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Incêndios florestais no Chile causam mais de 100 mortes

Há ainda centenas de pessoas desaparecidas; é a pior catástrofe do país desde o terremoto de 2010

Incêndios florestais Chile
Incêndio florestal no Chile em 2017. | Foto: Esteban Ignacio | Flickr

Um desastre histórico está acontecendo no Chile neste exato momento. A tragédia é a pior desde o forte terremoto de 2010, segundo autoridades locais. Tudo começou na última quinta-feira (1º) quando incêndios florestais alastraram-se nas regiões de Valparaíso e Viña del Mar, duas cidades costeiras turísticas. Desde então, a morte de 122 pessoas já foi confirmada e o número deve aumentar, uma vez que há centenas de desaparecidos.

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O fogo destruiu casas, edifícios e veículos. Imagens que circulam na internet mostram bairros inteiros devastados. Com aviões-tanque e helicópteros, o governo tenta controlar as chamas, mas as condições climáticas não ajudam e os focos de incêndio não cessam. O Chile vem enfrentando uma onda de calor na região central do país, incluindo Santiago (a capital), com temperaturas atingindo os 39 ºC. Além disso, ventos fortes dificultam o combate às chamas, além de piorar a situação, causando, por exemplo, explosões de carros em rodovias.

O Ministério do Interior calcula que cerca de 14 mil casas foram danificadas pelos incêndios somente nas áreas de Viña del Mar e Quilpué. De acordo com a agência France Presse, o fogo se propagou sobretudo em áreas com construções irregulares e densamente povoadas.

​​Bombeiros, militares e milhares de voluntários se unem no combate ao fogo e toques de recolher obrigatórios foram implementados em várias comunidades. O objetivo é liberar as estradas e facilitar a passagem de veículos de emergência nas áreas afetadas. Nesta segunda (5), foi decretado luto nacional por dois dias pelas vítimas da tragédia.

Imagens impressionantes foram divulgadas pelas principais agências de notícias – veja aqui.

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O presidente chileno Gabriel Boric, que decretou estado de emergência e catástrofe desde a ​​noite de sexta-feira (2), afirmou que o país enfrenta uma “tragédia de grande magnitude”. O último evento tão destrutivo ocorreu em 2010, quando um terremoto provocou cerca de 500 mortos.

A forte onda de calor que atinge o Chile e outras regiões da América do Sul é apontada como a principal causa para os incêndios com tamanha letalidade. O fenômeno climático El Niño, que contribuiu para que 2023 fosse o ano mais quente já registrado em todo o mundo, ainda está em ação e pode causar tragédias em outras localidades. Em reportagem a RTP aponta que após o Chile, a onda de calor ameaça Argentina, Paraguai e Brasil nos próximos dias.

O surgimento de quatro focos de incêndio simultâneos, segundo Rodrigo Mundaca, governador da região de Valparaíso, também levou as autoridades a investigar se o fogo é criminoso. Boric reforçou que, caso haja responsáveis diretos, eles serão responsabilizados.