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Coworking substituí fachadas de vidro por verde e vida

Espaço coletivo propõe a conexão com o mundo natural para quem está dentro do edifício e para quem circula pelo bairro

Foto: Hemant Patil

O coworking S-9 foi construído na cidade de Pune, um dos centros industriais e educacionais mais importantes da Índia, com dois objetivos bem claros no projeto: um design sensível e multifuncional que servisse ao seu entorno e aos seus usuários e uma arquitetura atemporal que pudesse se transformar conforme a vida da cidade. E o escritório PMA madhushala conseguiu cumprir estes objetivos.

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O primeiro passo deixar de lado as fachadas de vidro, que vem ganhando cada vez mais espaço em áreas urbanas. Em seu lugar, entraram canteiros que se projetam para fora do edifício, trazendo de volta a experiência de ter plantas na janela, que possam ser tocadas, cultivadas e regadas, criando uma conexão com a natureza para quem trabalha no local. Além de levar vida para o ambiente interno, as floreiras oferecem para a vizinhança mais verde e, consequentemente, menos calor e poluição sonora e atmosférica. A fachada de plantas garante sombra e frescor, dentro e fora do edifício.

fachada verde
Foto: Hemant Patil

Substituindo o vidro, o S-Nine ganhou uma cobertura eficiente e ecológica, que traz benefícios importantes para cidades de clima quente. A fachada tem de arenito vermelho natural, montadas de forma a criar uma grade de floreiras e aberturas. Desta forma, a vegetação torna-se parte do edifício. O espaço vertical externo é dividido em módulos menores de concreto, com aletas verticais de pedra com floreiras. A divisão modular facilita a construção, uma vez que as aletas de pedra são confeccionadas manualmente no local, e cria uma ilusão de escala na elevação.

fachada verde
Imagem: PMA madhushala

As aletas de pedra possuem um sistema de abastecimento e descarga de água. A grelha da fachada é independente da estrutura principal do edifício, permitindo uma ampla flexibilidade em termos de padrão e composição. Um sistema de colunas periféricas é adotado para uma utilização flexível e multifuncional do espaço interior, onde cada andar possui um corredor de serviço especial.

O design e a disposição assimétrica das jardineiras formam um padrão visual harmônico, com o arranjo orgânico de arenito vermelho e as cores da folhagem formando uma composição que acalma os olhos do observador. O envelope externo atua como uma pele que muda naturalmente com o tempo. A longo prazo, as aberturas de pedra podem ser removidas, garantindo a liberdade de modificar a sua expressão arquitetônica.

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fachada verde
Foto: Hemant Patil

Material natural, desperdício zero e desempenho ambiental

O arenito vermelho natural indiano foi escolhido para a fachada por suas capacidades de absorção de água, calor, durabilidade, e resistência maior do que materiais artificiais. O dimensionamento da pedra foi projetado para minimizar o desperdício de material. As pedras que não foram aproveitadas na cobertura, foi usada em pisos de estacionamento e paredes compostas.

coworking
Foto: Hemant Patil

A água e o fertilizante líquido são fornecidos a cada jardineira por um sistema de gotejamento por gravidade. O design modular tornou os canteiros  acessíveis para manutenção em andares individuais. As aberturas garantem a iluminação natural durante a maior parte do dia, com raios difusos que passam pelas plantas reduzindo o ganho geral de calor dentro do edifício.

coworking
Imagem: PMA madhushala

A construção em pedra foi feita por uma equipe local acostumada a trabalhar com o material, evitando a “importação de tecnologia” e materiais, diminuindo a pegada ambiental da obra. A presença da cultura local  também se faz presenta na escultura no átrio de entrada “Deepstambh”, feito de módulos interligados que diminuem de tamanho junto com a altura. Os módulos facilitam o artesanato, o transporte e a montagem no local.

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fachada verde
Foto: Hemant Patil

O coworking está estrategicamente localizado em uma área em que as fachadas de vidro ainda se fazem presentes e apresenta um contraponto à esta urbanização desconectada da natureza e da cultura local. A inclusão de estruturas que incorporam a natureza é uma forma de conectar as pessoas ao seu entorno, ao mesmo tempo que cria um lugar mais agradável, para quem entra e para quem circula pelo entorno do edifício. Segundo os seus idealizadores, o S Nine é um pequeno passo em direção à criação de um bairro urbano mais verde.

bairro verde
Foto: Hemant Patil