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Califórnia exige que moradores destinem sobras de alimentos para a compostagem
Foto: Tim Jewett | Wikimedia Commons (CC2.5)

Todos os dias descartamos uma quantidade significativa de sobras orgânicas dentro de nossas casas. Cascas de frutas, talos de vegetais, casca de ovo, borra de café… independente da sua dieta, sempre sobra alguma coisa que vai para o lixo, seja no café da manhã, no almoço ou no jantar. Até aí tudo normal.

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Mas o mundo desperdiça mais de 1 bilhão de refeições por dia segundo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), divulgado no último mês.

E se você já separa o seu lixo orgânico do lixo reciclável, provavelmente já reparou que mais da metade do lixo que a gente gera é orgânico. Estima-se que 60% do total de desperdício de alimentos acontece no âmbito doméstico. Não é pouca coisa.

resíduos orgânicos
Os resíduos orgânicos representam cerca de metade do “lixo” doméstico. Foto: Planta Feliz Adubo

O mais interessante é que nós podemos escolher não fazer parte deste problema. Para isso, precisamos aderir a uma prática simples e eficiente de reciclar todo o lixo orgânico que geramos. É a prática da compostagem, um ciclo virtuoso e abundante da natureza que, quando feita corretamente, transforma todo tipo de resíduo orgânico em um adubo valioso para as plantas, hortas e jardins.

É importante destacar que a compostagem é uma prática acessível e benéfica para qualquer pessoa interessada em reduzir sua pegada ambiental e promover a sustentabilidade em sua vida cotidiana.

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A ideia é simples: com conhecimento é possível reproduzir a condição ideal de decomposição de material orgânico, o que acelera o processo e gera um riquíssimo composto que enriquece o solo. Com isso, é possível adubar as plantas de forma natural, sem usar produtos nocivos à nossa saúde e ao meio ambiente.

Além do adubo sólido, a compostagem gera também um biofertilizante líquido que pode ser usado em hortas e na jardinagem. Aquilo que era um problema se transforma em uma solução.

compostagem adubo
Bernardo usa o adubo produzido com a compostagem para cuidar da horta. Foto: Arquivo Pessoal

Tipos de compostagem

Fazer compostagem é muito simples. Mas isso não quer dizer que enterrar todo o material orgânico em um buraco, ou jogar as sobras orgânicas em um canto e cobrir com folha seca já é o suficiente. Pelo contrário, para evitar qualquer dor de cabeça ou frustração, é importante escolher um método de compostagem que se adeque à sua realidade. Isso vai fazer toda a diferença para você colher resultados gratificantes com a sua composteira. Não sei por que não ensinaram compostagem para a gente na escola.

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A compostagem é um processo de decomposição biológica controlada dos resíduos orgânicos em um ambiente com oxigênio. E existe uma diversidade de métodos criados e aprimorados para atender diferentes contextos da vida cotidiana.

O minhocário, por exemplo, é um método de vermicompostagem, pois utiliza as minhocas para acelerar o processo de decomposição da matéria orgânica. Em geral é realizado em baldes ou caixas aprimoradas e é ideal para quem mora em pequenos espaços como apartamentos ou casas sem quintal.

minhocário e gongocompostagem
No minhocário e na gongocompostagem, outras espécies ajudam na decomposição da matéria orgânica. Fotos: ECOlabora

Já com o método Lages de compostagem, você termina a compostagem plantando algo no local ou deixando a natureza te retribuir com uma abundância de vida em forma de alimentos. Ideal para quem gosta de plantar e tem mais espaço. O vaso compostor é uma adaptação do método Lages, feito para quem mora em pequenos espaços ou para quem deseja fazer modelos de composteiras educativas.

A compostagem termofílica é um outro método – e é super eficiente. Nela você consegue compostar todo tipo de material orgânico como restos de alimentos cozidos, cítricos e até restos de carne. Por atingir altas temperaturas, tem o potencial de sanitizar todo o material compostado, já que as altas temperaturas eliminam possíveis vetores como larvas de insetos. É indicado para quem tem mais espaço em casa e deseja reciclar 100% dos seus resíduos orgânicos sem restrição. Esse é o método mais utilizado em projetos de compostagem comunitária de média e larga escala.

compostagem
Método Lages, vaso compostor e compostagem termofílica são técnicas diferentes para compostar resíduos orgânicos. Fotos: ECOlabora

Todos esses métodos são simples, inclusive você consegue fazer todos eles na sua casa com baixo ou nenhum custo. Afinal, para uma compostagem ser eficiente ela precisa do equilíbrio de apenas 5 ingredientes:

  • Resíduos orgânicos: sobras de alimentos da cozinha e podas do quintal;
  • Matéria seca: folha seca, apara de grama seca, serragem de madeira não tratada;
  • Oxigênio: o mesmo presente no ar que respiramos;
  • Água: em forma da umidade que está presente nos próprios resíduos orgânicos.
  • Conhecimento: o tempero que não pode faltar para você ter sucesso com a sua composteira.

Quer saber mais sobre compostagem?

Bernardo Marquez é graduado em Comunicação pela UNESP, mestre em Ciências pela USP, é permacultor, educador e entusiasta por natureza. Fundador da ECOlabora, iniciou seu engajamento sustentável após entrar em contato com o universo da Permacultura e descobrir possibilidades concretas de mudança.

Curitiba composteira
Mais compostagem, menos rejeitos para os aterros sanitários. Foto: Hully Paiva | SMCS

Depois de muitas andanças, abriu mão de um doutorado para viver em uma ecovila no sul da Bahia onde experimentou na prática uma vida mais ecológica. Se especializou em Compostagem, Hortas Urbanas e Boas Práticas Lixo Zero e, desde então, já impactou positivamente mais de 1500 pessoas pelo Brasil com seus cursos online.

Para aprender mais sobre compostagem com o Bernardo da ECOlabora, clique AQUI. Ele preparou um curso especial com tudo o que você precisa saber sobre compostagem e, de quebra, ainda ensina outras soluções naturais para o seu dia a dia, como repelentes, desinfetante e vinagre caseiro.