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COP 28 Dubai
Fotos: Miriam Garcia | CDP

Os primeiros sete dias da COP 28, em Dubai, foram palco para mais de centenas de eventos e anúncios importantes em temas como transição energética, florestas e perdas e danos. A próxima semana será marcada pelo encerramento das negociações entre os países e por debates políticos de alto nível, com as discussões ministeriais.

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Para apoiar decisões mais ambiciosas, mais de 200 cientistas contribuíram para um relatório que mostra como ainda estamos longe do objetivo de conter o aumento da temperatura em 1,5ºC, o recomendado para evitar danos irreversíveis ao planeta.

O Global Tipping Points Report (Relatório de Pontos de Inflexão Globais), com mais de 500 páginas, identifica cinco pontos de inflexão do sistema terrestre, ou seja, de mudança de direção urgentes, que vão desde a extinção dos recifes de corais ao degelo das calotas polares. Todavia, também traz uma mensagem de esperança, demonstrando que ainda há tempo para pontos de virada positivos, que permitem à sociedade acelerar e escalar as transformações necessárias.

Se, por um lado, o alcance de um ponto de inflexão negativo gera crises em cadeia, por outro, pontos de inflexão positivos alimentam um ciclo virtuoso. A ampla adoção de veículos elétricos, por exemplo, barateia tecnologias verdes, o que, por sua vez, reforça o ponto de virada para as energias renováveis em outros setores, viabilizando a transição energética.

energia eletricidade
Foto: Matthew Henry | Unsplash

Os cientistas afirmam que é preciso ir além da neutralidade climática até 2050, o que requer esforços para dar fim aos combustíveis fósseis até a metade desse século. A temática segue em aberto em Dubai, mas, como suscita muitas divergências entre os países, o imperativo pode acabar não sendo incluído, mais uma vez, no texto final de uma COP.

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Nos próximos dias, a expectativa é que acordos relevantes sejam firmados, tendo como pilar central a decisão do Balanço Global (GST, da sigla em inglês), que servirá como orientador da revisão das metas climáticas dos países (NDCs, da sigla em inglês). Vale lembrar que a decisão política do GST deve reconhecer o melhor conhecimento científico disponível em decisões políticas com foco em mitigação, o que se conecta à recomendação dos cientistas do relatório sobre a consideração dos pontos de inflexão no processo do GST e nas futuras NDCs.

Foto: KiaraWorth | Fotos Públicas

Outros temas em aberto são os de adaptação, financiamento, perdas e danos, cooperação internacional e passos seguintes. A conexão de todos os temas do Acordo de Paris no texto do GST, que demandará ainda muitas articulações diplomáticas para se chegar a um acordo, será a medida de sucesso da COP28.

Por dentro da COP28, com o CicloVivo e o CDP

Este conteúdo sobre a COP28 chegou até você por uma parceria entre o CicloVivo e o CDP, uma organização global sem fins lucrativos que administra um sistema mundial de divulgação ambiental para empresas, cidades, estados e regiões. Quem traz as principais notícias, da Conferência das Partes sobre o Clima, direto de Dubai, é a Miriam Garcia, diretora associada de engajamento político do CDP Latin America.

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Miriam é doutora em relações internacionais pelo Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo, é responsável pelo relacionamento com governos nacionais e subnacionais na América Latina e integra a delegação do CDP na COP pela quarta vez. Fundado em 2000, o CDP trabalha com mais de 740 instituições financeiras e gere dados de mais de 24 mil organizações em todo o mundo. Busca motivar as empresas a divulgar seus impactos ambientais, reduzir as emissões de gases de efeito estufa, gerenciar os recursos hídricos e proteger as florestas.  É membro fundador das iniciativas Science Based Targets e Net Zero Asset Managers.

COP 28 Dubai
Foto: Miriam Garcia | CDP