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Pesquisadores revelam riscos do consumo de ultraprocessados

Especialistas alertam para os perigos escondidos nas carnes ultraprocessadas, como peito de peru, salsicha, mortadela e presunto

alimentos ultraprocessados
Foto: Pixabay

Chega nesta semana ao Brasil a publicação ‘A Verdade Embutida’, com alertas sobre os perigos do consumo de carnes ultraprocessadas para a saúde. Entre os embutidos comumente consumidos pelos brasileiros, estão o peito de peru, a salsicha, mortadela, linguiça e o presunto.

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Com download gratuito, a publicação foi produzida pela ONG Alianima, organização que atua na agenda da proteção animal e ambiental no Brasil.

riscos ultraprocessados
Imagem: Reprodução

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Instituto Nacional de Câncer, o consumo de apenas 50 g/dia de carne processada pode aumentar o risco de câncer colorretal em 18%, além de outros tipos de câncer, como de estômago, de pâncreas e de próstata. Por isso, recomenda-se evitar o consumo de carne processada como forma de se proteger da doença.

O Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA) revela que para a produção dos embutidos, feitos de carne ou órgãos comestíveis, são utilizados, por exemplo, acidulantes, antioxidantes, aromatizantes, corantes, conservantes, estabilizantes, entre outros. Esses alimentos têm como envoltório a tripa, a bexiga ou outra membrana animal ou artificial e podem ser condimentados, curados, cozidos, defumados e dessecados.

A publicação mostra que na busca por uma alimentação mais saudável, é comum o consumidor ser induzido ao erro pela publicidade, que vende a ideia de que alimentos ultraprocessados são benéficos para a saúde, omitindo a presença de conservantes, corantes e aditivos em suas composições, que podem ser prejudiciais à saúde.

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salsicha ultraprocessados
A cada porção de 50g de carne processada, os riscos de câncer aumentam 18%. Foto: Pixabay

A Alianima busca promover a reflexão dos consumidores para a razão de os embutidos serem mais acessíveis e posicionados como opção de proteína em detrimento de alimentos in natura, como acontece com a salsicha para a parcela mais pobre da população.

“Comercializar com preços baixos não compensa a falta de esclarecimento sobre os possíveis danos à saúde. Fora que contribui para o nutricídio, em que pessoas com menos condições financeiras acabam consumindo mais esses produtos.” explica Patrycia Sato, presidente e Diretora Técnica da Alianima.

A publicação também chama a atenção para o cozimento desses produtos em grelhas e churrasqueiras. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), carnes grelhadas ou assadas em churrasqueiras podem contribuir para o desenvolvimento de cânceres: “as temperaturas muito elevadas utilizadas para preparar as carnes de forma frita ou grelhada, assim como a fumaça do churrasco, formam compostos químicos que são cancerígenos e aderem à superfície das carnes.”, alerta o órgão.

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carne churrasco
Foto: Pixabay

Efeitos de ultraprocessados na microbiota intestinal

Além dos riscos destacados pela lançada pela Alianima, o alto consumo de alimentos ultraprocessados (AUP) tem sido associado ao aumento do risco de obesidade e outras doenças metabólicas. Entre os impactos negativos destes alimentos estão alterações crônicas na microbiota intestinal.

É o que revela um estudo que avaliou o consumo de AUP com a microbiota intestinal e marcadores cardiometabolicos em mulheres. Os pesquisadores analisaram examinou 59 mulheres de acordo com consumo alimentar pela classificação NOVA, parâmetros antropométricos e metabólicos e microbioma intestinal por sequenciamento de última geração.

O maior consumo de AUP foi diretamente associado à resistência à leptina, o que prejudica o controle do apetite e pode contribuir para o ganho de peso. Os resultados do estudo sugerem que o consumo de alimentos ultraprocessados ou de alimentos in natura ou minimamente processados pode afetar a composição da microbiota intestinal.

embutidos
O consumo de embutidos está associado à mudanças na microbiota intestinal de mulheres. Foto: Pixabay

“Este trabalho representa o primeiro estudo de microbioma que correlacionou marcadores de qualidade da dieta, usando a NOVA, e espécies presentes na microbiota intestinal. Encontramos uma composição bacteriana diferente de acordo com o grupo alimentar preferencial consumido: alimentos ultraprocessados ou in natura/minimamente processados”, explica Dr. Marcio Mancini, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP) orientador do projeto.