum: pilhas, esponjas, eletrônicos e óleo de cozinha, por exemplo.  Existem programas e pontos de coleta para estes materiais e o ideal é juntar uma boa quantidade e então fazer a destinação correta.

A compostagem dos resíduos orgânicos (cerca de 50% do lixo que geramos) também é uma solução simples e que de quebra garante adubo de excelente qualidade para as suas plantas. É possível fazer a compostagem com minhocas, possível em apartamentos e espaços menores, ou a compostagem seca, que precisa de uma pouco mais de espaço e é indicada para quem tem uma área ao ar livre.

Outras opções são a compostagem com bokashi, metódo que usa apenas dois baldinhos pequenos, ou a destinação do seu resíduo orgânico para empresas que fazem a coleta e usam o material para compostar grandes quantidades.

Que tal aproveitar que domingo é o dia mundial da reciclagem e começar dar o destino correto ao resíduo que você gera em casa?