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Cães ajudam pesquisadores na preservação de baleias

As baleias são seres vivos pouco estudados. A necessidade de conhecer estes animais e a dificuldade fez com que os cientistas encontrassem uma maneira de fazê-lo. Treinar cachorros para farejar fezes de baleia boiando na água.

Por passarem quase toda a vida debaixo d’água, as baleias são seres vivos pouco estudados. A necessidade de conhecer estes animais e a dificuldade fez com que os cientistas encontrassem uma maneira de fazê-lo. Treinar cachorros para encontrar fezes de baleia boiando na água.

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Como não é possível capturar o animal para estudo físico, a única maneira encontrada foi analisar a composição das fezes da baleia. Este tipo de estudo já havia sido realizado na década de 80, mas a intenção era estudar sua dieta, disse Roz Rolland, do New England Aquarium, em Boston, pioneira no uso da técnica.

Tucker é um labrador Retriever e ao contrário de muitos retrievers, ele detesta água, é um pouco agitado e não gosta de ficar molhado. A ironia é que Tucker é um especialista no oceano. Seu nariz é treinado para procurar fezes de baleia. O cachorro é um dos membros de uma equipe de cães treinados para encontrar fezes de animais ameaçados de extinção e ajudar na causa da conservação. Como recompensa, a cada amostra de fezes encontrada para os pesquisadores os cachorrinhos ganham o direito de brincar de bola.

Com a análise das amostras fecais é possível saber informações como nível de estresse, fertilidade, nutrição e a exposição do animal à poluição. Com os resultados é possível entender o que está por trás do declínio populacional de algumas espécies de baleias como, por exemplo, a orca, a baleia assassina, na América do Norte que está em risco de extinção.

Rolland diz que, para o cachorro o trabalho é uma brincadeira e para os cientistas esta técnica é um avanço, visto que não necessita de alta tecnologia e são altamente eficientes. Porém, não é tão simples assim, as fezes das baleias bóiam por apenas 45 minutos antes de afundar sob as ondas. Se as condições de vento forem favoráveis, o cão pode detectá-las a mais de 1,6 mil metros de distância. No verão de 2006 e 2008, Tucker ajudou a rastrear 130 amostras de fezes de baleia orca.

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Quanto mais amostras, mais conclusões. Resultados do cruzamento de informações como número de barcos no mar e quantidade de hormônio de estresse, o cortisol, presente nas fezes confirmam suspeitas que o número de turistas aumente o nível de estresse das baleias.

Os maiores responsáveis para o aumento do nível de estresse das baleias são os barcos particulares, comparados aos comerciais, pois estes agem de maneira irresponsável se aproximando muito além do permitido.

Mas para os especialistas o maior problema é alimentar. Os peixes que elas se alimentam estão cada vez menores e em menor quantidade e por isso elas têm que trabalhar muito mais, ou seja, há maior gasto energético para se conseguir a mesma quantidade de alimento de antes. O salmão, parte da alimentação, está se tornando raros devido à construção de represas e pescas comerciais.

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