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Estudantes erguem abrigo emergencial para família em BH

Construído para três mulheres, novo lar oferece condições dignas de habitação

Abrigo emergencial
Dona Maria e suas duas filhas ganharam condições mais dignas de habitação. | Foto: Jomar Bragança

Três mulheres da mesma família que viviam em condições precárias em Belo Horizonte, capital de Belo Horizonte, ganharam um novo lar adaptado às suas necessidades. Batizado de Vila Fazendinha, o abrigo emergencial é resultado de um projeto acadêmico do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da PUC Minas.

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Cerca de 5.344 pessoas vivem em situação de rua em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, segundo dados do Censo Pop Rua, realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais em parceria com a prefeitura. Já dados do Nesp (Núcleo de Estudos Sociopolíticos) da PUC Minas revelam que a cidade possui 95,7 mil lares considerados inapropriados. São moradias desprovidas de, por exemplo, abastecimento, esgotamento, questões estruturais, como danos nas paredes e no teto, entre outros problemas.

Abrigo emergencial
Foto: Jomar Bragança

É nesse contexto de precariedade que o Laboratório de Experimentação Construtiva da PUC Minas decidiu concentrar seu novo trabalho. Da concepção, fabricação até a montagem do abrigo emergencial: tudo foi desenvolvido de forma conjunta por estudantes, professores, técnicos, apoiadores e moradores da comunidade.

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Foto: Jomar Bragança

A família beneficiada é composta por três mulheres, Dona Maria e suas duas filhas, que ganharam condições mais dignas de habitação.

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De acordo com o grupo de estudo, inicialmente, o projeto definiu o programa de necessidades, o orçamento, o espaço físico e a mão de obra disponível – buscando ao máximo uma proposta arquitetônica condizente com as condições construtivas possíveis.

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“A solução dada buscou preservar a dinâmica do cotidiano da família, sugerindo a organização do espaço conforme as atividades realizadas e garantindo uma estrutura segura, na qual a arquitetura desempenhasse sua função primordial de abrigo”, apontam os arquitetos.

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Foto: Jomar Bragança

Construído no bairro Calafate, na zona oeste da cidade, o abrigo emergencial possui trinta metros quadrados divididos em cozinha, sala, banheiro e quarto. Diferente de um lar de baixa renda comum, onde os proprietários não têm condições de contratar profissionais, ali diferentes técnicas foram pensadas e aplicadas, de forma a aproveitar bem o espaço e levando conforto térmico.

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Foto: Jomar Bragança

Um exemplo do exposto acima é o pé-direito de três metros e painéis com aberturas aplicados na parte superior da casa, que ajudam a ventilar os ambientes – proporcionando a saída de ar quente.

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“O sistema construtivo é composto por três pórticos de madeira cedrinho, contraventados por quadros de madeira pinus e cabos de aço, sendo a estrutura da cobertura feita com peças de eucalipto roliço. O fechamento foi feito utilizando painéis de compensado naval revestidos com placa cimentícia e acabamentos que variam de acordo com a necessidade de impermeabilização de cada ambiente”, detalham os arquitetos.

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Foto: Jomar Bragança

O abrigo foi erguido a partir do sistema de pré-fabricação. As peças foram produzidas no laboratório da PUC Minas e transportadas ao local, garantindo a otimização do processo construtivo. Uma vez terminada a produção dos pilares, vigas e fechamentos, os componentes foram levados ao terreno e montados em apenas cinco dias – as instalações elétricas e hidráulicas foram executadas posteriormente.

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Foto: Jomar Bragança

Esta união entre academia e sociedade é, segundo os arquitetos, “uma abordagem interdisciplinar pautada pela participação ativa do estudante na construção do conhecimento relacionado às habilidades técnicas, às responsabilidades sociais da profissão e à reflexão crítica sobre o papel do arquiteto na cadeia produtiva da construção civil”.

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Foto: Jomar Bragança