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Povos indígenas têm retomada histórica com novo ministério

A criação do Ministério dos Povos Indígenas do Brasil sinaliza uma nova etapa na política institucional do país.

Ministério dos Povos Indígenas
Posse da ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, no Palácio do Planalto. Foto: Valter Campanato | Agência Brasil

Sônia Guajajara, lideranças e povos indígenas fizeram história na última quarta-feira (11) com a posse do novo Ministério dos Povos Indígenas do Brasil. Segundo o IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), a conquista coletiva é inédita e marca séculos de luta, organização e resistência dos povos indígenas brasileiros.

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“Ter Sônia Guajajara no primeiro escalão do Governo Lula ressalta a importância que os povos originários merecidamente terão neste governo. Sônia é uma líder nata e guerreira, o movimento indígena não poderia ter melhor representante para fortalecer e levar adiante suas pautas”, avalia Ane Alencar, diretora de Ciência no IPAM.

A criação do Ministério dos Povos Indígenas do Brasil sinaliza uma nova etapa na política institucional do país. Com o mote “aldear a política” nas Eleições de 2022, candidaturas indígenas ressaltaram a importância da presença de representantes dos povos originários em espaços de tomada de decisão e de formulação de políticas públicas. “Nada sobre nós sem nós” é outra mensagem de movimentos e lideranças indígenas que destaca o momento de ruptura com a invisibilização secular desses povos.

O protagonismo às lideranças indígenas é fundamental para que possamos caminhar em direção à reparação, à equidade, a um desenvolvimento econômico que inclua e respeite a sociobiodiversidade com repartição justa de benefícios. Enfim, rumo a um futuro com justiça social e climática, tendo garantidas a proteção das riquezas naturais, a mitigação e adaptação aos efeitos da emergência no clima do planeta.

As terras indígenas são as áreas mais conservadas do Brasil. Só 1,6% da perda de florestas e vegetação nativa entre 1985 e 2020 ocorreu nesses territórios. Ao mesmo tempo, são lugares ameaçados: de 2019 a 2021, seis das dez terras indígenas com maior aumento no desmatamento na Amazônia têm povos isolados, de acordo com estudo publicado nesta quarta pelo IPAM e pela COIAB (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira). O bioma tem a maior concentração de territórios com povos indígenas isolados do mundo: 44, doze deles estão sob risco alto ou muito alto.

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Com tecnologias e saberes ancestrais, os povos indígenas têm muito a nos ensinar, e nós, a aprender. Que aprendamos, então, com elas e eles, nas aldeias, nas cidades, nas escolas, nas universidades, nos espaços de poder, a como viver.