Várzeas, charcos, pântanos e mangues abrigam 40% de todas as espécies
Não são tão populares como as florestas tropicais, mas são tão importantes quanto elas para a vida em nosso planeta.
Não são tão populares como as florestas tropicais, mas são tão importantes quanto elas para a vida em nosso planeta.
Por WWF Brasil
Charcos, pântanos, várzeas e mangues não são tão populares como as florestas tropicais, mas são tão importantes quanto elas para a vida em nosso planeta. Áreas úmidas são zonas de fronteira entre ambientes aquáticos e terrestres. Ou seja, são regiões que possuem o solo encoberto por água periodicamente ou durante todo o ano, incluindo áreas de água marítima com menos de seis metros de profundidade. Turfas, igapós e buritizais são outros exemplos desses ecossistemas.
Segundo o Relatório Ramsar 2018, as áreas úmidas oferecem lar para 40% das espécies de todo o mundo e fornecem água e alimento para mais de 1 bilhão de pessoas. Além disso, chegam a absorver e estocar 50 vezes mais carbono da atmosfera do que as florestas tropicais.
Por esse motivo, no Dia Mundial das Áreas Úmidas, celebrado no último 2 de fevereiro, mais de mil eventos foram realizados em todo o mundo entre palestras, ações de limpeza e educação ambiental, visitas a campo guiadas, lançamento de livros, festivais e concursos culturais. Mais informações sobre estas atividades podem ser visualizadas no site da Convenção sobre Áreas Úmidas, denominada Convenção de Ramsar – um tratado intergovernamental que desenvolve ações para a conservação e uso racional das áreas úmidas e seus recursos.
Neste ano a campanha da Convenção Ramsar chama a atenção para o fato de as áreas úmidas serem importantes aliados para o enfrentamento das mudanças climáticas. Por serem reservatórios de água, elas amenizam secas e o aumento das temperaturas. Mangues e corais são barreiras naturais contra ressacas. Pântanos e charcos são como esponjas, que absorvem as águas de chuvas e controlam enchentes.
O Brasil possui a maior área alagável continental do mundo, o Pantanal. Este bioma está presente em 2 estados brasileiros e em mais dois países, Bolívia e Paraguai. Cerca de 1,2 milhões de pessoas dependem do Pantanal para sobreviver. Seja pela pesca, pecuária, turismo, agricultura e serviços em geral. Esta área que correspondente à área da Bélgica, Suíça, Holanda e Portugal juntos, é importantíssima para aliviar o aquecimento global.
Cerca de 30% do território da Amazônia é ocupado por áreas úmidas – o equivalente a mais de dois milhões de quilômetros quadrados. Hoje, essas áreas são extremamente ameaçadas pelas mudanças no uso do solo e pelas mudanças climáticas.
Segundo algumas previsões do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), é possível que a temperatura aumente entre e 1,5º C e 7º C neste bioma até o fim deste século – modificando profundamente o regime das águas, afetando o regime de secas e cheias e ameaçando a fauna, a flora e as populações desses locais. A Amazônia possui hoje 09 Sítios Ramsar – ou seja, áreas úmidas que merecem atenção e proteção.
No pouco conhecido Pantanal Mineiro vivem cerca de 70% dos peixes da bacia do médio São Francisco, um verdadeiro berçário de espécies do Velho Chico.
Apesar de desempenharem importantes serviços ao planeta, desde 1.700 perdemos 87% das áreas úmidas do mundo. O Relatório WWF Living Planet 2016 mostra que a biodiversidade relacionada à água doce diminuiu em mais de 80% durante um período similar.
Quer saber mais? Visite página do WWF sobre as Áreas Úmidas, sobre o Pantanal e Amazônia. Visite também o site da Convenção Ramsar, um ambiente atualizado constantemente sobre as Áreas Úmidas no mundo.