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moda algas
“O interesse por algas surgiu depois do desenvolvimento das fibras de ágar-ágar em meu mestrado”. | Foto: Divulgação

A partir de pesquisas realizadas durante o mestrado, Thamires Pontes desenvolveu uma fibra têxtil sustentável. O que ela certamente não poderia imaginar na época é que sua pesquisa resultaria em um produto tão inovador que lhe renderia o prêmio Global Change Award 2023 – conhecido como o “Nobel da moda”.

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O prêmio de sustentabilidade na moda, promovido pela Fundação H&M, acontece anualmente. Na edição deste ano, a brasileira foi premiada por desenvolver fibras têxteis naturais e biodegradáveis à base de macroalgas.

“O interesse por algas surgiu depois do desenvolvimento das fibras de ágar-ágar em meu mestrado e a partir de então, com alguns parceiros, foram desenvolvidas pesquisas para bioplásticos, proteínas análogas às proteínas de origem animal, biofertilizantes e hidrocoloides – todos à base de algas”, diz Thamires, que é estilista e mestra em Têxtil e Moda.

fibra alga
0,03% de algas no mar é capaz de absorver até 6% de gases do efeito estufa por dia. | Foto: Phycolabs

As macroalgas operam dentro de um ciclo de vida circular, desde o cultivo da matéria-prima até o desenvolvimento da fibra e consequentemente do tecido – superando os desafios de sustentabilidade enfrentados pela indústria têxtil.

Da pesquisa ao negócio

Após participar da iniciativa do CATALISA ICT, liderada pelo Sebrae, criada para fomentar negócios de base tecnológica, Thamires lançou criou a startup de biotecnologia, Phycolabs. Foi por meio do projeto “PhycoFiber, desbloqueando a revolução das algas rumo a uma indústria da moda regenerativa”, de sua empresa, que a iniciativa foi premiada.

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“Acreditamos que é possível transformar a indústria têxtil, substituindo os materiais convencionais por soluções sustentáveis. Vamos impulsionar a transição para um futuro mais regenerável por meio do uso das algas marinhas, estimulando a economia azul”, afirma Thamires. “Atualmente, infelizmente nos deparamos com os prejuízos do mercado da moda, que é o segundo mais poluente do mundo, também responsável por 35% dos microplásticos dos oceanos e quase 10% de todo o carbono emitido”, completa.

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Os primeiros da criação foram na pesquisa de mestrado. | Foto: Divulgação

No contexto em que a ONU (Organização das Nações Unidas) instituiu o período de 2021 a 2030 como a década do Oceano, ou a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, a descoberta ainda faz com que o Brasil seja um dos protagonistas para tornar o oceano saudável, produtivo e explorado de forma sustentável.

Em países onde houve o incentivo do cultivo de algas marinhas, melhorou eficientemente, o bem-estar da comunidade em transporte, educação e principalmente, o status socioeconômico das mulheres. Segundo a CEO, é possível promover essa cadeia de abastecimento da mesma forma que o algodão foi promovido na década de 1980.

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