Um terreno, duas casinhas e uma família unida

Viver em uma casa menor pode ser a porta de entrada para ter mais liberdade. Existem muitos exemplos de pessoas que mudaram para uma mini casa e mudaram também o estilo de vida, para uma rotina mais simples e feliz. Existe até quem decidiu viver em uma casa sobre rodas e descobrir o mundo. Para o casal de arquitetos australianos Wayne e Anthea, a mini casa foi o jeito de continuar perto das filhas que decidiram ter seu próprio lar.

O momento da “separação” entre pais e filhos pode ser traumático, mas a solução encontrada pela família foi trocar uma casa “convencional” por duas minis casas que hoje ocupam o mesmo terreno. O casal e as filhas Darienne e Remony aprenderam a viver em um espaço menor, mas muito mais funcional. Ganharam liberdade, mas se mantém próximos. Com a vantagem de que as meninas ganharam sua própria casa por um valor bem menor e conseguiram escapar do aluguel.

A construção das duas tiny houses foi feita em família. O endereço escolhido foi uma fazenda em Torquay, na Austrália, que pertence a um amigo da família. O “aluguel” é pago com ajuda nas tarefas dentro da propriedade. A mudança aconteceu há 3 anos, mas, como as duas casas foram construídas sobre rodas, novas mudanças podem acontecer a qualquer momento.

As duas mini casas usam energia solar e medem cerca de 8,5m de comprimento, 2,5m de largura e 4,5m. As diferenças estão em alguns detalhes, escolhidos por cada dupla de moradores: como uma entrada rebaixada ou um deck externo no teto.

A mini casa de Wayne e Anthea, tem uma decoração colorida que combina diferentes texturas. Há um longo balcão coberto de aço na cozinha de um lado, que é naturalmente iluminado por uma janela horizontal. Para garantir a organização, muitos armários e espaços embutidos de armazenamento foram incluídos no projeto.

Móveis planejados são importantes para garantir a funcionalidade e uma mesa embutida pode se estender a partir do balcão, que também é usado para o preparo de refeições da família durante a semana.

A bancada de metal se estende até a área de estar em uma extremidade da casa, onde pode ser usada como uma superfície de trabalho extra ou como um local para sentar e relaxar com um livro.

A decoração reaproveitou cerca de 50 calças jeans que se transformaram em “ladrinhos” azuis com diferentes tonalidades. Essa cobertura de tecido, além de decorativa, funciona como isolante acústico e como um quadro de avisos, onde é possível fixar papéis.

A janela também deu um novo uso a materiais com funções originais diferentes. Tubos de PVC foram cerrados e os círculos incorporados à janela, o que garantiu um visual bem interessante e evita a luz solar direta, sem bloquear a luminosidade. O mesmo princípio foi usado na escolha de folhas de policarbonato translúcido permitem a entrada de luz, mas garantem privacidade.

As luminárias vieram de um artesão local e usam algas secas. No banheiro, o chuveiro foi feito com metais reaproveitados e o vaso sanitário dispensa o uso de descarga – usa um sistema seco com a compostagem dos resíduos orgânicos.

O quarto do casal fica em um mezanino e inclui um dormitório aconchegante e um espaço especial para o home office.

A casa das filhas tem um projeto bem parecido, mas tem dois quartos que podem ser isolados por cortinas, garantindo privacidade para as duas moradoras. Uma rede entre os dois mezaninos é um espaço ótimo para ler e relaxax.

Ao embarcar juntos neste novo capítulo, a família aprendeu novas formas de viver em harmonia não só com o novo cenário da fazenda, mas também uns com os outros. 

Cada mini casa custou cerca de US$ 70.000 em materiais para construir, mais US$ 10.500 em equipamento solar. A mão de obra veio da própria família e Wayne conta que o momento de construção foi especial e aproximou ainda mais pais e filhas.

Para saber mais sobre a vida da família em suas novas casinhas, assista ao vídeo de Living Big in a Tiny House ou siga o perfil do Instagram.