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Desmatamento na Amazônia tem pior mês de maio já registrado

São 1180 km² com alertas de desmatamento em maio, mês com maior área de alertas em 2021 e o pior maio da série Deter-B

desmatamento Amazônia
Foto: Felipe Werneck | Ibama

Dados do sistema DETER, do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados hoje mostram que os alertas de desmatamento na Amazônia seguem crescendo em ritmo alarmante. Os dados até o dia 28 de maio mostram um aumento de 41% na área com alertas de desmatamento em relação aos registrados em maio de 2020. Com 1.180 Km², foi o mês com maior área de alertas neste ano, e o maior maio da série Deter-B.

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Somente neste ano, entre janeiro e maio, foram 2337 Km², um aumento na área de 14,6% em relação ao mesmo período do ano passado, apesar da cobertura de nuvens ter sido superior em 2021, de janeiro a maio, e apesar de ter chovido mais na região norte – o que em tese, deveria desacelerar o desmatamento.

No dia 31 de maio de 2021, o Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe), divulgou dados que apontam que o mês de maio deste ano também teve o pior índice de focos de calor na Amazônia e Cerrado, desde 2007. Os satélites mostram que na Amazônia foram 1.186 focos de calor, um aumento de 40,6% em relação ao ano passado. No Cerrado, foram 2.649 focos, uma alta de 78,8% em relação ao mesmo período de 2020.

“Após a divulgação do número recorde de queimadas na Amazônia e Cerrado em maio, os alertas de desmatamento reforçam ainda mais o quanto uma das maiores reservas de biodiversidade no planeta está sendo colocada em risco dia após dia.”

Rômulo Batista, porta-voz da campanha de Amazônia do Greenpeace
Áreas desmatadas na Terra Indígena Karipuna, registradas em sobrevoos em setembro de 2020. Foto: Christian Braga | Greenpeace

“Além de um presidente e um ministro do meio ambiente atuando contra a proteção ambiental, o Congresso tem contribuído com essa política de destruição, enfraquecendo deliberadamente as leis que protegem a floresta e seus povos. O resultado de maio não poderia ser diferente já que os retrocessos na governança ambiental só aumentam”, explica Rômulo Batista, porta-voz da campanha de Amazônia do Greenpeace.

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Ameaças legais

Ocupado com as investigações e inquéritos sobre o comércio internacional de madeiras, o ministro Ricardo Salles fechou os olhos para o controle do desmatamento, que segue a passos largos, inclusive em terras públicas.

Desmatamento amazônia
Foto: © Ibama

Enquanto isso o Congresso Nacional discute projetos de lei que vão piorar ainda mais a situação, à exemplo dos PLs 2633/2020 e 510/2021, que visam flexibilizar os critérios da regularização fundiária, o que na prática anistia grileiros, enquanto cerca de ⅓ do desmatamento na Amazônia é ocasionado por grilagem.

Além disso, os PLs 191/2020 e 490/2007 são um verdadeiro ataque aos povos indígenas e seus territórios, pois visam abrir terras indígenas para atividades predatórias como mineração e avanço do agronegócio.

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“Ainda que estes projetos estejam em tramitação, já é suficiente para adicionar combustível às motosserras. Ao seguir permitindo que a Amazônia seja perdida dessa maneira, nossos governantes afetam também a oferta de serviços ecossistêmicos que ela proporciona à sociedade”, completa Rômulo.

“Manter a saúde da floresta é manter a nossa saúde e nosso bem-estar, precisamos de uma vez por todas entender que não há progresso ou desenvolvimento possível sem natureza.”

Rômulo Batista, porta-voz da campanha de Amazônia do Greenpeace