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Desafio mundial quer redesenhar nosso sistema alimentar

Iniciativa da Fundação Ellen MacArthur convoca grandes empresas a liderarem a transição para uma economia circular e regenerativa

Mulher fazendo compras no mercado
Food photo created by prostooleh – www.freepik.com

Para solucionar um problema, precisamos entender suas causas e engajar todos os que podem fazer a diferença. O nosso atual sistema alimentar é um dos principais impulsionadores da perda de biodiversidade e responde por um terço das emissões globais de gases do efeito estufa. Para mudar este cenário, precisamos a participação das empresas e varejistas do setor de alimentos, que podem redesenhar nosso sistema alimentar para permitir que a natureza prospere. Com este objetivo, a Fundação Ellen MacArthur se juntou ao Sustainable Food Trust, e lançou um desafio aos produtores, varejistas, empresas de alimentos e fornecedores: adotar o design circular de alimentos.

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O desafio do Grande Redesenho de Alimentos, ou ‘The Big Food Redesign‘, é uma jornada global que convida diferentes atores da indústria alimentar a uma jornada de aprendizagem e criação. Grandes marcas, produtores locais e startups vão participar da iniciativa, para entender o que é o design circular de alimentos e aplicar este princípio para o desenvolvimento de novos produtos alimentícios ou para redesenhar os que já existem.

“Sabemos dos problemas. O atual sistema alimentar é um dos principais impulsionadores da perda de biodiversidade e é responsável por um terço dos gases de efeito estufa globais. Ao aplicar os princípios do design circular ao nosso sistema alimentar, podemos criar alimentos que regeneram a natureza e abordam alguns dos nossos problemas globais mais urgentes”, explica Ellen MacArthur, fundadora e líder do conselho de administração da Fundação Ellen MacArthur.

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Imagem aérea de área preparada para monocultura ou pecuária, próximo a Porto Velho. Foto Bruno Kelly | Amazônia Real

A proposta é criar produtos de maneira a ajudar a natureza a prosperar. Isso inclui repensar o conceito do produto, a seleção e o fornecimento de ingredientes e a embalagem. Ao aplicar o modelo circular, os participantes do desafio irão explorar o potencial dos alimentos para combater a perda de biodiversidade e enfrentar as mudanças climáticas. A entrega dos primeiros projetos é esperada para o final deste ano, e as ideias mais bem-sucedidas de produtos devem ser produzidas e lançadas em 2024.

Para se inscrever no desafio, não é preciso ter uma ideia de produto de antemão. As empresas podem participar para aprender, inovar e testar ideias no seu ritmo. As participantes terão acesso a uma plataforma criada especialmente para o desafio, que servirá como suporte à colaboração e networking pré-competitivo e disponibilizará uma série de webinars educativos, além de acesso a suporte de especialistas.

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Para aproveitar ao máximo as oportunidades de aprendizado, é recomendado que as empresas se inscrevam até 20 de junho de 2023, quando começam os webinars. Mais informações sobre o desafio estão disponíveis aqui.

desafio alimentos
Imagem: Fundação Ellen MacArthur

Entenda o Desafio

A jornada dos participantes será dividida em três fases. A primeira etapa será focada no aprendizado, colaboração e no design dos futuros produtos alimentícios, com o apoio da plataforma Latis, da HowGood, maior ferramenta de medição de impacto de produtos e ingredientes do mundo. Nessa fase, haverá webinars para inspirar, facilitar trocas e oferecer apoio técnico.

Em outubro, as empresas serão convidadas a submeter até cinco ideias de produto. Os protótipos que demonstrarem como os princípios do design circular para alimentos podem ser incorporados aos produtos, serão convidados a avançar para a próxima fase.

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“Ao oferecer às marcas e fornecedores globais de alimentos acesso gratuito à plataforma de inovação sustentável da HowGood, aproveitaremos o poder do espírito competitivo para impulsionar o desenvolvimento de produtos alimentícios de impacto e capacitar a indústria de alimentos com transparência radical para um futuro regenerativo”, conta Alexander Gillett, CEO da HowGood.

Produtos sustentáveis ou regenerativos

 Para atender aos critérios do desafio, o produto deve ter a maior parte de seus ingredientes provenientes de sistemas de produção que indicam resultados positivos para a natureza; preencher pelo menos uma das três oportunidades de design identificadas no modelo de design circular para alimentos (uso de ingredientes de menor impacto, diversificados e reciclados); e ter uma embalagem que não utilize materiais problemáticos e atenda ao maior número possível de metas de economia circular.

“Se não mudarmos drasticamente a forma como obtemos, produzimos, distribuímos e descartamos alimentos, enfrentaremos um futuro com constante poluição plástica, uma atmosfera em aquecimento e um oceano perdendo tanto o oxigênio que respiramos quanto a vida marinha da qual metade da população humana depende para sua obtenção primária de proteínas”, resume Wendy Schmidt, presidente e co-fundadora da Schmidt Family Foundation.

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Foto: Peter Bond | Unsplash

Na etapa de produção, as empresas terão a oportunidade de discutir sobre o varejo, as apresentações dos produtos e a construção de narrativas. Será realizado um segundo processo de pontuação, utilizando as mesmas métricas que na etapa de design, com ênfase em captar informações adicionais referentes ao cultivo e à produção, com base nos princípios holísticos da estrutura da Global Farm Metric.

A última etapa, que se inicia ao final de 2024, serão anunciados os produtos mais bem-sucedidos do desafio com uma cerimônia de premiação e oportunidades de colocação no mercado com o apoio de varejistas parceiros.

Lançamento Mundial 

O Grande Redesenho de Alimentos foi lançado mundialmente no dia 28 de maio, com eventos simultâneos em São Paulo e em Londres. As presenças de representantes de grandes empresas da indústria alimentícia nos dois eventos é um indicativo de que a adesão deve ser significativa. Em São Paulo, estiveram presentes Andrea Mota, Diretora de Sustentabilidade na Coca-Cola, Felipe Lucci, Líder de Sustentabilidade da Mãe Terra – Unilever e Suzy Yoshimura, Diretora Sênior de ESG – Grupo Carrefour Brasil.

“Estamos muito entusiasmados em apoiar o Desafio Grande Redesenho de Alimentos, pois ele oferece uma grande oportunidade para as empresas de alimentos, de explorarem a fabricação de produtos alimentícios de maneira positiva para as pessoas e o planeta – que é nossa ambição na Unilever”, afirmou a Dorothy Shaver, Diretora Global de Sustentabilidade Alimentar da Unilever.

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Imagem: Fundação Ellen MacArthur