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Energia renovável e transição justa ganham aliados na COP28

O Brasil e outros 117 países, comprometeram-se a triplicar a capacidade de geração global de energias renováveis até 2030

energia eletricidade
Foto: Matthew Henry | Unsplash

Os compromissos voluntários para aumentar a produção de energia limpa e de fontes renováveis ganham impulso na COP28, em Dubai. O Brasil, juntamente com outros 117 países, comprometeu-se a triplicar até 2030 a capacidade de geração global de energias renováveis (energia eólica, solar, hidroelétrica, entre outras). Isso significa aumentar os atuais 3.400 gigawatts (GW) produzidos mundialmente para 11.000 GW, um desafio que inclui mudanças nos sistemas elétricos e na infraestrutura das regiões.

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A União Europeia, uma das potências que liderou o Compromisso Global sobre Energias Renováveis ​​e Eficiência Energética, também anunciou o investimento de 2 milhões de euros na construção de uma planta de hidrogênio verde no estado do Piauí.  O projeto deve ser iniciado em 2028 e já é um dos maiores do mundo. A produção desse combustível é considerada uma das soluções para a descarbonização de várias atividades econômicas, como o transporte marítimo e aéreo.

Airbus
A Airbus quer desenvolver a primeira aeronave comercial de emissão zero do mundo até 2035. Imagem: Airbus | Divulgação

No contexto das negociações formais, a transição justa foi um ponto crucial incluído no rascunho do programa de trabalho. Na transição da matriz energética global, alguns setores da economia, como os de mineração e petróleo, terão suas atividades reduzidas, o que afetará de forma desproporcional os países, principalmente aqueles em desenvolvimento que são mais dependentes de recursos não renováveis. Por isso, uma transição justa considera aspectos sociais mais amplos.

O programa reforça a importância de se considerar os direitos humanos e de se promover a inclusão dos trabalhadores afetados e das pessoas vulneráveis. É um chamamento para que exista uma colaboração entre os países, de forma a não deixar ninguém para trás – são mais de 3 bilhões de pessoas expostas às consequências mais graves das mudanças climáticas.

energia solar
Foto: Asia Chang | Unsplash

Todavia, o financiamento público é insuficiente para viabilizar essa transição. Está cada vez mais evidente que os financiamentos privado e público precisam seguir juntos, como ressaltado no relatório do Grupo de Peritos de Alto Nível em Financiamento Sustentável (IHLEG, da sigla em inglês). Para um dos autores, o economista britânico Nicholas Stern, o financiamento do setor privado “deveria ser multiplicado por um fator de 15″. Ele afirma que é momento de os países focarem na aceleração de uma implementação colaborativa.

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A COP28 será mais um teste da capacidade da Convenção de incluir, de forma definitiva e ambiciosa, os agentes não estatais nas negociações formais, reconhecendo a importância das suas contribuições para a escalabilidade da transição justa e compatível com o 1,5ºC.

Por dentro da COP28, com o CicloVivo e o CDP

Este conteúdo sobre a COP28 chegou até você por uma parceria entre o CicloVivo e o CDP, uma organização global sem fins lucrativos que administra um sistema mundial de divulgação ambiental para empresas, cidades, estados e regiões. Quem traz as principais notícias, da Conferência das Partes sobre o Clima, direto de Dubai, é a Miriam Garcia, diretora associada de engajamento político do CDP Latin America.

Miriam é doutora em relações internacionais pelo Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo, é responsável pelo relacionamento com governos nacionais e subnacionais na América Latina e integra a delegação do CDP na COP pela quarta vez. Fundado em 2000, o CDP trabalha com mais de 740 instituições financeiras e gere dados de mais de 24 mil organizações em todo o mundo. Busca motivar as empresas a divulgar seus impactos ambientais, reduzir as emissões de gases de efeito estufa, gerenciar os recursos hídricos e proteger as florestas.  É membro fundador das iniciativas Science Based Targets e Net Zero Asset Managers.

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Foto: Nicholas Doherty | Unsplash