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Iniciativa leva 4G às comunidades amazônicas

A tecnologia, que já está ajudando as atividades cotidianas, agora vai contribuir para mensurar o impacto das mudanças climáticas na regiāo

Huawei amazonia
O líder da comunidade indígena Anilton Tuchaua celebra conectividade de alta qualidade no estado do Amazonas. Imagem: Huawei | Divulgaçāo

Realizar compras on-line, fazer chamadas de vídeo e até realizar uma consulta médica por telefone. Ações que podem ser corriqueiras para quem vive em grandes cidades, ainda não é uma realidade para cerca de 36 milhões de pessoas que não têm acesso à internet no Brasil, segundo a pesquisa TIC Domicílios de 2022. Mas em Caiambé, uma pequena comunidade no Tefé, município do estado do Amazonas, a distância geográfica já não é mais empecilho para se conectar. A região é uma das beneficiadas de um programa que está levando conectividade 4G aos moradores.

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Josimar Oliveira Veloso Júnior nasceu e viveu a maior parte da vida em Tefé sem internet. Em 2018, ele arregaçou as mangas e decidiu transformar uma necessidade pessoal em negócio. Começou a construir uma torre de Manaus até Tefé – foram construídas 22 torres na época. Nasceu a operadora regional Veloso Net. O trabalho foi sendo desenvolvido e se aprimorando até que, há dois anos, ele começou uma parceria com a Huawei onde foram implementadas novas tecnologias, como Wireless, 4G e 5G.

Nos últimos anos, a Huawei e a Veloso Net trabalharam juntas na construção de redes de telecomunicações que agora atingem 30% dos residentes do estado do Amazonas e que passaram a ter acesso à conectividade 4G pela primeira vez.

Huawei amazonia
Imagem: Divulgaçāo

A parceria consistiu na instalação de redes de banda larga em comunidades e cidades localizadas ao longo do rio Solimões, com extensão de 1.700 quilômetros, partindo de Tabatinga, cidade próxima à fronteira com a Colômbia, até Manaus, capital do estado brasileiro do Amazonas. “Levamos internet de qualidade e com preço acessível para regiões até recentemente isoladas ou com serviços precários”, dz Júnior Veloso, CEO da Veloso Net.

Maior estado em área do Brasil, o Amazonas cobre mais de 1,5 milhão de quilômetros quadrados, mas tem apenas 3,5 milhões de habitantes. O estado é coberto pela floresta e o Rio Solimões é um de suas hidrovias mais importantes.

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Assim como muitos moradores locais, Anilton Tuchaua, líder da tribo Kokama, teve recentemente sua primeira experiência com uma rede rápida de telecomunicações, que facilita a vida dos estudantes locais e garante fácil acesso aos serviços públicos.

“Com a rede podemos não só nos comunicar com as autoridades, como também entre nós. É muito importante para os nossos alunos, por exemplo, para que possam estudar com pessoas de fora”, afirma.

Em Tefé, a 500 quilômetros de Manaus, a moradora Juranete Alves comemorou a chegada da conectividade 4G à comunidade. “Para nós aqui do interior, antes de 2022 o que tínhamos aqui era apenas um telefone público para quase 400 domicílios. Foi difícil”, afirma.

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Parceria pela preservação

Na última segunda-feira (27), a Huawei realizou um evento em Sāo Paulo para mostrar a parceria em prol da inclusão digital. Juliana Costa provou o resultado do projeto ao se conectar ao vivo com o evento para compartilhar o que mudou desde que a internet sem fio passou a fazer parte de sua vida.

“Hoje a gente consegue levar a internet com a gente para onde formos. Meus filhos usam a internet para estudar. Trabalho com loja e me ajuda bastante para eu vender meus produtos on-line, conversar com os clientes, colocar em grupos. Isso não existia, hoje consigo interagir bastante”, relata Juliana Costa, da comunidade Santa Rita do Weil, situada a três horas de barco do município de São Paulo de Olivença, no extremo Oeste do Amazonas.

Também foi anunciado, durante o evento a segunda fase do projeto Tech4Nature, que visa utilizar inovações tecnológicas digitais para preservação do meio ambiente e desenvolvimento econômico.

“De 2024 a 2026, a Huawei cooperará com a União Internacional para Conservação da Natureza (UICN) para implementar um projeto de proteção ambiental na área ao redor da foz do Rio Amazonas, no estado do Pará, e capacitar as comunidades locais para que possam usar a ciência e a tecnologia como forma de prevenir incêndios e proteger a flora e a fauna locais”, diz Atilio Rulli, vice-presidente de Relações Públicas da Huawei para a América Latina e Caribe.

“A Huawei pretende desenvolver sistemas mais eficientes, de baixo custo e fáceis de operar com vistas à preservação. A capacitação das comunidades permite que os moradores participem do projeto, gerando conhecimento, ciência e inclusão digital”, explica.

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Beatriz Barros, Atilio Rulli e Júnior Veloso em evento “Conectividade: Caminho para um Futuro Mais Inclusivo na Amazônia”. Foto: Divulgaçāo

A empresa tomou iniciativas semelhantes em comunidades remotas em Puerto Williams, uma cidade no sul do Chile, e em Mérida, uma cidade no sul do México onde fez parceria com organizações locais e internacionais para desenvolver soluções digitais de conservação da biodiversidade.

Segundo a Huawei, o objetivo é alcançar resultados semelhantes no Brasil, fornecendo ferramentas digitais, ao mesmo tempo que dá à população acesso a melhores serviços públicos, como saúde e educação, e melhores oportunidades de emprego e de novos negócios.

Beatriz Barros, coordenadora da UICN, explica que após a experiência global com o Tech4Nature começou-se a ser pensada a possibilidade de replicar o projeto para o Brasil, em uma segunda fase. Tendo a Amazônia como foco prioritário, a UICN começou a levantar as diferentes necessidades de tecnologias das comunidades onde a instituição já atua.

A partir do programa da Lista Verde de Áreas Protegidas e Conservadas, da IUCN, que é uma certificação de áreas protegidas ou de unidades de conservação que tenham uma boa gestão, as comunidades começaram a ser selecionadas.

O projeto escolhido é uma tecnologia de baixo custo para ajudar a mensurar a nível local o impacto da mudança climática. A iniciativa já está em desenvolvimento pela Universidade Federal do Pará e o objetivo é dar escala.

“Temos muitos dados globais, mas queremos entender isso no território: quais mudanças vāo causar e já estão causando para poder se antecipar na solução. Como resolver, como se adaptar junto às comunidades. Esperamos daqui um ano, um ano e meio conseguir implementar o projeto”, conta Beatriz.

A ação medirá o impacto da mudança climática em áreas de manguezais. “É um ecossistema ameaçado, além de ser para a biodiversidade berçário de muitas espécies importantes e ameaçadas de extinção, é muito importante para comunidades locais por ser a subsistência de muitas comunidades extrativistas”, completa.

O monitoramento será participativo. “A ideia é capacitá-los para que eles possam operar o equipamento, obter os dados e tomar decisões do que fazer”, finaliza a coordenadora da UICN.