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sacola consumo
Foto: Lucrezia Carnelos na Unsplash

Os dados espantam: segundo o Global Footprint Network, nós, humanos, consumimos 75% mais recursos naturais do que a Terra é capaz de regenerar em um ano. Ou seja, até 31 de dezembro “consumiremos” 1,7 planeta, mas só temos 1. Essa conta que não fecha é um reflexo do constante crescimento da população mundial e de nosso modelo vigente de produção e de consumo. Um modelo que não leva em conta o equilíbrio da Terra e demanda cada vez mais água, mais solo e mais matérias-primas do que o planeta pode oferecer, sem falar que gera mais e mais resíduos.

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Para mudarmos este cenário, precisamos de todos os atores sociais — governos, empresas privadas e sociedade — caminhando na direção da sustentabilidade, investindo em inovação, políticas públicas, infraestrutura e práticas de produção e de consumo mais responsáveis e sustentáveis. Essa transição exige o esforço de todes, coletivamente e individualmente.

sacolas de plástico
Foto: iStock

No plano individual, é preciso que cada pessoa se enxergue como um agente de transformação. Afinal, nossas atividades mais cotidianas geram impactos para nós mesmos, para as outras pessoas e para o meio ambiente. E muitas dessas atividades são repetidas diariamente, ao longo de toda a nossa vida.

Adotar hábitos cotidianos que tenham um melhor impacto, ou seja, que reduzam os impactos negativos ou até gerem impactos positivos, é o que chamamos de praticar o consumo consciente.

Consumir com consciência é consumir de uma maneira focada no que é essencial para o nosso bem-estar, evitando excessos e desperdícios. Isso se aplica a tudo o que faz parte do nosso cotidiano: como nos alimentamos, como utilizamos água e energia elétrica, como nos deslocamos, as marcas e os produtos que escolhemos na hora da compra, a quantidade de resíduos que geramos e a forma com que lidamos com eles.

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supermercado
Foto: Pixabay

Quem pratica o consumo consciente entende que o ato de consumir um produto ou serviço faz parte de um contexto maior que envolve ciclo de produção, uso e descarte e traz consequências positivas e negativas não só para ele mesmo, mas também para a natureza e a sociedade. O consumidor consciente entende que um ato de consumo é também um ato de cidadania.

Adotar hábitos de consumo consciente não exige grandes esforços. Pelo contrário. Provavelmente você já pratica o consumo consciente em alguma tarefa do seu dia a dia, mas nem percebe. Hábitos simples, como desligar a luz ao sair de um cômodo, fechar a torneira ao escovar os dentes e separar os resíduos orgânicos dos recicláveis podem ser ações automáticas, mas que evitam desperdícios e outros impactos negativos.

E você pode ir além, sem fazer muita força, por exemplo:

chuveiro
Cantar no chuveiro? Só se for uma música bem curtinha, enquanto ensaboa. Foto: iStock

Diminuindo o tempo do banho

Entenda: Se uma família (4 pessoas) reduzir em 1 minuto o tempo do banho diário de chuveiro, em 1 mês terá poupado água suficiente para lavar suas roupas na máquina durante esse mesmo mês.

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Diminuindo o tempo de uso do ferro de passar roupas

 Entenda: Se uma família diminuir a quantidade de roupas a serem passadas o suficiente para resultar em 35 minutos a menos por semana com o ferro de passar ligado, em 1 mês terá economizado energia elétrica suficiente para lavar suas roupas por mais de 1 ano.

Reduzindo o uso de saquinhos plásticos descartáveis

Entenda: Se uma família (4 pessoas) substituir a cada semana o uso de 5 saquinhos plásticos por recipientes reutilizáveis, em 1 ano terá evitado o uso de 260 de saquinhos que, dispostos um acima do outro, teriam a altura de quase 3 estátuas do Cristo Redentor.

embalagem de plástico frutas e vegetais
Foto: Maria Lin Kim | Unsplash

Pergunte, sempre

Outra maneira de começar a sua jornada individual, ou de avançar nela, é aplicando no seu dia a dia as 6 Perguntas do Consumo Consciente:

1. Por que comprar?

Pergunte-se, antes da compra, se você realmente precisa do produto/serviço ou se está tendo um impulso momentâneo. Pense ainda se em vez de comprar você pode fazer uma troca, reutilizar ou pegar emprestado. Nesse processo, é importante lembrar do que é essencial para a sua vida. Isso muitas vezes significa “ter” algo não material mais que algo material, como, por exemplo, dedicar mais tempo a atividades com a família e os amigos.

crianças brincando
Foto: iStock

2. O que comprar?

Para definir qual produto comprar, estude as opções disponíveis para entender qual realmente atende às suas necessidades — atributos demais poderão nunca ser usados, caracterizando desperdício. Inclua entre os atributos o que você deseja em termos de qualidade, durabilidade e características de segurança durante o uso.

3. Como comprar?

É hora de pensar na forma de pagamento da compra e em sua logística. Vai pagar à vista ou a prazo? Se for a prazo, conseguirá pagar as prestações? Caso você compre perto de casa, pode ir a pé ou de bicicleta; longe de casa, terá os impactos do transporte de carro, ônibus ou metrô. E como levar as compras? Em sacolas plásticas, ecobags ou caixas de papelão?

4. De quem comprar?

Ao escolher a empresa fabricante do produto a ser comprado, busque fontes confiáveis para verificar as características da sua produção: se há cuidado no uso dos recursos naturais, como é o tratamento e a valorização dos funcionários e se a empresa contribui para o bem-estar da comunidade local.

5. Como usar?

Quando você decide comprar um produto, deve dar uma vida longa a ele. Tenha cuidado no seu uso, utilize-o até o final de sua vida útil e caso quebre, tente consertá-lo antes de comprar um Essas práticas são essenciais para evitar a necessidade de troca sucessiva de itens e os impactos associados à sua fabricação, ao seu transporte e ao seu descarte.

6. Como descartar?

Um produto que não tem mais utilidade para você pode ser útil a outra pessoa. Em outros casos, é possível reformá-lo e dar a ele um novo uso: caixas e embalagens podem se transformar em brinquedos para crianças, latas servem de vasos e pneus viram balanços. Quando realmente não houver outros usos para o produto, é hora de descartá-lo de maneira correta, encaminhando o que for possível para a reciclagem. É sempre bom lembrar: não existe “jogar fora”, o “fora” é o planeta em que vivemos.

sobrecarga da terra
Foto: Ateme Alaie | Unsplash

Mais consumidores conscientes significa mais gente fazendo melhores escolhas dia após dia. Significa também ter mais gente contribuindo ativamente para a sustentabilidade da vida no planeta. Confira outras dicas práticas no “Guia Primeiros Passos — O consumo consciente é pra você também”.

Instituto Akatu

Este artigo foi desenvolvido pelo Instituto Akatu, uma organização não governamental sem fins lucrativos que atua desde 2011 pela conscientização e mobilização da sociedade para a prática do consumo consciente e para a adoção de estilos mais sustentáveis de vida — por meio do desenvolvimento de projetos de sustentabilidade corporativa, ações, campanhas, conteúdos, pesquisas e atividades educacionais.

No site do Akatu, é possível fazer um teste e descobrir que tipo de consumidor você é e qual o seu grau de consciência. 

teste consumo consciente
Imagem: Instituto Akatu

Para conhecer melhor o Instituto Akatu, acesse akatu.org.br  e confira o portfólio de projetos. Para mais informações, envie sua mensagem para [email protected].