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Povo Guarani relança campanha por demarcação de terras

São 14 terras indígenas sem pendências, que dependem só de uma assinatura para serem declaradas ou homologadas

Guarani demarcação
Do total de 14 TIs, quatro estão prontas para serem homologadas – todas elas estão no estado de Santa Catarina. | Imagem: Divulgação

Os processos de demarcação de terras indígenas foram paralisados no governo Bolsonaro. Com a criação do Ministério dos Povos Indígenas e o aceno do governo Lula às questões socioambientais, esperava-se maior celeridade para a retomada de tais processos. Lideranças e comunidades do povo Guarani estão cobrando o compromisso do governo Lula com a demarcação de suas terras nas regiões Sul e Sudeste.

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Nesta segunda-feira (15), a Comissão Guarani Yvyrupa (CGY) relança a campanha #DemarcaYvyrupa em favor de Terras Indígenas que não têm qualquer pendência em seus processos demarcatórios, dependendo apenas de uma assinatura para seguir para a próxima etapa do processo demarcatório ou serem finalmente regularizadas.

Na primeira edição da campanha, em 2023, as lideranças chegaram a obter o compromisso da recém-empossada ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, com a demarcação de 12 dessas terras. Mas “um ano se passou e não vimos uma assinatura sequer”, conforme afirmam no vídeo e no manifesto da segunda edição da campanha, confira abaixo:

Agora, uma delegação de cinco lideranças quer presentear o próprio presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, com novas canetas decoradas com grafismos guarani – na expectativa de que o chefe do Executivo e seu novo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, utilizem-nas para assinar os decretos de homologação e portarias declaratórias de 14 Terras Indígenas.

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“Incluímos neste presente uma porção da força, da coragem e da responsabilidade que nos legaram nossos xamõi e xaryi kuery, para que essas canetas não sejam esquecidas em gavetas, mas mantenham-se firmes, até que a última terra guarani seja demarcada”, reiteram as lideranças em sua carta-manifesto. A entrega deve acontecer durante a próxima reunião do Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI), em Brasília (DF), nesta terça (16).

A CGY, que monitora a situação jurídica de todas as terras guarani, fez um levantamento detalhado de cada uma dessas áreas, comprovando que elas só não avançaram em seus processos demarcatórios até o momento por falta de vontade política.

Do total de 14 TIs, quatro estão prontas para serem homologadas pelo presidente Lula. Todas elas estão no estado de Santa Catarina: a TI Morro dos Cavalos, em Palhoça; as TI Pindoty e Tarumã, ambas nos municípios de Araquari e Balneário Barra do Sul (SC); e a TI Piraí, nos municípios Araquari e Joinville (SC).

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São 10 as terras que aguardam a assinatura da portaria declaratória por Ricardo Lewandowski. A TI Sambaqui, nos municípios de Paranaguá e Pontal do Paraná (PR), a TI Boa Vista do Sertão do Promirim, em Ubatuba (SP), e outras sete em municípios da região do Vale do Ribeira, no estado de São Paulo: TI Pindoty/Araça-Mirim, TI Guaviraty, TI Tapyi/Rio Branquinho, TI Amba Porã, Djaikoaty, TI Ka’aguy Mirim e TI Peguaoty.

Guarani demarcação
Imagem: Divulgação

Entre elas se inclui também a TI Jaraguá, em São Paulo (SP), que foi declarada em 2015 pelo ministério da Justiça, mas em 2018 foi alvo de um ato ilegal do governo Temer – e ainda hoje a comunidade espera a reversão da medida pela União.

O povo Guarani é um dos maiores do país, com cerca de 25 mil pessoas que habitam 157 Terras Indígenas nas regiões Sul e Sudeste. Desse total, apenas 39 terras tiveram o processo de regularização fundiária finalizado.