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Shell tenta conter vazamento de petróleo no Mar do Norte

A Shell holandesa informou na última quinta-feira (18) que uma operação está em andamento para conter o vazamento em sua plataforma Gannet Alpha, que resultou no pior derramamento de petróleo do Mar do Norte em mais de uma década.

A Shell holandesa informou na última quinta-feira (18) que uma operação está em andamento para conter o vazamento em sua plataforma Gannet Alpha, que resultou no pior derramamento de petróleo do Mar do Norte em mais de uma década.

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Cerca de 1.300 barris de petróleo já foram lançados ao mar desde que um oleoduto da Shell na plataforma foi encontrado com vazamento, no último dia 12, disse a empresa. No entanto, a companhia alega que após desligar a fonte, só um barril por dia está vazando para controlar o acúmulo de pressão na tubulação.

O oleoduto, que está a cerca de 180 quilômetros a leste de Aberdeen, na Escócia, ainda contém em média 660 toneladas, ou 4.620 barris, de petróleo bruto e precisa ser estabilizado antes de ser desligado.

Na primeira fase da operação para conter o vazamento, os engenheiros colocaram cinco concretos gigantes "cobertores" em um trecho de gasoduto para devolvê-lo de volta ao fundo do mar, depois que a estrutura subiu cerca de quatro pés (1,2 metros) acima do fundo.

Estão em curso trabalhos para colocar os cobertores de concreto para garantir o oleoduto, disse Steve Harris, porta-voz da Shell.

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"Primeiro, nós temos que fazer uma avaliação de risco para ter certeza de que podemos encontrar um caminho seguro para desligá-lo", disse ele à BBC. "Esperamos que o resultado da avaliação de risco saia muito rapidamente e, em seguida, mergulhadores irão descer 90 metros e desligar a quantidade restante de óleo que está vazando no mar."

Harris ainda acrescentou: "o trabalho está acontecendo para que possamos passar para a segunda fase."

O diretor de exploração e produção da Shell na Europa, Glen Cayley, afirmou na última quinta-feira (18) que a empresa está "fazendo um bom progresso", mas ainda não parou o vazamento restante. O vazamento é em uma válvula de alívio no gasoduto, que é uma "linha de fluxo", que transporta para fora, o petróleo do poço no fundo do oceano.

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Cayley explicou, após inspeções com controle remoto submarino e mergulhadores, que a empresa espera "finalizar a avaliação da melhor forma de como fechar a válvula de escape de segurança".

O vazamento criou uma mancha de cerca de 30 mil hectares – ou 27 mil campos de futebol – na sua maior extensão, e a companhia de petróleo tem sido criticada por grupos ambientalistas por falta de transparência sobre a extensão da poluição.

De acordo com a Shell, o “brilho” do petróleo recuou para apenas 60 hectares e irá se dissipar totalmente sem atingir a costa.

Richard Lochhead, secretário do Meio Ambiente escocês, disse que pediu ao governo britânico e à empresa para dar informações mais claras.

A mancha tem permanecido no mar e não houve repetição de cenas após o desastre no Golfo do México, onde a vida marinha e aves foram capturadas em lama vermelha grossa.

Ainda assim, a Royal Society de Proteção às Aves pediu para a Shell envolver o governo escocês e grupos ambientais na investigação do governo britânico sobre o vazamento, alertando que diversas aves marinhas estavam em risco.

"O inquérito deve ser amplo o suficiente para cobrir a preparação e investimento necessário por parte do governo e da indústria para evitar ocorrências futuras", disse Stuart Housden, diretor escocês da organização, em um comunicado.

Richard Dixon, diretor do World Wildlife Fund (WWF) da Escócia, disse que o óleo é tóxico se ingerido e pode prejudicar a vida marinha e os mamíferos.

"É difícil entender porque eles levaram tanto tempo para falar sobre o que está acontecendo, dado o que aconteceu com a BP no Golfo do México", disse ele. "O público tem o direito de saber o que está acontecendo e precisa de confiança na organização, em vez desta cultura de segredo."

Dixon acredita que os pássaros e vida marinha serão danificados pela maré tóxica e previu que o óleo pesado irá “descansar” no fundo do mar.

Harris disse que os planos de contingência estavam no local em caso de derrame, inclusive com os aviões carregados com detergente pronto para enfrentar uma grande mancha.

Kim Blomley, porta-voz da Shell em Londres, anunciou que a empresa tem "tentado ser tão aberta quanto for possível, dada a situação". Para comprovar isso ele citou as atualizações diárias de mídia e o Twitter da empresa.

O último grande derramamento no mar do Norte ocorreu em 1993, quando o petroleiro MV Braer encalhou nas Ilhas Shetland, resultando no vazamento de cerca de 620 mil barris de petróleo. 

Redação CicloVivo

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