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Greenpeace protesta contra Caixa Econômica Federal por financiar desmatamento

A ONG denuncia a conexão do programa Construcard com a exploração ilegal e predatória de madeira na Amazônia.

A Caixa Econômica Federal é o novo alvo de protestos do Greenpeace. A organização ambiental realizou uma mobilização em Brasília nesta terça-feira (18) para denunciar a conexão do programa Construcard com a exploração ilegal e predatória de madeira na Amazônia.

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Durante a ação os ativistas despejaram duas toneladas de pó de serra em frente à sede da Caixa Econômica Federal e carregaram faixas com a mensagem: “Para o programa ser legal, a madeira não pode ser ilegal”. O protesto é fundamentado em uma investigação de dois anos realizada pela ONG no estado do Pará.


Foto: Divulgação

O processo de pesquisa e análise das negociações levou dois anos para ser finalizado. Neste período o Greenpeace analisou planos de manejo e empresas cadastradas pela Caixa Econômica e identificou fraude em três dos cinco programas. Entre 2009 e 2013, foram realizadas 1.239 negociações de madeira lastreada em créditos provenientes de casos em que há o manejo inadequado e a retirada ilegal de madeira. O relatório completo pode ser acessado aqui.

O que a ONG pretende mostrar com este protesto é que o sistema atual de monitoramento é falho e o próprio governo, através de programas de incentivo ao desenvolvimento, tem financiado o desmatamento. “Para se ter uma ideia, entre agosto de 2011 e julho de 2012, estima-se que 78% das áreas com atividades madeireiras no Pará, maior produtor e exportador de madeira da Amazônia, não tinham qualquer autorização de exploração”, diz o informativo oficial do Greenpeace.

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Maria Lacôrte, que faz parte da campanha Amazônia do Greenpeace, reforça o pedido. “O comprometimento com a preservação da floresta passa pela exigência imediata de garantias que vão além dos documentos oficiais por parte do mercado. Apesar de ser uma iniciativa positiva, o programa Construcard, da Caixa, precisa adotar medidas adicionais para assegurar que seus clientes não se tornem cúmplices da destruição da Amazônia”, esclareceu. Ela ainda cobra uma participação efetiva do governo federal no sentido de apoiar os estados com “recursos humanos, financeiros e técnicos, para que eles possam conduzir uma ampla revisão de todos os planos de manejo e uma reforma robusta do sistema de controle da madeira como primeiro passo para a solução do problema”.

A madeira nativa da Amazônia é usada para confeccionar pisos, mesas, cadeiras, armários, portas, janelas, entre outros produtos que chegam às lojas e podem ser facilmente adquiridos por clientes beneficiados pelo Construcard.

Redação CicloVivo

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