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Nordeste brasileiro sofre com a falta de saneamento básico

Cerca de dez milhões de pessoas que vivem no semiárido brasileiro não possuem, sequer, coleta de esgoto.

Das 14 milhões de pessoas que moram nas áreas urbanas dos 1.135 municípios do Semiárido brasileiro, cerca de dez milhões (71%) não são beneficiadas com coleta de esgoto sanitário, destinando os dejetos gerados em fossas, sumidouros, valas abertas ou diretamente nos rios. A estimativa consta da publicação “Esgotamento Sanitário: Panorama para o Semiárido brasileiro”, lançada pelo Instituto Nacional do Semiárido (Insa).

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Desse total, apenas 243 cidades (21%) usam a coleta. O Semiárido cearense apresenta o maior número de sedes municipais atendidas por sistema de esgoto: são 68 de 150 (45%). Já o Piauí tem o menor número de áreas urbanas beneficiadas: apenas cinco municípios de 128 (4%).

Segundo os dados, a cobertura não garante o atendimento a todos. Das 7,3 milhões de pessoas que moram nessas áreas urbanas, cobertas por sistema de esgoto, mais da metade (66%) não é beneficiada. No Ceará, por exemplo, apenas 743 mil pessoas (34%) – das 2,1 milhões que vivem nas sedes municipais com esgotamento sanitário – são atendidas.

A pesquisa do instituto mostra ainda que a maioria das sedes municipais que possuem sistema de coleta de esgoto conta com estações de tratamento. Pelo menos 21% dos volumes coletados são lançados diretamente em valas a céu aberto ou em corpos hídricos, expondo os habitantes das cidades a diversas doenças.

A extensão da rede de esgoto é outro aspecto analisado no panorama. A pesquisa estima que a rede que atravessa as cidades do semiárido tem pouco mais de oito mil quilômetros. O número é seis vezes menor do que a rede de abastecimento de água. No Semiárido alagoano, essa diferença chega a ser 31 vezes menor.

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Por Edwirges Nogueira – Agência Brasil