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As soluções podem ser replicadas ou adaptadas por diversos formatos de comercialização em todo o país. | Foto: iStock

Incentivar o comércio de produtos agrícolas locais, saudáveis e sustentáveis e aproximar os produtores e consumidores em todo o Brasil são o principal foco do projeto “Da Amazônia para Belém: fomento a sistemas locais de alimentos regenerativos”, dos institutos Fronteiras do Desenvolvimento e Regenera, com apoio do Instituto Clima e Sociedade. Para contribuir com ideias que encurtem esses caminhos, os coordenadores do projeto criaram dois guias que auxiliam na implementação de soluções de comércio justo e transparente, a partir de pesquisas na capital paraense entre 2021 e 2022, com a participação de produtores de alimentos agroecológicos.

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As publicações “Boas Práticas para a Comercialização de Alimentos Agroecológicos” e “Guia de Comunicação para a Comercialização Justa de Alimentos Agroecológicos” podem ser acessadas gratuitamente no site do projeto. Embora as publicações tenham sido elaboradas a partir das experiências colhidas em Belém, as soluções podem ser replicadas ou adaptadas por diversos formatos de comercialização em todo o país.

“Precisamos ampliar os investimentos em iniciativas que promovam sistemas alimentares sustentáveis, porque trazem diversos benefícios para a sociedade, entre eles o enorme potencial de contribuir para a redução das emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE) ”, explica Beatriz Duarte, do Instituto Fronteiras do Desenvolvimento.

Soluções de comércio justo

Um dos guias reúne boas práticas, formatos e atributos que podem ser inspiradores para alavancar a comercialização justa dos produtos agroecológicos. A segunda publicação apresenta dicas sobre a importância de se comunicar não apenas para informar as pessoas sobre a existência de um comércio, mas para estimular a preferência pelos produtos locais. Ao cumprir um papel pedagógico, o produtor ajuda o consumidor a compreender que há maneiras mais éticas, sustentáveis e saudáveis de se relacionar com a comida.

“Os Sistemas Alimentares respondem por aproximadamente um terço das emissões de carbono, segundo dados da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCCC). Interferir ativamente no planejamento das iniciativas que melhorem esses números produzirá cidades mais climaticamente resilientes e responsáveis, além de fomentar a agricultura familiar e de impacto socioambiental positivo no campo”, afirma Fabrício Muriana, do Instituto Regenera.

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Os pesquisadores identificaram que a falta de um local estruturado para a venda de alimentos agroecológicos, alto custo do transporte dos produtos até as feiras, a falta de formalização legal para a venda no varejo e o preconceito da população em geral com a produção local e/ou proveniente da floresta em pé são alguns dos principais gargalos para o desenvolvimento da prática em Belém. Como exemplo de solução apresentada nas publicações está o transporte compartilhado ou o “atravessador solidário”, pessoa que intermediaria a produção daqueles que não possam por qualquer motivo participar diretamente das feiras.

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Foto: Facebook | ONG FASE

“O foco dos guias na comercialização decorre da identificação de uma lacuna entre a ampliação da produção agroecológica no campo e as maneiras como esses alimentos chegam até a mesa das pessoas nas cidades. Para além das políticas públicas que promovam a circulação desses alimentos, é preciso que haja um mercado consumidor que assegure a renda da agricultura familiar”, avalia Maurício Alcântara, do Instituto Regenera.

“Sem o estímulo a iniciativas de comercialização que privilegiem o comércio justo, a transparência e a democratização do acesso a esses produtos, os alimentos agroecológicos são acessíveis apenas a um nicho muito restrito de consumidores, enquanto o restante da população permanece limitada à oferta de alimentos convencionais, com agrotóxicos”, conclui.

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