Liquidificador sustentável reaproveita potes de vidro como jarra
Criado por designers alemães, este processador tem o projeto aberto para poder ser fabricado por outras empresas no mundo todo
Criado por designers alemães, este processador tem o projeto aberto para poder ser fabricado por outras empresas no mundo todo
Os potes de vidro são uma das embalagens mais fáceis de reutilizar. Podem servir para guardar grãos comprados em lojas a granel, guardar alimentos congelados, podem ser pintados e ajudarem na decoração, virarem porta trecos ou usados como copos para bebidas especiais. E agora podem se transformar em copos de liquidificador.
Isso porque a Open Funk, empresa de tecnologia alemã, criou uma versão mais sustentável de um processador de alimentos que, além de ser fácil e ser montada, arrumada e atualizada, ainda funciona bem com potes de vidro que a maioria das pessoas tem em casa, desde que a abertura da rosca tenha 82 milímetros.
A escolha por frascos de 82 milímetros é justificadas por estes ser o tamanho mais comum para as bocas dos frascos de vidro na Europa, além de serem grandes o suficiente para acomodar as lâminas e caber nas mãos da maioria das pessoas para enxaguar.
O objetivo é reaproveitar utensílios que já estão na cozinha, e, com isso, descartar componentes desnecessários na fabricação do eletrodoméstico. A empresa fez mais: o processador tem código aberto de design para que seja possível fabricar outras versões que sejam compatíveis com potes de outros tamanhos.
O liquidificador ganhou o nome bem adequado de Re:Mix e segue a ideia de ser o mais sustentável possível, usando materiais reciclados e recicláveis em sua fabricação, com painéis salpicados de plástico usado para envolver a base onde fica o motor.
Para ser prático, o Re:Mix tem a parte das lâminas encaixável na base, assim ela pode ser retirada e rosqueada nos potes antes do uso, evitando que seja necessário virá-los. O conjunto de pote e da tampa com lâminas se junta à parte superior do motor que é acionado por meio de um botão de alumínio.
Outra preocupação do fabricante era oferecer um produto com uma vida útil longa, característica importante para garantir a sustentabilidade. Por isso, o liquidificador foi projetado ara ser facilmente consertado, em caso de alguma falha, seja na oficina da Open Funk, ou em casa, com a ajuda dos planos de design de código aberto.
A base do processador de alimentos tem design modular e é fixada sem adesivos, podendo ser desmontada com ferramentas comuns, e os encaixes funcionam como um quebra-cabeça de design simplificado, resistente e durável. Um código QR na parte de trás da base do liquidificador leva a um guia de reparo, tutoriais em vídeo e um passaporte do produto que ajuda os usuários a consertar e atualizar o produto por conta própria.
Outra iniciativa bem vinda é um modelo de negócio de circuito fechado, que envolve a compra e a reforma de modelos Re:Mix usados. “A obsessão do mundo com a concorrência, globalização e patentes nos levou ao ponto em que a maneira como fazemos as coisas está causando danos tremendos ao nosso meio ambiente”, explica Paul Anca, co-fundador da Open Funk. “Acreditamos que Re:Mix é a prova de que outra maneira é possível.”
As vendas estão são feitas apenas para países a União Europeia. Esta decisão garante assistência próxima aos consumidores e evita o transporte de longa distância, que tem uma pegada de carbono maior. Na verdade a intenção é que o código aberto sirva de inspiração para designers de outros países criarem produtos similares em seus próprios mercados.
“Esperamos ver outros hackers, fabricantes e empreendedores pegando os projetos de código aberto do Re:Mix e construindo suas próprias versões locais em suas próprias regiões. Isso não apenas criaria uma plataforma para produção descentralizada com baixas emissões, mas os produtos finais serão reflexos dos costumes, gostos e materiais locais, completa Ken Rostand, outro fundador da Open Funk.