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Produção sustentável do baru preserva o Cerrado e a cultura local

Projeto divulga receitas e avalia sistemas alimentares no Cerrado, usando espécies nativas para promover o cultivo sustentável

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Foto: Divulgação | Embrapa

Um dos símbolos do Cerrado, o baru é um alimento com alto valor nutricional, rico em proteínas, fibras, ácidos graxos e minerais. Fruto do baruzeiro, uma árvore nativa da região que pode alcançar até 20 metros de altura, é uma castanha de casca dura que em seu interior tem uma espécie de amêndoa.

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Agora, esse fruto da região começa a ganhar espaço também na culinária de outras partes do país por seu sabor e suas propriedades nutricionais.

“O uso e a comercialização do baru, principalmente da amêndoa (semente), tem proporcionado melhorias na renda dos agroextrativistas do Cerrado, além da valorização dos modos de vida e dos territórios de ocorrência, contribuindo para a conservação das áreas nativas usadas sustentavelmente para a coleta. Essa espécie apresenta uma multiplicidade de usos, por exemplo, alimentar e medicinal”, explica a professora Janaína Diniz, uma das autoras do livro “Cerrado em sabores”.

“No entanto, a produção de baru ainda necessita de melhorias e avanços nessa cadeia extrativista como um todo, considerando aspectos de comércio justo, perpetuidade da espécie, transparência e equidade nas relações”, Completa Janaína.

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Castanha de Baru

Receitas com baru

O livro “Cerrado em sabores”, das autoras Denise Barbosa-Silva, Janaína Deane de Abreu Sá Diniz, Tainá Bacelar Zaneti e Yokowama Odaguiri Enes Cabral (Ed. Rede Sementes do Cerrado, 2016), é resultado de um projeto que avalia sistemas alimentares, especialmente no Cerrado, entre outras questões.

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Todas as receitas foram testadas e aplicadas em oficinas com estudantes e, depois, com grupos de agricultores familiares do Distrito Federal, de Minas Gerais e de Goiás.

“Mas também vemos outras iniciativas de chefs de cozinha e pessoas ligadas à alimentação e à gastronomia, realizando essas formações para merendeiras em escolas e inserindo espécies nativas em um trabalho de valorizar o que é da biodiversidade local. Ao mesmo tempo em que garantem a segurança e a soberania alimentar, também reforçam a importância da conservação da biodiversidade e manutenção das tradições alimentares”, conta Tainá Bacelar Zaneti.

Cookies de baru

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Foto: Divulgação | CERES

Ingredientes

  • 2 e 1⁄2 xícaras de farinha de trigo (250g)
  • 2 tabletes de manteiga (100g, em temperatura ambiente)
  • 2 ovos inteiros
  • 3/4 xícara de açúcar comum (75g)
  • 3/4 xícara de açúcar mascavo (75g)
  • 1 colher rasa de chá de fermento em pó
  • 1 colher de chá de sal
  • 1 colher de chá de baunilha
  • 2 xícaras de chocolate meio amargo picado (200g)
  • 2 xícaras de baru picado (200g)
  • 2 colheres de sopa de licor cremoso de baru

Preparo:

Picar o chocolate meio amargo e separar. Em um recipiente misturar os dois tipos de açúcar e a manteiga. Juntar em seguida os ovos inteiros, a farinha de trigo, o sal, a baunilha, o licor e ofermento. Por último acrescentar o chocolate e o baru. Misturar tudo até obter uma massa grossa e homogênea. Com uma colher de sopa, ir colocando bolinhas de massa numa forma previamente untada. Deixar espaço entre as bolinhas, pois o biscoito cresce muito. Colocar em forno pré- aquecido, em torno de 200 C por cerca de 30 minutos ou até o biscoito dourar. Retirar da forma ainda quente e colocar em recipiente plano, para não grudar ou entortar.

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Pesto de baru

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Foto: Dvulgação | CERES

Ingredientes

  • 50 g de castanhas de baru torradas e descascadas
  • 2 maços de manjericão
  • 50 g de queijo minas curado ralado
  • Azeite de oliva extravirgem

Preparo

Triturar as castanhas de baru no liquidificador, usando a função “pulsar”. Lavar bem as folhas de manjericão separando dos cabinhos mais grossos e colocar no liquidificador. Adicionar 4 colheres de sopa de azeite e misturar tudo, usando a função “pulsar” do aparelho. Colocar junto o queijo ralado, mais azeite e voltar a misturar. Adicionar azeite até conseguir que o liquidificador bata o conteúdo sem muita dificuldade, mas sem deixar muito líquido. Adicionar sal a gosto. Colocar em um recipiente (pode ser um pote de vidro de geleia reutilizado) esterilizado e guardar na geladeira.

Dica: O pesto é um molho italiano servido junto com macarrão. O molho é ainda muito apreciado quando servido em biscoitos, torradas e pães.

O que é o Projeto Ceres?

Com investimento total de 5,5 milhões de euros, o Projeto Ceres (Cerrado Resiliente) reúne a União Europeia e o Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), WWF-Brasil e WWF-Paraguai, organizações não governamentais do Brasil e Paraguai, tendo o  WWF-Holanda como proponente. O objetivo do projeto é, em quatro anos, desenvolver soluções inteligentes para o clima que possam ser aplicadas em outras savanas pelo mundo.