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‘Dezembrite’: 5 passos para lidar com a síndrome de final de ano

A psicóloga Sabrina Amaral elenca algumas medidas para passar por essa época do ano sem sofrer.

tristeza final de ano
Foto: Freestocks | Unsplash

Final de ano é sinônimo de festa, alegrias e esperança, certo? Bom, nem todos compartilham destes bons sentimentos e esta época, na verdade, pode se tornar um gatilho para a angústia e a tristeza. A síndrome de final de ano é mais comum do que se imagina. Contudo, há maneiras de minimizar este sofrimento.

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“Todo final de ano é assim. As pessoas param para fazer um balanço do ano e se planejar para o seguinte. E mesmo sendo um período de confraternizar, de estar junto de pessoas queridas, sentimentos de melancolia, estresse e autocobrança podem tomar conta”, a psicóloga Sabrina Amaral, da Epopéia Desenvolvimento Humano.

Os fatores que explicam a chegada de emoções tão pesadas e o aumento da dificuldade de lidar com as adversidades são inúmeros, mas é possível mapear alguns, com base nas demandas adicionais que não existem nos outros meses do ano, como elenca Sabrina logo abaixo:

  • Excesso de trabalho e dificuldade de gerir bem o tempo;
  • Falta de dinheiro e cobrança por presentes;
  • Conflitos em reuniões familiares e comparações com os outros;
  • Saudade de pessoas que já faleceram;
  • Pressão por felicidade e gratidão;
  • Culpa por coisas que não realizamos.

A forma com que a ‘dezembrite’ é vivenciada varia de caso a caso, entretanto, no geral, o que acontece é uma atenção muito intensa nas expectativas não atendidas: “Maximizamos o lado negativo e esta atitude gera angústia e sentimentos de menos-valia. Não obstante, é fato que o impacto emocional é ainda maior para pessoas que são muito exigentes consigo mesmas ou perfeccionistas. E aí surgem os sintomas físicos e psicológicos como ansiedade, irritabilidade, melancolia, insônia, gastrite nervosa, entre outros”, conta a psicóloga.

Como lidar com o final de ano sem sofrer

Viajar para o futuro e saltar todas as temporadas de festas de fim ano não é uma opção plausível para resolver este problema. No entanto, a psicóloga sugere uma postura mais acolhedora com os próprios sentimentos, em vez de fuga e negação. Confira abaixo 5 passos para começar:

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Valorize o positivo

Desenvolva o hábito de ressaltar seus aspectos positivos, vitórias e acontecimentos ao longo do ano que foram bons. Isso vai aumentar sua autoestima, despertar em você uma sensação de contentamento e bem-estar. Estes são os ingredientes fundamentais para uma boa saúde emocional. Respeite suas limitações, valorize-se e agradeça as pequenas conquistas.

Baixe a régua da autoexigência

Quanto mais somos exigentes conosco, mais ampliamos um estado emocional dolorido. Então, que tal baixar um pouco a régua da autocrítica um pouquinho? Permita-se fazer uma reflexão mais generosa, analisando o que você fez bem e o que pode ser feito diferente da próxima vez. Em resumo: transforme o erro em aprendizado.

Ressignifique as coisas

Já passou pela sua cabeça que, talvez o fato de não ter concretizado aquele plano que queria é consequência de você ainda não estar preparado? Ou, ainda, da possibilidade de você não aproveitar os frutos dele como gostaria? Por isso, substitua a culpa por “responsa-habilidade” (a habilidade para responder diferente numa próxima vez). Mas se você chegar à conclusão de que faltou força de vontade, reflita se o que você almeja é algo que você genuinamente deseja, ou se está fazendo isso por expectativa dos outros ou convenções sociais.

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Diminua a expectativa em relação ao outro

Todo ano a história se repete. O ‘tio do pavê’ vai contar suas piadinhas sem graça, os parentes vão surgir com perguntas inconvenientes do tipo “e aí, está namorando?” – e nem sempre essas pessoas fazem isso por mal. Às vezes, é apenas a forma de elas demonstrarem interesse ou quererem participar de sua vida, embora não saibam fazer isso com responsabilidade afetiva. Então, ao invés de querer mudar o outro e criar expectativas, que tal trabalhar com sua reação a estas adversidades? Sugiro que você pense em estratégias para te ajudar neste momento: deixe claro seus limites (a comunicação não-violenta é sua aliada nessas horas), diga não e evite discussões desnecessárias. Por fim, respire fundo e saiba que isso vai passar.

Presente não é moeda de troca de afeto

Trocar presentes no final do ano é algo comum, todavia, em nome desta tradição, muitos gastam mais do que deveriam. Logo, tenha em mente que o valor do seu presente não representa o valor do seu sentimento pela pessoa. Saiba que o valor do presente não é proporcional ao tanto de afeto que você sente por ela. Além disso, não é demérito você estar passando por dificuldades financeiras e, por conta disso, não conseguir presentear as pessoas (ou a si mesmo) como gostaria. Portanto, faça um planejamento financeiro e assuma compromissos apenas com aquilo que vai caber no seu orçamento. Afinal, é bem melhor começar o ano sem dívidas, não é?

Como recomendação final, Sabrina aconselha:

“Ressalto que é perfeitamente normal sentir-se mais triste, ansioso ou estressado neste período. Contudo, tome cuidado para não aliviar o sofrimento através de comportamentos ‘escapistas’, como comprar compulsivamente, comer demais ou exagerar na bebida. Tenha um olhar generoso e compassivo com os sentimentos, acolhendo-os ao invés de negá-los. Este é o começo do caminho.”

Sabrina Amaral, psicóloga

Quem é Sabrina Amaral?

Psicóloga, hipnoterapeuta clínica, Practitioner em PNL e Coach da Mente, Sabrina Amaral é pós-graduada em Gestão de Pessoas e especialista em neurociência aplicada ao comportamento humano. Ao longo de 20 anos de carreira já desenvolveu e treinou mais de 8.000 pessoas em cursos e palestras para uma vida mais plena e feliz.

Além disso, é Embaixadora da Rede Mulher Empreendedora em Campinas, voluntária na Humanitarian Coaching Network, que provê serviços de coaching para líderes da ONU e UNICEF; e fundadora da Epopéia Desenvolvimento Humano, que vem formando heróis e protagonistas de suas histórias rumo ao final feliz desde 2012.