Toneladas de uniformes antigos viram cobertores para doação

A empresa de transporte FedEx Express realiza anualmente o Programa de Reciclagem de Uniformes, transformando uniformes antigos em cobertores. E não é a única. Em parceria com a Retalhar, diversas empresas brasileiras dão um destino nobre aos materiais que seriam descartados por meio da reciclagem.

Promover o descarte correto e consciente dos uniformes ao mesmo tempo em que beneficia pessoas em situação de vulnerabilidade social e animais que vivem em abrigos é a premissa de tais iniciativas. No caso da FedEx, este ano, quase quatro toneladas de uniformes antigos foram reciclados e geraram 4.600 cobertores para humanos e 1.050, em tamanho menor, para pets.

Já o Grupo Mirassol, especializado em logística integrada, arrecadou em 2022 mais de 470kg de tecidos dos uniformes antigos de seus colaboradores. Ao invés de serem enviados para o aterro sanitário, foram transformados em cobertores e irá aquecer o inverno de mais de 200 pessoas em situação de vulnerabilidade na capital e no interior de São Paulo.

“Este projeto é uma iniciativa que exerce a prática da logística reversa. Enxergamos em um material negligenciado pela sociedade, uma ferramenta que pode gerar valor compartilhado. Sabemos que dezenas de pessoas morrem nas ruas de São Paulo todos os anos por conta das baixas temperaturas, por isso, esta ação se faz tão necessária especialmente neste período do ano”, explica Luciana de Mello, gerente de RH & ESG, no Grupo Mirassol.

Dentro da Campanha Inverno Solidário, a concessionária SPMAR é outra grande empresa a transformar uniformes em cobertores. Em média, cada quilo de uniforme reciclado vira um cobertor. A Campanha encaminha para as doações, além dos cobertores, roupas e agasalhos novos para que possam ser repassados a quem mais precisa.

Quem quiser contribuir com a ação da SPMAR encontra os postos de coletas de roupas e cobertores nas bases dos SAUs (Serviços de Atendimento ao Usuário) do Rodoanel, localizados nos km 41, 68, 102 e 121.

Potencial de aproveitamento

Somente entre os meses de janeiro a maio de 2023, o Grupo Mirassol arrecadou mais de 2.000 peças de uniformes. Estas serão destinadas à produção de outros itens, como ecobags.

As doações já iniciaram desde o início da frente fria em instituições que atendem principalmente crianças e idosos. Até o final de julho, estão previstas entregas para ONGs em Guarulhos e Jundiaí.

A FedEx, cujo programa de reciclagem está em sua oitava edição, estima que já foram produzidos cerca de 21.600 cobertores a partir da reciclagem de 73 mil peças de roupas, totalizando mais de 22 toneladas de uniformes recuperados.

Ao produzir os cobertores, a FedEx ressalta que também gera benefícios ambientais, como a redução da emissão de gases de efeito estufa em comparação ao uso de outros métodos de descarte de tecidos.

Além das peças transformadas em cobertores, a FedEx também destinou mais de 300kg de material não-reciclável para coprocessamento. Como resultado da campanha de 2023, estima-se que foram conservados aproximadamente 27,48m³ de aterro sanitário, espaço equivalente ao ocupado por 7,35 carros populares.

“Além de adotarmos práticas sustentáveis em nossa cadeia de suprimentos, ajudamos as comunidades onde temos operações em todo o país”, comenta Guilherme Gatti, vice-presidente de operações da FedEx Express no Brasil.

Outra grande empresa a integrar as ações é a Leroy Merlin, que transformou mais de seis mil peças em cinco mil cobertores. De 2018 até abril de 2023, a empresa direcionou mais de 53 toneladas de material, incluindo uniformes e equipamentos de proteção individual (EPIs).

A iniciativa da Leroy, intitulada Projeto Postera, também já gerou aproximadamente R$102.676,53 de renda inclusiva, proporcionando oportunidades de emprego para pessoas em situação de vulnerabilidade social, entre elas egressos do sistema prisional.

Retalhar

A transformação dos uniformes em cobertores no Brasil conta com a parceria da Retalhar – empresa B de logística reversa, que gera soluções responsáveis, inovadoras e inclusivas para resíduos têxteis, evitando que tecidos descartados acabem em aterros sanitários ou sejam incinerados.

Mais de 274 mil quilos de uniformes de diversas empresas já foram reaproveitados, o equivalente a mais de 861 mil peças produzidas.