Campinas ganha feira agroecológica mensal
Além de frutas e verduras diretamente dos produtores, feira terá lazer para crianças e oficinas sobre consumo consciente e hortas caseiras
Além de frutas e verduras diretamente dos produtores, feira terá lazer para crianças e oficinas sobre consumo consciente e hortas caseiras
A partir da primeira semana de maio, a população de Campinas, interior de São Paulo, vai poder comprar legumes, frutas e verduras diretamente dos produtores. A Feira Agroecológica vai acontecer uma vez por mês, no Parque D. Pedro Shopping. A primeira edição do evento está agendada para o dia 8 de maio, segunda-feira, das 17h às 21h, na Praça BeGreen (Entrada Árvores).
Além de produtos direto do campo e do tradicional pastel com caldo de cana, o evento vai ter música ao vivo, espaço de lazer para as crianças e orientações sobre consumo consciente e hortas caseiras. A iniciativa é uma parceria so shopping com o Sítio Vale das Cabras e com a Associação Garoa, que levará para os consumidores produtos de quatro sítios associados, tais como: alface, rúcula, couve, berinjela, abobrinha, mandioca, inhame, quiabo, batata-doce, banana, limão, salsinha, cebolinha, alecrim e hortelã.
“A Feira Agroecológica vai incentivar um estilo de vida mais leve e sustentável, promovendo alimentação e hábitos saudáveis para nossos clientes e parceiros”, afirma Taís Tavares, gerente de marketing do empreendimento.
A agroecologia considera como bases essenciais no processo de produção a preservação das áreas de cultivo e a preocupação com as famílias que produzem. Além disso, há a valorização de várias culturas na mesma área, para reduzir a necessidade de insumos externos, transferência de conhecimento de cultivo entre as gerações e responsabilidade social e ambiental.
A proposta do Sítio Vale das Cabras é ser um centro de boas práticas em sustentabilidade: educação ambiental, agrofloresta, bioarquitetura, energia solar e alimentação consciente. Situado em uma Área de Preservação Ambiental de Campinas, em Joaquim Egídio, onde antes era um local que sofria com a degradação e foi recuperado, o sítio faz o cultivo agroecológico, que leva em conta as condições de trabalho das pessoas envolvidas, onde os jovens são incentivados a trabalhar no campo com uma perspectiva atrativa de remuneração.
A proximidade entre a produção e o momento do consumo resulta em baixa emissão de carbono, por não precisar de um longo transporte, possibilitando também o consumo de alimentos frescos, colhidos no mesmo dia. Além disso, a horta segue o preceito CSA (sigla em inglês para Comunidade que Sustenta a Agricultura), onde um grupo de famílias urbanas apoia financeiramente, com uma mensalidade, as famílias rurais, para que possam seguir na prática da agricultura local.
“Desta forma que trabalhamos hoje, contamos com 67 famílias associadas, entregamos semanalmente produtos, e as famílias vão até os pontos buscar. É diferente da prática convencional de compra e venda, não enxergamos cliente e fornecedor, é proximidade, afeto, confiança e apoio mútuo”, explicou Patrícia Campiol, produtora rural e gestora da CSA Garoa.
“Dentro da Associação Garoa e aqui no Vale das Cabras, nosso cultivo não utiliza veneno, tampouco insumo químico. A gente trabalha para além da prática agroecológica, mas também com a agroflorestal. Plantamos hortaliças em consórcio com árvores frutíferas, madeiráveis e nativas. É uma agricultura regenerativa, melhora o solo e produz serviços socioambientais. Melhora a qualidade do ar, aumenta a quantidade de água disponível. Uma vez que a floresta funciona dessa forma, aumenta a quantidade de água no solo. E isso tem como consequência o aumento da biodiversidade”, concluiu Patrícia.