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Na COP28, cidades ganham destaque no combate às mudanças climáticas

Acordo inédito entre 63 governos, incluindo o Brasil, vai capacitar lideranças locais para responder à emergência climática

COP 28 cidades
Atuação local ganha destaque no combate às mudanças climáticas. Foto: Miriam Garcia | CDP

No início da COP 28, aconteceu a histórica Cúpula de Ação Climática Local, organizada pela Presidência da COP28 e pela Bloomberg Philanthropies. Pela primeira vez em uma Conferência do Clima, mais de 450 líderes subnacionais se reuniram, incluindo 250 prefeitos e governadores, reconhecendo o papel crítico que desses atores na redução de emissões e no enfrentamento dos riscos climáticos.

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Em um acordo inédito, 63 governos, entre eles o Brasil, endossaram uma iniciativa chamada CHAMP (sigla em inglês para Coalizão de Parcerias Multiníveis de Alta Ambição). O objetivo é capacitar lideranças de governos estaduais e municipais para criar e executar metas de mudanças climáticas.

Atualmente, somente 24% das metas nacionais dos países levam em conta as contribuições das cidades, o que enfraquece a mobilização local, a obtenção de financiamento, a aceleração da transição energética e o tão necessário e urgente fortalecimento da resiliência e da adaptação.

Adaptação Climática
Enchente em Lajeado em setembro de 2023. | Foto: Mauricio Tonetto

Em torno de 10% a 15% do financiamento climático chega para os governos locais, que são, em geral, os primeiros afetados. Por isso, a Bloomberg Philanthropies anunciou um novo compromisso de destinar US$ 65 milhões para apoiar as prefeituras na redução de suas emissões e em medidas de adaptação e transição para fazer frente aos eventos climáticos.

Entre os problemas enfrentados pelas cidades, o tema da saúde é um dos mais críticos, o que leva a outra novidade na COP de Dubai: pela primeira vez, dedicou-se um dia inteiro para o abordar os efeitos das mudanças climáticas na saúde. Segundo estudo do CDP, os três principais impactos associados são doenças infecciosas, transmitidas por vetores como malária e dengue, interrupção dos serviços de saúde e instabilidade dos serviços de água e saneamento.

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esgoto
Foto: Fernando Frazão | Agência Brasil

Perdas e danos

A aprovação do fundo de perdas e danos no primeiro dia da Conferência trouxe algum otimismo para os negociadores. O fundo é destinado a compensar e reparar países emergentes e particularmente vulneráveis aos efeitos adversos das mudanças climáticas. As doações anunciadas até o momento já ultrapassam US$ 403 milhões. Todavia, ainda há esforços consideráveis a serem feitos para garantir sua operacionalidade e capitalização nos próximos anos.

Esta já é a maior edição da história das Conferências do Clima, com recorde de delegados, sendo o Brasil o 2º país com mais crachás (3.081), atrás somente do país anfitrião. São 97 mil participantes inscritos fisicamente, entre governos, empresas e sociedade civil, o dobro da última edição, que aconteceu no Egito, no ano passado.

COP 28
Foto: Miriam Garcia | CDP

Com a COP28 marcada como a maior da história em número de participantes, é imperativo que a mobilização global se traduza em ações concretas e cooperação contínua para enfrentar os desafios climáticos em todas as suas dimensões.

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Por dentro da COP28, com o CicloVivo e o CDP

Este conteúdo sobre a COP28 chegou até você por uma parceria entre o CicloVivo e o CDP, uma organização global sem fins lucrativos que administra um sistema mundial de divulgação ambiental para empresas, cidades, estados e regiões. Quem traz as principais notícias, da Conferência das Partes sobre o Clima, direto de Dubai, é a Miriam Garcia, diretora associada de engajamento político do CDP Latin America.

Miriam é doutora em relações internacionais pelo Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo, é responsável pelo relacionamento com governos nacionais e subnacionais na América Latina e integra a delegação do CDP na COP pela quarta vez. Fundado em 2000, o CDP trabalha com mais de 740 instituições financeiras e gere dados de mais de 24 mil organizações em todo o mundo. Busca motivar as empresas a divulgar seus impactos ambientais, reduzir as emissões de gases de efeito estufa, gerenciar os recursos hídricos e proteger as florestas.  É membro fundador das iniciativas Science Based Targets e Net Zero Asset Managers.

COP 28
Fotos: Miriam Garcia | CDP