Nova Iorque proíbe venda de animais de estimação em lojas

O número de animais abandonados, vivendo nas ruas ou em abrigos e ONGs esperando uma adoção é enorme – existem bichinhos de todos os tamanhos, idades e personalidades esperando por uma família. Mas, mesmo assim, muita gente escolhe comprar um bichinho de estimação em pet shops e, infelizmente, muitos destes animais vêm de criadores com instalações e condições inadequadas.

Para reverter este quadro, Nova York se tornou o mais recente estado americano a proibir a venda de alguns animais em pet shops.

Uma nova lei assinada pela governadora Kathy Hochul proíbe a venda de cães, gatos e coelhos em lojas de varejo, trabalhando para acabar com as vendas de animais de locais que funcionam como verdadeiras “fábrica de filhotes para pet shop”, sem o devido cuidado com o bem estar animal.

A nova lei incentiva as lojas de animais a trabalhar com grupos de resgate de animais e abrigos para para animais resgatados que estão disponíveis para adoção.

A Califórnia foi o primeiro estado a aprovar uma proibição de varejo em 2017. Maryland seguiu em 2018 e uma proibição estadual em Illinois entrou em vigor em fevereiro. Maine e Washington aprovaram leis que proíbem as vendas em novas lojas de animais. Agora, mais de 300 cidades e condados nos Estados Unidos aprovaram proibições de venda de animais de estimação.

A lei de Nova York entra em vigor em 2024. Ela ainda permite a venda de animais de estimação por criadores verificados, que vão ter um limite de venda de nove animais por ano.

“Em um momento em que há animais de estimação saudáveis ​​e amorosos esperando para serem adotados em abrigos de animais em todo o estado, simplesmente não há razão para permitir a venda de animais de ‘fábrica de filhotes’. Os filhotes são maltratados desde o nascimento e muitas vezes desenvolvem problemas comportamentais ou de saúde física mais tarde na vida, apesar de seus altos preços”, afirma a legislação. “Este projeto de lei encorajaria a adoção de cães, gatos e coelhos e garantiria que os animais não tivessem mais que enfrentar a crueldade, o abuso físico e psicológico – aos quais a cadeia de suprimentos da fábrica de filhotes sujeita os animais”.

Bem estar animal

Segundo estimativas da Humane Society dos Estados Unidos (HSUS), o país tem hoje cerca de 10 mil criadores e menos de 3 mil são regulamentados pelo Departamento de Agricultura dos EUA.

Nessas instalações de criação comercial, os animais geralmente são mantidos em gaiolas sujas e lotadas, com acesso limitado a cuidados veterinários e interação humana. Frequentemente, eles não comem ou bebem o suficiente, têm pouca proteção contra o frio ou o calor e não têm um local separado para ir ao banheiro. Com isso, muitos destes bichos passam a ter problemas físicos e emocionais.

“Cães, gatos e coelhos em Nova York merecem lares amorosos e tratamento humano”, disse Hochul em um comunicado. “Tenho orgulho de assinar esta legislação, que dará passos significativos para reduzir o tratamento severo e proteger o bem-estar dos animais em todo o estado”.