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Marca de alimentos veganos usa IA para proteger tartarugas

Em parceria com o chef Diego Oka, a NotCo criou uma alternativa vegetal para a ‘sopa de tartaruga’, tradicional em alguns países

tartaruga marinha tartaruga-verde
Tartaruga-verde. Foto: Roberto Lopez na Unsplash

A foodtech global NotCo usa a tecnologia para criar alimentos vegetais que se pareçam ao máximo com as suas versões tradicionais. Assim surgiram leites, molhos, maionese e uma série de opções para quem não consome produtos de origem animal. A última criação da marca é inusitada, mas muito importante: uma alternativa 100% à base de plantas das tradicionais “sopas de tartaruga“.

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Criada pelo renomado chef Diego Oka para e uma equipe de especialistas culinários da empresa, o produto foi desenvolvido para que seja possível realizar a tradicional receita sem prejudicar as tartarugas-verdes, espécie ameaçada. O lançamento aconteceu em uma ação realizada no Peru, onde as pessoas têm como hábito consumir o prato.

sopa de tartaruga
Foto: Reprodução YouTube | NotCo

Segundo a Sea Turtle Conservancy, ao longo da última década, a população de tartarugas-verdes diminuiu significativamente, chegando a apenas 85 mil em todo o mundo. Apesar das mudanças climáticas e da perda de habitat também desempenharem um papel importante nesse processo, o consumo contínuo desta sopa é um agravante em diversas regiões.

Embora vários governos considerem sua caça ilegal, a própria nação peruana e países como Equador e México tratam a refeição como uma iguaria cultural, por isso não deixaram de consumi-la.

Diante desse contexto, o chef e sua equipe foram ao Peru para ensinar à população como preparar a NotTurtle Soup, uma versão do prato tradicional sem ingredientes de origem animal.

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sopa de tartaruga vegana
Com uso de Inteligência Artificial, sopa de tartaruga vegan é similar ao prato tradicional. Foto: Reprodução YouTube | NotCo

Quem também contribuiu para a iniciativa foi Giuseppe, a Inteligência Artificial (IA) proprietária da NotCo. A tecnologia analisa milhares de espécies de plantas a nível molecular para formar novas opções vegetais, sugerindo combinações saborosas, funcionais e sustentáveis.

“É uma plataforma de IA poderosa que pode ajudar a resolver problemas antigos da indústria e muito mais. Se o Giuseppe conseguiu replicar a sopa de tartaruga verde em apenas duas semanas, não estamos apenas fornecendo uma alternativa para uma espécie ameaçada, mas também é uma forma de dizer ‘imagine o que mais podemos fazer com a tecnologia’”, disse Matias Muchnick, CEO da NotCo.

Para o chef Diego Oka, esta é uma forma incrível de mostrar que quando humanos e tecnologia se unem, podemos resolver qualquer problema. “A tecnologia de IA da NotCo reduziu significativamente o tempo de pesquisa e desenvolvimento. Com esse tipo de velocidade e eficiência, as oportunidades são infinitas”, conta.

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sopa de tartaruga
Foto: NotCo

Situação das tartarugas no Brasil

Apesar dos esforços contínuos para proibir o consumo da carne de tartaruga em diversas regiões, o animal ainda é utilizado em receitas de sopa no Brasil, principalmente em Manaus, no Amazonas.

Um estudo conduzido pela bióloga Willandia Chaves, pesquisadora no Departamento de Conservação de Peixes e Fauna Silvestre da Universidade Virginia Tech, revela que cerca de 1,7 milhão de quelônios são consumidas no período de um ano no local.

Outra pesquisa, desta vez da WCS Brasil, também aponta que 13% dos adolescentes manauaras afirmaram já terem consumido quelônios (tartarugas, jabutis e tracajás). Além disso, 35% dos entrevistados relataram que suas famílias também o fizeram.