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Brasileiro recebe prêmio internacional de soluções planetárias

Artigo científico sobre conservação de base comunitária no Brasil foi eleito um dos 3 melhores do mundo na área ambiental dos últimos 3 anos

conservação Amazônia base comunitária
Foto: Instituto Juruá

O Brasil foi bem representado a premiação da primeira edição do Frontiers Planet Prize, que elegeu os três melhores artigos científicos do mundo na área ambiental nos últimos três anos. A premiação aconteceu no final de abril e um dos premiados foi o vice-presidente do Instituto Juruá e professor da University of East Anglia, Dr. Carlos Peres. A conquista foi celebrada com o outro fundador do Instituto, João Campos-Silva.

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Os brasileiros foram receber o prêmio na cidade de Montreux, na Suíça, na sede da Frontiers Research Foundation, organização internacional sem fins lucrativos que criou um dos maiores prêmios de ciência do mundo. O objetivo é mobilizar a comunidade científica na busca por soluções planetárias para as situações limítrofes que estamos enfrentando, como as mudanças climáticas, a perda de biodiversidade e os sistemas de uso da terra e da água.

brasileiro prêmio internacional
Dr. Carlos Peres e João Campos-Silva, co-fundadores do Instituto Juruá, celebram o prêmio Frontiers Planet Prize recebido na Suíça. Foto: Instituto Juruá

O foco do prêmio é engajar cientistas do mundo inteiro e gerar investigação de ponta para solucionar os problemas da crise ecológica. “Receber esse prêmio é fantástico porque é um endosso da qualidade acadêmica do que estamos fazendo, pois todos os critérios da premiação foram baseados na qualidade da ciência, que é um dos pilares do nosso trabalho”, disse o Dr. Carlos Peres.

O caminho até o prêmio realmente não é fácil. Os trabalhos inscritos foram indicados por importantes universidades e agências de financiamento em diferentes países do mundo e um júri de 100 cientistas de renome na área da sustentabilidade votou primeiro nos Campeões Nacionais de cada país e depois, dentre eles, em três Campeões Internacionais.

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Dr. Carlos Peres na cerimônia de premiação. Foto: Instituto Juruá

O estudo premiado compara a qualidade de vida de pessoas que vivem dentro e fora de unidades de conservação no rio Juruá, considerando fatores como renda familiar, desejo de permanecer na zona rural e acesso a serviços de comunicação digital, educação básica, eletricidade, presença de comércio local, barcos para comercialização da produção, entre outros. Os resultados ressaltam a importância das áreas protegidas de uso sustentável para a conservação da biodiversidade e para o desenvolvimento socioeconômico da Amazônia.

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O artigo “Sustainable-use protected areas catalyze enhanced livelihoods in rural Amazonia” recebeu tanto a premiação nacional pelo Reino Unido, quanto internacional, com artigo intitulado feito em parceria com João Campos-Silva, Carlos Peres, Joseph Hawes, Torbjørn Haugaasen, Carolina Freitas, Richard Ladle e Priscila Lopes, todos pesquisadores associados do Instituto Juruá.

manejo sustentável
Foto: Instituto Juruá

Guardiões a floresta

“Por muito tempo, a ciência da conservação teve uma perspectiva colonial e excludente, onde as comunidades locais eram retiradas de seus territórios por serem consideradas parte do problema. Na contramão deste pensamento, esse artigo mostra que são essas pessoas que estão garantindo uma Amazônia mais próspera, mais conservada e, ao mesmo tempo, com um aumento na sua qualidade de vida, e portanto elas são a solução para a Amazônia”, garante João Campos-Silva, primeiro autor do estudo e presidente do Instituto Juruá.

canoa amazônia
Foto: Facebook | Pousada Vista Rio Negro

O objetivo da ciência da conservação baseada no paradigma “ganha-ganha” é demonstrar que é possível implementar iniciativas de base comunitária que simultaneamente protejam a biodiversidade e ampliem a qualidade de vida das comunidades que protagonizam essas ações em suas múltiplas dimensões, desde a renda e infraestrutura até cultura e educação.

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Em 2021 João já havia recebido um prêmio internacional justamente por projeto de manejo sustentável do pirarucu, com envolvimento direto dos povos indígenas e comunidades tradicionais. O Instituto Juruá está intimamente conectado com lideranças locais, dando suporte técnico para o manejo sustentável dos recursos naturais e proteção do território e biodiversidade.

pirarucu instituto juruá
O biólogo João Campos-Silva e a comunidade local trabalham juntos pela preservação do pirarucu. Foto: Instituto Juruá

No rio Juruá, por exemplo, diversas organizações de base, como ASPROCAMARUASMAMJ, e AMECSARA, estão alinhadas com agências governamentais, como é o caso da Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Amazonas (SEMA/DEMUC) e do ICMBio, setor privado, ONGs e universidades, liderando o processo de governança local que acaba gerando resultados impressionantes para a conservação e para o bem-estar local.

Com informações do Instituto Juruá