Para a saúde mental, dançar pode ser melhor do que outros exercícios

Novo estudo aponta que a dança traz benefícios de longo alcance à saúde física e mental

dançar saúde mental
Foto: Ardian Lumi | Unsplash

Movimentar o corpo, seguir passos ritmados (ou não), sozinho ou acompanhado. Dançar é uma das expressões artísticas mais antigas da humanidade e, ainda que quem goste não precise de nenhuma afirmação, um novo estudo aponta que a dança pode ser mais eficaz para a saúde mental do que diversos outros tipos de atividade física.

O estudo em questão é uma grande revisão sistemática de investigações do efeito da dança na saúde psicológica e cognitiva. Realizada por pesquisadores de universidades australianas, a pesquisa inclui participantes ao longo da vida (7-85 anos), sendo alguns considerados saudáveis ​​e outros com doenças crônicas, tais como: doença de Parkinson, insuficiência cardíaca, paralisia cerebral e fibromialgia.

Já em relação ao tipo de dança, uma ampla gama de gêneros foi contemplada, incluindo dança teatral, dança aeróbica, formas de dança tradicional e dança social. As danças foram comparadas a uma série de atividades físicas, incluindo esportes coletivos, artes marciais, caminhada e musculação.

dançar saúde mental
Foto: Maksym Kaharlytskyi | Unsplash

O estudo descobriu que a dança de qualquer gênero é geralmente igual e ocasionalmente mais eficaz do que outros tipos de intervenções de atividade física para melhorar uma série de resultados psicológicos e cognitivos, incluindo bem-estar emocional, depressão, motivação, cognição social e alguns aspectos de memória. Não à toa, muitos – mesmo sem conhecimento de tais estudos – afirmam dançar para espantar a tristeza e preocupações do dia a dia.

“Essas descobertas não foram observadas apenas em adultos mais velhos, mas também em populações mais jovens e em pessoas com condições clínicas”, a autora principal, Alycia Fong Yan, da Faculdade de Medicina e Saúde da Universidade de Sydney e Saúde Musculoesquelética de Sydney. “Aprender sequências de dança pode desafiar a cognição, a dança em parceria ou em grupo pode beneficiar as interações sociais e o aspecto artístico pode melhorar o bem-estar psicológico”, completa.

A pesquisadora também destaca que a dança pode proporcionar uma atividade física agradável e mais fácil de manter, em comparação com exercícios convencionais, como correr ou ir à academia.

Outro aspecto interessante levantado no estudo é que apesar dos benefícios sociais dos gêneros de dança que exigem um parceiro ou parceira, seis dos sete estudos com participantes com menos de 55 anos sugerem que dançar sozinho (como a dança aeróbica e a dança moderna), já melhora a saúde psicológica.

dançar saúde mental
Foto: Omar Lopez | Unsplash

Os estudos que analisam a relação entre a dança e a capacidade cognitiva focam sobretudo em participantes com 55 anos ou mais. Entre estes, a eficácia das intervenções de dança é mais evidente nos domínios da autoeficácia, ansiedade, depressão, motivação e qualidade de vida relacionada com a saúde. Embora haja menos evidências em pessoas com 16 anos de idade ou menos, a dança parece ser superior a outros exercícios na diminuição do impacto da somatização – a expressão do sofrimento psicológico como sintomas físicos.

O estudo inclui pesquisadores da Universidade de Sydney, Universidade de NSW, Universidade Macquarie e Universidade de Tecnologia de Queensland e foi publicado na Sports Medicine.