- Publicidade -

Brasileiras criam absorvente biodegradável e ganham prêmio na Suécia

Estudantes foram contempladas com o prêmio de Excelência na etapa internacional do Prêmio Jovem da Água de Estocolmo 2022.

brasileiras absorventes
Fotos: À esquerda: Arquivo Pessoal | À direita: Divulgação Abes

Na última terça-feira (30), as estudantes brasileiras Camily Pereira dos Santos e Laura Nedel Drebes, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS), foram contempladas com o prêmio de Excelência na etapa internacional do Prêmio Jovem da Água de Estocolmo 2022 (Stockholm Junior Water Prize). Elas foram destaque com o projeto “SustainPads: Absorventes Sustentáveis e acessíveis a partir de subprodutos industriais”.

- Publicidade -

As jovens representaram o Brasil após vencerem a etapa nacional, promovida pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), por meio do programa Jovens Profissionais do Saneamento (JPS). A etapa internacional da premiação aconteceu na capital da Suécia, com a presença da Princesa Herdeira Vitória, patrona do prêmio.

Absorvente biodegradável e acessível

Com orientação da professora Flávia Santos Twardowski Pinto, o projeto dos SustainPads, absorventes sustentáveis e acessíveis a partir de produtos secundários industriais tem como foco a pobreza menstrual. A ideia é combater a inacessibilidade do produto de higiene menstrual, tornando os absorventes mais acessíveis financeiramente. Além disso, a solução contribui para reduzir o impacto ambiental causado pelos absorventes descartáveis tradicionais.

SustainPads
Foto: ABES

O coordenador nacional do JPS e do Prêmio Jovem da Água de Estocolmo Etapa Brasil, o engenheiro ambiental Witan Silva, enfatiza que “foi muito interessante como um projeto brasileiro abriu o diálogo internacional sobre a pobreza menstrual, sobre soluções em saneamento, sobre água invisível e sobre economia circular”.

“Pelo segundo ano consecutivo, o Brasil ocupou o pódio mundial da ciência juvenil. Ganhamos o Prêmio de Excelência com o projeto das meninas de Osório”, comemorou ele após a cerimônia de premiação. “Esse projeto marcou a história e marcou a todos nós como brasileiros. É como se fosse a final de uma Copa do Mundo, é o nobel da ciência juvenil e é o nosso país sendo representado da melhor forma e da forma mais digna possível – através da ciência, do feminismo e do comprometimento de cada um. Hoje é motivo de festa, porque o nosso país reconheceu e ocupou um lugar de honra de forma internacional e única”.

- Publicidade -

Premiação

Na visão dos jurados, o trabalho das jovens cientistas brasileiras tem o potencial de ser um divisor de águas. “Não apenas trata de questões da água, mas também resolve uma variedade de outros desafios. As estudantes demonstraram sua paixão, empatia e habilidade de pensar fora da caixa. Este projeto atende a vários ODS, aplicando os princípios de economia circular à um escondido impedimento à dignidade da mulher”, afirmou a representante do júri internacional durante a cerimônia.

Após o anúncio das vencedoras, Laura Nedel Drebes agradeceu emocionada, afirmando não ter palavras para expressar seus sentimentos. “Eu estou tão feliz em contribuir para a ciência mundial e representar meu país. Muito obrigada, e nós conseguimos, garotas”.

absorventes biodegradáveis
As jovens representaram o Brasil após vencerem a etapa nacional. | Foto: Abes

Camilly Pereira Santos também se emocionou no discurso de agradecimento. “Estou muito feliz de estar aqui representando meu país e também falando sobre este projeto que eu amo, porque eu me descobri nesse projeto. Fazer o SustainPads mudou a minha vida, transformou a forma como vejo o mundo”.

- Publicidade -

“Foi a primeira vez que três projetos desenvolvidos por meninas ganharam as três premiações assim como a primeira vez que o Brasil ganhou esta premiação. Poder levar ao Brasil este prêmio significa que a ciência brasileira juvenil desenvolvida por meninas nas escolas tem papel fundamental na nossa sociedade e é capaz de contribuir para mostrar a cada jovem e professor que é possível unir ciência à educação para transformar o mundo”, afirma a professora e orientadora Flávia Santos Twardowski Pinto para a ABES.

O Stockholm Junior Water Prize é promovido anualmente em duas etapas: uma nacional, realizada em cada um dos países participantes, e uma internacional, na qual ocorre a grande final. A etapa final aconteceu em Estocolmo, na Suécia, durante a Semana Mundial da Água de Estocolmo (Stockholm World Water Week), entre 29 de agosto e 2 de setembro.