Costa Rica proíbe zoológicos e envia animais para refúgio
Após uma batalha legal de mais 10 anos, país finalmente conseguiu fechar os últimos zoológicos estatais
Após uma batalha legal de mais 10 anos, país finalmente conseguiu fechar os últimos zoológicos estatais
É possível encontrar na internet notícias de mais de 10 anos sobre o fechamento dos dois últimos zoológicos estatais da Costa Rica. Aclamada por protetores dos direitos dos animais, a polêmica decisão vinha enfrentando uma batalha legal e só agora teve desfecho favorável ao fechamento.
Oficialmente, o encerramento dos jardins zoológicos foi decretado por uma lei de proteção à vida selvagem aprovada em 2013. A lei proíbe a manutenção de animais selvagens em cativeiro patrocinado pelo governo. Entretanto, o zoológico estatal Simón Bolívar e o Centro de Conservação de Santa Ana permaneceram abertos. Isso porque a Fundação FundaZoo, que administrava ambos locais, entrou na Justiça para barrar a medida. Basicamente, o contrato estatal da fundação teve que expirar para o governo da Costa Rica recusar-se a renová-lo e assim cumprir a lei.
Onça-pintada, crocodilos, macacos-aranha e uma preguiça estão entre os quase 300 animais que foram transferidos para o Zoo Ave – Centro de Reabilitação da Vida Selvagem, nos arredores da capital San José. A saúde dos animais está sendo avaliada para determinar quais podem ser soltos na natureza – alguns estão em cativeiro há mais de 30 anos.
Em entrevista ao jornal La Nación, em 2013, o então ministro do Meio Ambiente, René Castro Castro, afirmou que a “regra de não usar gaiola” foi influenciada pela fuga do papagaio de estimação de sua avó. “Isso me impressionou muito porque pensei que havíamos cuidado bem dela, com comida e carinho – todas as coisas que nós, como humanos, pensávamos que ela gostava. No entanto, quando ela teve a chance, ela foi embora.”
O Ministério do Meio Ambiente e Energia é proprietário das terras do Zoológico Simón Bolívar e do Centro de Conservação de Santa Ana, logo, além dos animais, os territórios foram recuperados. Inclusive, foi sugerido que o local do agora antigo Zoológico Simón Bolívar seja transformado em um “pulmão verde no coração da capital”. A ideia é que o terreno se torne um jardim botânico público, mas tal uso ainda não foi confirmado.
Franz Tattenbach, ministro atual do Meio Ambiente e Energia, afirma que “o cativeiro só se justifica quando os animais não podem regressar à floresta devido a problemas físicos ou comportamentais que os impedem de viver em liberdade”. Em tais casos, o governo vai avançar no projeto de administrar santuários para animais que não podem retornar à natureza.
Outro ponto importante a ressaltar é que embora a lei tenha fechado todos os jardins zoológicos estatais na Costa Rica, a lei não se aplica aos 18 jardins zoológicos privados existentes que seguem operando no país.