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Guia de identificação ajuda pescadores na proteção de aves marinhas

Publicação lançada pelo Projeto Albatroz pode ser baixada gratuitamente e traz informações sobre diferentes espécies

guia aves marinhas
Foto: Dimas Gianuca | Projeto Albatroz

As aves marinhas são o grupo de aves mais ameaçadas de extinção no planeta: cerca de 30% das 359 espécies reconhecidas estão ameaçadas em algum nível e outras 69 estão classificadas como ‘quase ameaçadas’.

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Esses pássaros passam a maior parte da vida no oceano aberto voando e buscando alimento, e muitas retornam à terra firme somente para reprodução. São aves que dividem o seu habitat com pescadores e que podem encontrar nesses profissionais bons aliados para a sua proteção.

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Foto: Projeto Albatroz

Na pesca, muitas dessas aves acabam morrendo ao tentar fisgar as iscas lançadas ao mar junto com os anzóis: seus bicos são perfurados pelos petrechos de pesca e o peso das linhas arrastam as aves para o fundo do mar. As aves marinhas não são espécies-alvo das pescarias e não possuem qualquer valor comercial, o que torna essa situação desvantajosa tanto para os pescadores quanto para a biodiversidade marinha.

“Assim como outras aves marinhas, os albatrozes e petréis são companheiros dos pescadores em suas viagens, ajudando-os a encontrar áreas com grandes cardumes e os encantando com sua beleza extraordinária”, explica Caio.

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Foto: Projeto Albatroz

Para ajudar os pescadores a reconhecerem e protegerem as diferentes espécies de aves marinhas, identificando suas principais características, Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras, lançou o ‘Guia de Albatrozes e Petréis para Pescadores’, que pode ser baixado gratuitamente AQUI.

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Com mais de dez anos de experiência na educação ambiental com pescadores e desenvolvimento de pesquisas científicas voltadas à conservação desse grupo de aves, o coordenador científico do Projeto Albatroz, Caio Azevedo Marques, destaca a importância de conhecer os albatrozes e os petréis para protegê-los.

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Muitos pássaros são feridos por anzóis e petrechos de pesca. Foto: Fabiano Peppes | Projeto Albatroz

“Nosso guia pode ser uma ferramenta útil na hora de identificar esses animais e reportar eventuais avistamentos e mortes por afogamento aos pesquisadores”, explica o coordenador científico do Projeto Albatroz, Caio Azevedo Marques.

Dentro e fora do Brasil, este grupo de aves enfrenta diversas fontes de impactos negativos em suas populações, tanto em terra, em suas colônias, como destruição de habitat e introdução de espécies exóticas invasoras, quanto no mar, onde destacam-se a poluição por materiais plásticos e a captura incidental pela pesca.

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pescadores
Foto: Projeto Albatroz

Como utilizar o guia

Desenvolvido como um folheto que pode ser carregado a bordo das embarcações ou baixado em formato PDF para leitura, o ‘Guia de Albatrozes e Petréis para Pescadores’ traz informações úteis sobre as aves marinhas, as ameaças a que estão submetidas e uma seção especial com fotos e características que ajudam pescadores e demais interessados a identificarem esses animais a partir da observação.

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Imagem: Reprodução

Além de imagens de corpo inteiro da ave em pleno voo ou na superfície da água, o guia também traz cortes específicos de áreas como fronte e bico, que possuem importância na hora de definir a espécie do animal.

No total, são apresentadas 15 espécies, entre albatrozes e petréis, com detalhes como tamanho, medidas de bico e corpo, que podem facilitar a identificação utilizando o material informativo. Ao lado dos nomes das espécies, há também os nomes científicos e os seus atuais status de conservação conforme a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN na sigla em inglês).

Além disso, o guia também reúne outras espécies que interagem no mesmo ambiente e podem ser confundidas com albatrozes e petréis, como: gaivotão (Larus dominicanus), fragata (Fregata magnificens), atobá-mascarado (Sula dactylatra), trinta-réis (Sterna sp.), entre outros.

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Imagem: Reprodução

Albatrozes e petréis

Existem no mundo 22 espécies de albatrozes, sendo que metade delas sobrevoam águas brasileiras ou interagem com a pesca nacional. Os petréis, por sua vez, são classificados em 107 espécies, das quais pelo menos 35 ocorrem no Brasil – duas delas se reproduzem em ilhas em nosso território: a Grazina-de-Trindade (Pterodroma arminjoniana) e a Pardela-de-asa-larga (Puffinus lherminieri).

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Albatroz-de-nariz-amarelo-do-Atlântico Foto: Dimas Gianuca | Projeto Albatroz

Desde sua fundação em 1990, o Projeto Albatroz se dedica à educação ambiental dos trabalhadores da pesca e também ao desenvolvimento de medidas simples para a diminuição significativa das capturas incidentais: o toriline (linha espanta pássaros que atua como um espantalho, protegendo as iscas), a largada noturna dos anzóis (período em que os albatrozes raramente se alimentam) e o uso de um regime de peso que faz com que os anzóis afundem mais rapidamente para que as aves não os alcancem.

Projeto Albatroz

Reduzir a captura incidental de albatrozes e petréis é a principal missão do Projeto Albatroz, que tem o patrocínio da Petrobras e bases de atuação em seis estados brasileiros. O Projeto é coordenado pelo Instituto Albatroz – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) que trabalha em parceria com o Poder Público, empresas pesqueiras e pescadores.

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No Brasil, o projeto Albatroz, luta pela conservação da espécie. Foto: Projeto Albatroz

A principal linha de ação do Projeto, nascido no ano de 1990, em Santos (SP), é o desenvolvimento de pesquisas para subsidiar Políticas Públicas e a promoção de ações de Educação Ambiental junto aos pescadores, jovens e às escolas. O resultado deste esforço tem se traduzido na formulação de medidas que protegem as aves, na sensibilização da sociedade quanto à importância da existência dos albatrozes e petréis para o equilíbrio do meio ambiente marinho e no apoio dos pescadores ao uso de medidas para reduzir a captura dessas aves no Brasil.

Para mais informações, acesse www.projetoalbatroz.org.br.

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Foto: Dimas Gianuca | Projeto Albatroz