- Publicidade -

Mercado de roupas usadas nos EUA cresce mais rápido que varejo

Pesquisa revela um crescimento sete vezes maior na venda de peças de segunda mão, em comparação ao varejo de roupas novas

brechós
Brechós trazem mais sustentabilidade para a moda. Foto: Becca Mchaffie | Unsplash

Quando pensamos em consumismo, o modelo de vida americano, ou amercian way of life, é uma referência forte. Talvez por isso, a notícia a seguir tenha um impacto ainda maior quando pensamos em uma mudança para um consumo mais consciente e sustentável. O fato é que o mercado de roupas usadas nos EUA cresceu sete vezes mais rápido do que o varejo de roupas novas em 2023.

- Publicidade -

As informações estão em um Relatório de Revenda de 2024 da loja online de artigos de segunda mão ThredUp. Este é o 12º estudo anual, conduzido pela empresa de análise GlobalData e inclui projeções até 2033.

Suas conclusões são baseadas em uma pesquisa com 3.654 consumidores nos Estados Unidos, bem como em uma pesquisa com 50 das principais marcas e varejistas de moda do país.

“O mercado global de vestuário de segunda mão continua a florescer – uma prova do valor intrínseco que os compradores encontram na experiência e uma prova da mudança em direção a um ecossistema de moda mais circular”, disse o cofundador e CEO da ThredUp, James Reinhart.

moda economia circular
Comprar roupas em brechó poupa dinheiro e recursos naturais. Foto: Priscilla du Preez | Unsplash

“Ao celebrarmos este progresso, também reconhecemos o papel poderoso que o governo pode desempenhar na aceleração da transição para um futuro mais sustentável para a moda. No 12º ano, o Relatório de Revenda mostra alguns dos sinais mais promissores de como poderá ser esse futuro com níveis de apoio mais elevados. Até que a moda deixe de ser um dos setores mais prejudiciais da economia global, continuaremos a defender que o governo ajude a impulsionar a adoção e a mudança de comportamento na moda”, afirma o executivo.

- Publicidade -

De acordo com o relatório, as vendas de roupas usadas estão se aproximando de 10% do mercado da moda em todo o mundo, à medida que as preocupações ambientais e os preços elevados inspiram os consumidores a comprar artigos de segunda mão. O crescimento anula deste segmento está em 12% e pode chegar a US$ 350 bilhões até 2028.

Nos EUA, o crescimento do mercado de peças usadas ultrapassou o mercado geral varejista de vestuário em sete vezes no ano passado. Até 2028, a previsão é que movimente US$ 73 bilhões.

roupas
Foto: Pixabay

Segundo a pesquisa, 45% dos jovens preferem comprar roupa em segunda mão online, em comparação com 38% que preferem visitar um brechó físico. A previsão é que dentro de cinco anos, a revenda online de roupas mais que dobre, para US$ 40 bilhões, com um crescimento de 17%.

- Publicidade -

“A revenda está firmemente inserida no panorama da moda. A compra de segunda mão transcende gerações, com o papel da revenda mudando ao longo da vida dos consumidores. Os mais jovens recorrem às peças de segunda mão para se expressarem e para ajudar a criar o seu estilo pessoal; os pais enxergam em roupas usadas uma forma econômica e ecologicamente consciente de consumir; e as gerações mais velhas recorrem aos produtos de segunda mão para obter marcas acessíveis e sofisticadas , além da emoção de garimpar”, disse Neil Saunders, diretor administrativo da GlobalData.

Mais de um terço dos consumidores disseram que compram peças usadas para ter acesso a marcas de luxo – um aumento de 11% em relação a 2022.

desconto roupa etiqueta
Foto: Artem Beliaikin na Unsplash

Impacto positivo para empresas, consumidores e meio ambiente

O relatório avaliou os resultados de 163 marcas de roupas com lojas de revenda e aponta para um crescimento de 31% nas vendas em relação a 2022, com a revenda gerando uma receita mínima de 10% na receita global de uma empresa dentro de cinco anos. A maioria dos das marcas – 87% – afirma que a venda de peças usadas também ajuda a promover seus objetivos de sustentabilidade.

Nas eleições, candidatos que apoiam uma economia da moda circular, terão apoio de 42% dos consumidores, que defendem que o governo precisa aprovar leis que promovam uma moda mais sustentável.

Reinhart disse que a legislação destinada a restringir o fast fashion globalmente inspira as marcas a agirem. “É difícil não acreditar que haverá alguma atividade nesse espaço nos próximos três a cinco anos, dada a quantidade de vestuário que acaba em aterros sanitários ”, disse.