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Vidro fotovoltaico transforma fachadas em fontes de energia

A Panasonic está desenvolvendo células solares de perovskita para diversas estruturas arquitetônicas

perovskita
Foto: Panasonic | Divulgação

Aproveitar a incidência solar em fachadas de edifícios é a nova aposta de projetos de eficiência energética. No Japão, um país fortemente dependente de energia importada, a Panasonic Holdings Corporation está usando células solares de perovskita para transformar janelas de fachadas em fonte de energia renovável.

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O protótipo do vidro fotovoltaico perovskita da empresa foi recentemente instalado em uma casa modelo na cidade de Fujisawa no Japão, onde vão ocorrer testes técnicos ao longo de um ano. Os “vidros geradores de energia” permitem obter energia renovável de forma harmônica com a paisagem, ampliando as possibilidades de espaços urbanos serem capazes de produzir energia limpa.

As vidraças vão absorver diretamente a energia do sol, protegendo o interior do edifício dos raios ao mesmo tempo em que gera eletricidade e abastece as necessidades energéticas do local.

fachada perovskita
Foto: Panasonic | Divulgação

O uso de células solares de perovskita integradas em vidro em específico promete resolver desafios em termos de transparência e design quando se trata de instalá-las em superfícies de vidro, como janelas. A ideia é que o material possa ser usado em diversas estruturas arquitetônicas.

“Nosso objetivo é oferecer a solução como uma escolha avançada e inovadora nas indústrias de arquitetura e energia, fornecendo uma solução nova e de ponta que complementa o design dos próprios edifícios”, afirma a empresa.

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O produto vai ao encontro da crescente demanda por casas e edifícios com emissão líquida zero onde a quantidade total de energia usada pelo imóvel anualmente é igual à quantidade de energia renovável gerada no local.

Como funciona

A camada de cristais de perovskita tem menos de um micrômetro de espessura e é depositada sobre um substrato de vidro por meio de impressão a jato de tinta. A Panasonic desenvolveu painéis de vidro perovskita com 20%, 40% e transparência graduada.

fachada perovskita
Foto: Panasonic | Divulgação

“Ao combinar nosso método original de revestimento por jato de tinta e tecnologia de processamento a laser, podemos aumentar a flexibilidade em termos de tamanho, transparência e design, permitindo a personalização de acordo com as necessidades de cada cliente”, afirma a companhia.

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Perovskita

Alternativa às células convencionais de silício, os painéis solares de perovskita são, para alguns, o futuro da energia solar. Perovskita é um mineral de óxido de cálcio e titânio com capacidade de absorver eficientemente a luz solar.

Segundo a Agência Fapesp, as células solares de perovskitas já alcançam uma eficiência de 25% na conversão de energia luminosa em elétrica, ultrapassando o percentual das células de silício policristalino – que é de cerca de 20%. A capacidade de capturar energia solar e convertê-la em eletricidade pode chegar até 32,5% no uso conjunto de perovskita e silício.

celula perovskita
Foto: Panasonic | Divulgação

Outra vantagem, de acordo com a Panasonic, é que os painéis solares de perovskita podem “transcender os limites do silício” por meio de designs mais finos e flexíveis. Além disso, segundo a Fapesp, trata-se de uma tecnologia de fabricação mais simples, barata e menos impactante para o meio ambiente.

celula perovskita
Yukihiro Kaneko da Panasonic mostra um módulo solar de perovskita semitransparente. | Foto: Divulgação

As células de perovskita não requerem tratamento térmico elevado e podem ser produzidas com muito menos energia, tornando-as mais baratas e mais sustentáveis. Embora sejam necessários dois a três anos de geração de energia para recuperar a energia usada para fabricar células de silício, são necessários apenas três ou quatro meses com células de perovskita, de acordo com Yukihiro Kaneko, gerente geral do Centro de Tecnologia de Materiais Aplicados, Divisão de Tecnologia, Panasonic Holdings Corporation.