Escolas de São Paulo e Paraná recebem Programa de Reciclagem

Enquanto outros países da América do Sul já atingiram índices de 16% de resíduos reciclados, a taxa de reciclagem no Brasil segue em torno dos 4%, sinalizando que precisamos investir na cadeia de reciclagem e também na mudança de comportamento da população – descarte correto dos recicláveis pode ser o primeiro passo para mudar este cenário.

Apostando nas escolas como ponto de partida para criar novos hábitos nas famílias, a startup so+ma fechou parcerias importantes em escolas de São Paulo e do Paraná. O objetivo é promover uma nova cultura em relação aos resíduos que geramos, mudando o comportamento dos alunos e das famílias.

O programa “Recicla na Escola” incentiva a educação ambiental na prática. O primeiro passo é um cadastro simples, que pode ser feito pelos alunos e alunas ou por professores. Depois os estudantes passam a levar os recicláveis para o colégio e os resíduos se transforam em pontos que podem ser trocados por benefícios como cursos, vale cultura, descontos no comércio, materiais escolares, entre outros.

A startup já realiza a coleta de recicláveis com programas de benefícios e decidiu implementar esta metodologia nas escolas por acreditar no papel que as crianças exercem um importante papel quanto à conscientização sobre o meio ambiente dentro de suas famílias.

O programa acontece desde 2022 em colégios públicos de Campo Largo, no Paraná, e em São Paulo, onde também chegou à rede Anglo e Objetivo, na capital paulista. “O programa virou mania lá em casa. Não consigo mais jogar plástico no lixo. Fizemos até uma composteira no prédio de casa.”, explica Fernanda, mãe de alunos da EMEF João Domingues Sampaio, em São Paulo.

Nas escolas municipais de São Paulo e Campo Largo, em 2022, houve 1.722 participantes cadastrados no programa em apenas 10 escolas. Apenas em seis meses de operação, com apenas um dia de entrega por semana, as escolas de São Paulo conseguiram levar mais de 6 toneladas de plásticos, um material reciclável que é leve , enquanto os alunos de Campo Largo em apenas 4 semanas levaram cerca de 1,2 toneladas entre plástico e embalagem cartonada.

No total, os colégios de São Paulo conseguiram resgatar 482 benefícios e Campo Largo, 155. “Queria assistir Pantera Negra no cinema, mas minha mãe não tinha dinheiro. Com o programa, consegui ir”, conta João Vitor, aluno da EMEF Dom Pedro I, em São Paulo.

Nas duas cidades, a maioria dos pontos foram trocados por jogos e brinquedos, em primeiro lugar e em segundo, materiais escolares. O objetivo da startup de focar nesses materiais é potencializar o acesso e o desenvolvimento de habilidades socioemocionais.  “Minha mãe está na escola que nem eu. Então, peguei para ela uma caneta rosa de presente de Natal. Ela gostou!”, conta Nicolas, aluno da EMEF João Domingues Sampaio.

Impacto ambiental

O material descartado nas escolas de Campo Largo corresponde à economia de aproximadamente 6,3 mil KWh de energia e mais de 209 mil litros de água. Além disso, deixaram de ser emitidas e mais de 4,8 toneladas de CO2 natamosfera. Nas escolas de São Paulo, a participação dos alunos acarretou na economia de mais de 1 milhão de litros de água, mais de 30 mil kw/h e mais de 25 toneladas de CO2 foram compensadas.

Já nas redes Anglo e Objetivo, em São Paulo, em apenas dois meses, o programa já coletou cerca de 4,7 toneladas de plásticos recicláveis. “Não é apenas levar os plásticos recicláveis para escola, mas são aprendizados de conceitos como empreendedorismo, ter uma carteira digital, já que é possível trocar os pontos por benefícios. É isso que temos de diferente: influenciar a mudança de comportamento desde cedo”, conta Claudia Pires, fundadora e CEO da so+ma.

so+ma

Fundada há 8 anos, a so+ma oferece como uma solução integrada para coleta de resíduos apostando na mudança de comportamento e gestão de dados, auxiliando grandes empresas, escolas, fábricas, varejo e pode público a colocar em prática a economia circular.

Por meio do programa so+ma vantagens, os participantes levam seus recicláveis, se cadastram no programa, ganham créditos e trocam estes pontos por cursos, alimentação, itens de higiene, ou se não quiser trocar, o participante pode enviar seus créditos para uma instituição de caridade.

Em 8 anos, mais de 2,8 mil toneladas de resíduos recicláveis foram coletados pela startup em suas casas amarelas, hubs e iniciativas em fábricas e escolas espalhadas pelas cidades de Salvador, Camaçari, Curitiba, Goiânia e São Paulo.  Neste período, cerca de 180 mil pessoas tiveram acesso ao programa e ciaram novos hábitos. As cooperativas parceiras receberam além dos resíduos sólidos, um apoio financeiro de mais de R$ 500 mil.