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Cientistas estudam benefícios de cada tipo de floresta para nossa saúde

A densidade das árvores, a biodiversidade local, a idade das florestas e outros fatores impactam de forma diferente nosso corpo

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Foto: Pixabay

Não é à toa que muitos médicos receitam algumas horas na natureza. Esta conexão, que acabamos perdendo na vida urbana, traz inúmeros benefícios para nossa saúde física e mental. São dezenas de estudos que comprovam que estar em áreas verdes, cheias de vida, ajudam a controlar a ansiedade, melhoram o sistema imunológico, a saúde cardiovascular e ajudam no desenvolvimento pleno de crianças e adolescentes.

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No Japão existe a tradição do shinrin-yoku, que se traduz como “banho de floresta”: uma imersão na natureza, conectando nossos sentidos ao mundo natural. Mas, será que todos os tipos de florestas e paisagens naturais têm o mesmo efeito na saúde humana? É isso que pesquisadores ingleses querem descobrir.

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Foto: Pixabay

Por meio do aplicativo Go Jauntly, voluntários que fazem caminhadas entre diferentes paisagens naturais do Reino Unido são convidados a registrarem suas sensações antes e depois deste contato mais próximo com as árvores e a biodiversidade local.

O objetivo é revelar como os diferentes tipos de paisagem influenciam o bem-estar e a saúde mental de quem faz caminhadas, ou tem como hábito um bom “banho de floresta”. Os resultados vão ser usados para projetar as numerosas áreas verdes que o governo britânico pretende espalhar no país.

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Foto: Go Jauntly

As pesquisas são parte de um programa que vai investir £14,5 milhões entre 2020 e 2025 em uma ampla pesquisa interdisciplinar envolvendo várias universidades para garantir benefícios públicos com a implementação de paisagens florestais.

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Miles Richardson, professor da Universidade de Derby que integra o grupo de estudos sobre os impactos da conexão com a natureza, diz que espera que os dados coletados apontem descubram como a idade, o tamanho e a forma das árvores beneficiam o nosso bem-estar.

Por enquanto, já se sabe que quanto mais biodiversa é uma floresta, mais benefícios mentais e físicos ela traz para as pessoas que passam algum tempo em seu interior. Richardson suspeita que o bem-estar será mais intenso em florestas antigas, ricas em vida selvagem, do que em áreas com plantações de menos espécies, ou de uma única espécie.

caminhada floresta
Foto: Jon Flobrant | Unsplash

Outros resultados mostraram um grau de relaxamento maior em áreas com densidade de árvores entre 30% e 50% do que em florestas mais densas, com as árvores mais próximas umas das outras.

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Richardson explica que outros dados, como o canto dos pássaros e outras interações com outras espécies de fauna e flora também vão entrar na pesquisa.

O objetivo é garantir uma grande variedade de paisagens para que pessoas de todos os temperamentos e origens possam descobrir os benefícios da natureza à sua maneira. “Precisamos encontrar maneiras para que todos tenham uma relação mais próxima com a natureza, porque é bom para o bem-estar e é bom para um futuro sustentável”, explica ele.

crianças natureza
Foto: Ksenia Makagonova | Unsplash

“Esse processo será diferente para as diferentes comunidades. A emoção é descobrir quais são essas soluções e envolver as pessoas no design, desenvolvimento e construção destas paisagens”, Richardson.

Florestas à prova do clima

Além de identificar os tipos de florestas mais adequados para as pessoas, é importante criar áreas verdes que sobrevivam às mudanças climáticas e que ajudem a mitigar os seus efeitos. Para isso, é preciso pesquisar quais espécies de árvores se adaptam melhor às ondas de calor, tempos secos ou chuvas abundantes, por exemplo. “Quando pensamos nas florestas do futuro, é essencial ter espaço para caminhadas entre as árvores perto de onde as pessoas vivem”, explica o pesquisador.

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Foto: iStock