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Floripa paga aos catadores por triagem de recicláveis

Remuneração reconhece e valoriza o trabalho dos profissionais que atuam na coleta de resíduos

pesquisa catadores e catadoras
Foto: Reprodução | Pesquisa Cataki 2022

As catadoras e os catadores de materiais recicláveis são trabalhadores autônomos responsáveis por grande parte da coleta seletiva no Brasil. Mesmo ajudando a manter as cidades mais limpas e contribuir para a cadeia de reciclagem, estes profissionais não são remunerados pela maioria dos municípios. Em Florianópolis, capital de Santa Catarina, essa realidade ganhou um novo contorno com o início do pagamento em dinheiro pela triagem de recicláveis às cooperativas e associações de catadores da cidade.

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A Prefeitura de Florianópolis, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SMMADS), aproveitou o Dia do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho, para formalizar a remuneração.

“Até o momento nossa parceria garantia que os resíduos chegassem até aos galpões de separação sem nenhum custo, através dos caminhões do sistema de coleta. O lucro dos profissionais da triagem vinha da comercialização do material triado. Esse pagamento pelo poder público vai fortalecer o trabalho”, explica o secretário de meio ambiente e desenvolvimento sustentável, Fábio Braga.

Recentemente, o Movimento Nacional dos Catadores/as de Materiais Recicláveis realizou uma manifestação em São Paulo justamente para reivindicar o pagamento da prefeitura pelos serviços prestados.

Como vai funcionar

Seguindo a orientação da Política Nacional de Resíduos Sólidos de priorizar a participação de cooperativas ou associações de catadores de baixa renda, a remuneração será destinada para seis unidades de triagem, selecionadas por meio de credenciamento via chamada pública realizada em 2022. Serão pagos R$ 72,23 por tonelada de resíduo seco reciclável triado e encaminhado à reciclagem, independente da tipologia.

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“O objetivo do credenciamento foi possibilitar a inserção formal das cooperativas e associações no sistema de coleta seletiva, com profissionalização e garantia do cumprimento dos requisitos ambientais, trabalhistas, fiscais e sociais, além de aumentar a renda para os catadores que são imprescindíveis ao processo de gestão dos resíduos”, salienta a gerente da divisão de planejamento da Secretaria de Meio Ambiente, Daiana Bastezini.

A gestão pública de Florianópolis calcula que o maior aproveitamento dos materiais recicláveis também refletirá em ganhos econômicos com a logística, otimizando o aproveitamento das cargas da coleta seletiva, além de redução de custos com remoção, assim como o destino final com aterramento.

“A triagem de recicláveis secos já movimenta cerca de 8.400 toneladas por ano. A remuneração reconhece e potencializa essa dinâmica, em um movimento semelhante ao que já fazemos no pagamento pela compostagem de resíduos orgânicos”, conclui Braga.

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Ampliação da coleta de vidros

Outra boa notícia sobre a reciclagem em Floripa é a ampliação da coleta de vidros com a instalação de 100 novos PEVs (Pontos de Entrega Voluntária) de vidro. Segundo a prefeitura, além de algumas escolas, as unidades de coleta vão ser posicionadas em regiões onde a demanda é mais significativa. A estimativa da capacidade de recolhimento é ultrapassar as sete mil toneladas.

PEVs Pontos de Entrega Voluntária
100 novos PEVs foram entregues ao município. | Foto: Sofia Leal | PMF

Atualmente, Florianópolis possui 145 PEVs distribuídos pela cidade, com o recolhimento anual de cerca de 3.600 toneladas de vidro. Até 2025, a meta é obter outros 200 PEVs. O projeto é realizado em parceria com a produtora de vidro Verallia.

Com informações da Prefeitura de Florianópolis