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III Marcha das mulheres indígenas acontece em Brasília

Entre os dias 10 e 13 de setembro, mulheres indígenas de diversos países se reúnem por justiça, igualdade e garantia de direitos

exposição povos indígenas
Foto: Mrê Gavião

Mulheres indígenas brasileiras e de outros países vão se reunir em Brasília entre os dias 10 e 13 de setembro para a III Marcha das Mulheres Indígenas – “Mulheres Biomas em Defesa da Biodiversidade pelas Raízes Ancestrais”, manifestação por justiça, igualdade e defesa dos direitos dos povos originários. “Com suas vestimentas tradicionais coloridas e determinação inabalável, essas mulheres são uma força a ser reconhecida, lembrando ao mundo a ancestralidade e a força das comunidades indígenas”, reforça a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB).

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“Não estamos marchando apenas por nós mesmas, mas pelas inúmeras mulheres indígenas que foram silenciadas e marginalizadas ao longo da história. Nossa mensagem é clara: é hora de encerrar o ciclo de discriminação e reivindicar nosso lugar de direito na sociedade.”

Entre as reivindicações está o apelo por direitos iguais para as mulheres indígenas, acesso a cuidados de saúde de qualidade, educação e oportunidades econômicas e o fim da violência contra as mulheres indígenas. A luta pela proteção da terra e recursos naturais, que vêm sendo explorados por muito tempo também faz parte das exigências que garantem a construção de um futuro melhor para todos.

Segundo a APIB, mulheres indígenas de todas as esferas da vida estarão reunidas por um objetivo comum: reivindicar suas vozes e exigir o reconhecimento que merecem. Este será um momento único, com representantes de várias partes do mundo que buscam conquistar  a igualdade de gênero, a defesa dos direitos das mulheres e a preservação das culturas indígenas. “É um lembrete poderoso de que a luta pelos direitos das mulheres indígenas não conhece fronteiras geográficas”, reforça o comunicado da articulação.

juventude indígena
Jovens marcam presença em atos pela demarcação de terras e outras reivindicações. | Foto: Foto: Joédson Alves | Agência Brasil

Está confirmada a participação de mulheres indígenas de diferentes países, como Jannie Lasimbang (Malásia), Helena Steenkamp (África), Margaret Lomonyang (Uganda), Rosangela Gonzalez (EUA), Julieta Maquera Llanqui (Peru), Jennifer Koinante (Quênia), Tuana Jakicevich (Nova Zelândia), Suscita Chakma  (Bangladesh), Maria Danilova (Rússia), Natália Izhenbina (Rússia), Meiliana Yumi (Indonésia), Sônia Marina Gutiérrez Raguay (Guatemala) e Pirita Näkkäjärvi Finlândia, mostra a importância do movimento das mulheres indígenas em uma escala global.

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Essa diversidade de participantes destaca a universalidade das questões enfrentadas pelas mulheres indígenas, como o acesso à terra, a violência de gênero, a discriminação e a luta pela autonomia e empoderamento. Através da marcha, essas mulheres têm a oportunidade de compartilhar suas histórias, trocar experiências e fortalecer a solidariedade entre os povos indígenas ao redor do mundo.

História

mulheres indígenas
Imagem: ANMIGA

A primeira marcha reuniu mais de duas mil mulheres de todos os biomas, em 2019. A II Marcha Nacional das Mulheres Indígenas mostrou avanço e teve a participação de cerca de 5 mil mulheres de mais de 150 povos indígenas de todos os biomas do Brasil. O evento foi organizado pela Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA) e trouxe como tema, Mulheres originárias: Reflorestando mentes para a cura da terra.

“Sabemos que não será fácil superar 523 anos em 4. Mas estamos dispostas a fazer desse momento a grande retomada da força ancestral da alma e espírito brasileiros. Isso só será possível, se tivermos ao nosso lado, mães, anciãs, caciques e lideranças homens colaborando com o avanço no diálogo coletivo em prol do bem maior. Nossos maiores inimigos são as leis que não reconhecem nossa diversidade e nossa existência. Falar em demarcação de terras indígenas é gritar pela continuidade da existência dos nossos povos. Ter uma mulher indígena como a 1ª ministra indígena é afirmar que as mulheres são a cura da terra e a resposta para enfrentamentos à violência de gênero e racismos como o estrutural, institucional e ambiental”, afirma a ANMIGA em comunicado enviado à imprensa.

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Ministério dos Povos Indígenas
Posse da ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, no Palácio do Planalto. Foto: Valter Campanato | Agência Brasil

O ano de 2023 marca a continuação da luta contra garimpo ilegal e pela formação política de representação nos espaços de poder. Segundo a ANMIGA, será um momento de fortalecimento das mulheres indígenas que estão com o corpo território em movimento, se propondo a novos diálogos e projetos para o Brasil, a partir das suas lutas e vozes. Este ano nosso tema é Mulheres Biomas em Defesa da Biodiversidade pelas Raízes Ancestrais

A ANMIGA convida a todos a apoiar a luta das mulheres indígenas dos seis biomas do Brasil na construção de uma governança que respeite sua existência. Para mais informações, é possível entrar em contato com Daniele Guajajara pelo telefone (99) 99110-0635, enviar email para [email protected] ou acessar o site https://anmiga.org.

III MARCHA DAS MULHERES INDÍGENAS
MULHERES BIOMAS EM DEFESA DA BIODIVERSIDADE PELAS RAÍZES ANCESTRAIS

marcha mulheres indígenas
Imagem: ANMIGA

10 de setembro (Domingo):

  • Credenciamento durante o dia todo para imprensa e afins no local do acampamento.
  • Chegada das delegações durante o dia.
  • 19h – Abertura da Marcha Oficial

Apresentação das delegações das originárias: Indígenas Mulheres Biomas.
Lançamento de livros e sites das mulheres indígenas Bioma Amazônia- FOIRN e outros Biomas.

11 de setembro (segunda-feira):

  • 8h – Grupo de Trabalho temático por Biomas:
  • Emergências Climáticas, Biodiversidades, Reflorestarmentes, Saúde mental, Acessibilidade indígena e Violência de Gênero.
  • 14h – Apresentação dos grupos temáticos – Biomas Cerrado, Mata Atlântica, Amazonia, Pantanal, Caatinga e Pampa.
  • 15h – Plenária Reflorestando o Congresso – com a Bancada do Cocar.
  • 16h – Tribunal das ancestralidades – Juri das mulheres indígenas
  • 18h – Lançamento da cartilha de violência de gênero (ANMIGA e IPRI)
  • 20h- Noite Cultural: I festival das Indígenas Mulheres Biomas.

12 de setembro (terça-feira):

  • 8h – Plenária Internacional: Mulheres água;
  • 11h – Plenária Internacional: Mulheres Sementes – Secretarias Estaduais indígenas e convidadas;
  • 14h – Fortalecimento entre elas e para elas: Mulheres Indígenas, Negras, Quilombolas ocupando espaços de poder Municipais, Estaduais, Nacionais e Internacionais
  • 16h- A Bancada do cocar e as Mulheres Biomas na Política
  • 20h- Noite: Desfile das Originárias da Terra.

13 de setembro (quarta-feira):

  • 8h – III Marcha das Mulheres Indígenas: Mulheres Biomas em Defesa da Biodiversidade pelas Raízes Ancestrais.
  • 14h- Diálogo com as Ministras sobre a Carta que foi entregue na Pré marcha: “Vozes da Ancestralidade dos 6 biomas do Brasil”.
  • 16h- Leitura do documento final das originárias
  • 18h- Show de encerramento com as artistas indígenas Mulheres e convidadas: A Cura Do Mundo Somos Nós. (Artistas mulheres dos 06 Biomas)
marco temporal
Foto: Sofia Lisboa | Midianinja