- Publicidade -
tartarugas marinhas reabilitação
Foto: Programa Tartaruga Viva

Foram três meses de cuidados para que a tartaruga marinha resgatada na região de Piraquara de Fora, em Angra dos Reis, pudesse voltar ao mar. O animal foi encontrado boiando, sem conseguir se alimentar, por trabalhadores da Eletronuclear que telefonaram para o Programa Tartaruga Viva (0800-204-4041).

- Publicidade -

O diagnóstico foi algo muito comum entre animais marinhos, infelizmente. A tartaruga havia ingerido uma grande quantidade de lixo, que estava boiando nas águas do mar. “As tartarugas marinhas não sabem distinguir o lixo da comida, então se alimentam de tudo que estiver boiando. Infelizmente, nossos mares estão cheios de plásticos. Assim como a Loirinha, cerca de 80% das tartarugas chegam no programa mortas ou defecando lixo”, explica a bióloga do programa, Naiara Tessaro.

resgate tartaruga marinha
Foto: Programa Tartaruga Viva

Loirinha começou então um tratamento e conseguiu eliminar todos os resíduos que comeu. Durante o processo de recuperação, a tartaruga recebeu uma série de cuidados para que retornar ao habitat natural. Foram medicações, vitaminas, alimentação adequada por sonda, por introdução direta e indireta, e uma série de exames foram necessários para identificar e tratar os problemas de saúde.

Durante este processo, Loirinha teve a companhia de outra tartaruga marinha, que ganhou o nome de Paçoca. Ela ficou cerca de um mês com a equipe para tratar uma infecção que havia comprometido sua mobilidade.

tartaruga marinha
Foto: Programa Tartaruga Viva

Todo o tratamento foi realizado pela equipe de especialistas da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), formada por veterinários, biólogos e técnicos em biologia, além de estagiários, que trabalharam para garantir o bem-estar e sobrevivência dos animais. Para finalizar a missão, entretanto, foi preciso aguardar as condições ideais do mar, além de outras precauções e protocolos de segurança para soltura das tartarugas.

- Publicidade -

“Para nós é uma felicidade enorme realizar essa soltura. Loirinha e Paçoca chegaram muito debilitadas. Graças a nossa equipe, que trabalhou incansavelmente, as tartarugas estão bem. Se pensarmos que a cada mil tartarugas, apenas uma chega a fase de reprodução para manter a espécie ocorrendo, entendemos a importância da recuperação das duas”, celebra a co-coordenadora do programa, Mônica Dias.

soltura tartaruga
Foto: Programa Tartaruga Viva

Tartaruga Viva

Desde 2018, o Programa Tartaruga Viva realiza o monitoramento das populações de tartarugas marinhas na área de influência das usinas nucleares de Angra dos Reis, na Baía de Ilha Grande. Além do resgate e atendimento veterinário das tartarugas, as atividades da iniciativa também incluem educação ambiental na região, coleta de dados, monitoramento da saúde dos animais, registro da ocorrência de encalhes e determinação da causa da morte de algumas espécies.

tartaruga marinha
Foto: Programa Tartaruga Viva

“Esse programa é mais uma frente de trabalho da Eletronuclear para atender às necessidades socioambientais de Angra dos Reis e cidades vizinhas à Central Nuclear. Em parceria com a Uerj, temos a oportunidade de colaborar na preservação da vida marinha local e incentivar a educação ambiental na Costa Verde Fluminense, e quem sabe, em todo o Rio de Janeiro”, pontua Eduardo Grand Court, presidente da Eletronuclear.

- Publicidade -

Ao todo, entre 2018 e 2023, o projeto realizou a captura de 121 tartarugas marinhas para fazer a amostragem populacional e averiguar o estado de saúde dos animais. Além disso, foram recebidos 192 acionamentos para auxiliar animais encalhados. Destes, 160 já estavam mortos, com destaque para infecções ligadas a ingestão de lixo, afogamento, traumatismo causado por atropelamento e interação por pesca entre as principais causas.

resgate tartaruga marinha
Foto: Programa Tartaruga Viva

Com a soltura da Loirinha e da Paçoca, sobe para 13 o número de tartarugas reabilitadas e soltas pela iniciativa no período mencionado. 

“De 2021 a 2030 existe uma agenda global em prol da conservação e o uso sustentável dos oceanos. O Tartaruga Viva é alinhado totalmente a esse objetivo. Para isso, contamos com o comprometimento da equipe e o apoio da Eletronuclear, que abraçou a causa e demonstra uma preocupação genuína com a biodiversidade local”, conta o coordenador do programa e diretor da faculdade de oceanografia da Uerj, Marcos Bastos.

década do oceano
Foto: pxhere.com