Cobertores fabricados com uniformes antigos são entregues para doação

No Brasil, são confeccionadas mais de 250 milhões de peças têxteis por ano e isso contribui para que essa indústria esteja entre as mais poluentes do mundo. Fundada há 8 anos, a Retalhar, empresa do segmento B que trabalha logística reversa, ajuda a dar um destino correto para milhares de uniformes que seriam descartados por companhias brasileiras.

Por meio do upcycling, as roupas fora de uso se transformam em novos itens, que vão desde produtos personalizados a peças para doação. Entre estas peças estão cobertores que ajudam a aquecer pessoas em situação de rua, que dependem da solidariedade para se manterem aquecidas em dias de inverno rigoroso.

Algumas empresas, em parceria com a Retalhar, têm intensificado estas ações e destinado milhares de cobertores para a população vulnerável. Entre estas empresas está aFedEx Express, que reciclou cerca de 1,5 tonelada de uniformes antigos.

Os uniformes foram transformados em 5,5 mil cobertores que estão sendo distribuídos para instituições de apoio a pessoas em situação de vulnerabilidade (4.500 peças) e de proteção animal (1.000 peças em tamanho menor) neste inverno.

Esta é a 7ª edição do Programa de Reciclagem de Uniformes da FedEx Express, que, desde o seu primeiro ano, já beneficiou cerca de 60 instituições e aproximadamente 16 mil pessoas e 4 mil pets. “Com a reciclagem de uniformes, além de apoiar o trabalho fundamental dessas instituições em prol de pessoas e animais em situação de vulnerabilidade, também contribuímos para uma economia solidária e minimizamos o impacto das nossas operações no meio ambiente”, explica Guilherme Gatti, vice-presidente de operações da FedEx Express no Brasil.

As entregas dos 5.500 cobertores estão sendo realizadas desde o mês de julho para ONGs de diferentes estados, proporcionando mais conforto e dignidade para as pessoas durante o inverno.

O Grupo Mirassol, especializado em logística integrada, também está trabalhando com a Retalhar para a destinação de seus uniformes usados. Em uma ação interna, a companhia recolheu 820 peças que foram transformadas em cobertores para projetos sociais em instituições em São Paulo, Jundiaí e Guarulhos.

“Antes os uniformes iam para descarte comum, mas agora são aproveitados de uma maneira muito melhor, sendo destinados para a produção dos cobertores”, explica Luciana de Mello, gerente de RH & ESG, no Grupo Mirassol.

Retalhar

Em um processo certificado, os uniformes são transformados em novos produtos, que vão desde cobertores até produtos personalizados com a identidade visual da empresa. Resíduos têxteis ganham uma nova vida e ajudam a gerar renda para comunidades de baixa renda, garantindo um impacto social e ambiental positivo.

A manufatura reversa dos uniformes é realizada por mão de obra inclusiva e especializada. O tecido resultante da reciclagem é triturado, desfibrado e reinserido como matéria-prima para a produção de cobertores, mantas acústicas ou espumas, usadas pela indústria da construção civil ou automobilística.

“A economia é uma ferramenta que deve equilibrar as trocas entre a sociedade e o meio ambiente. Não há como gerar mudanças significativas sem o envolvimento direto dos grandes atores do mercado. Por isso temos orgulho de reunir cada vez mais clientes e parceiros engajados na solução de problemas socioambientais”, explica Jonas Lessa, CEO da Retalhar.