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Agosto indígena: eventos para celebrar os povos originários

Filmes, exposições, obras literárias e oficinas refletem a diversidade cultural dos povos indígenas; confira a programação completa

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Associação Indígena Aldeia Maracanã (AIAM) reúne mais de 350 indígenas no Parque Lage (RJ). Foto: Divulgação

O mês de agosto marca o Dia Internacional dos Povos Indígenas e a criação da Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas, documento que reconhece direitos individuais e coletivos dos povos originários, como a preservação da cultura, da língua, o acesso à terra, à educação e à saúde. Para celebrar e refletir sobre o assunto, o CicloVivo traz uma extensa programação, em São Paulo, para você ficar por dentro do Agosto Indígena e, de bônus, um evento que acontecerá no Rio de Janeiro com mais de 350 indígenas de dezenas de etnias do Brasil.

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As lutas, resistências, culturas e diversidades dos povos originários fazem parte da programação especial no Museu das Culturas Indígenas, na capital paulista. As atividades promovem o diálogo intercultural e o compartilhamento de mensagens, ideias, conhecimentos, artes e histórias de diferentes lideranças e povos originários do estado de São Paulo.

Presença indígena em SP

O processo colaborativo e coletivo entre indígenas e não-indígenas para concepção da nova exposição do Museu das Culturas Indígenas será compartilhado com o público em rodas de conversas nos dias 05 e 12 de agosto, às 11h e às 15h. Representantes de etnias de diversas regiões de São Paulo discutem suas lutas por moradia e demarcações de terras, a produção da arte como fortalecimento da identidade cultural e suas relações com as línguas maternas e ações de retomada.

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Fotos: Museu das Culturas Indígenas

A nova exposição do MCI abordará a presença dos povos indígenas no estado de São Paulo, com a exibição da cultura, memória, sagrado, ativismo e território dos povos Terena, Pankararu, Kaingang e Tupi Guarani.

Exibição de filmes

O MCI, em parceria com o Centro Cultural São Paulo, ArteInVitro e Rede CineFlecha, exibirá a sessão de encerramento da mostra de cinema enCantos e rExistências – cinema dos povos indígenas. Em 17 de agosto, a mostra exibirá dois filmes: WATORIKI XAPIRIPË YANOPË – Casa dos Espíritos (2010); e Música é arma de luta (2021) no Parque da Água Branca, às 17h.

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Na edição de agosto, o CineClube TAVA exibirá o filme Para’i em 30 de agosto, às 18h. A produção conta a história de Pará, uma menina Guarani que encontra um milho tradicional com sementes coloridas e busca cultivá-lo. Apesar de diversas adversidades em sua pesquisa sobre o cultivo, Pará conhece mais sobre a cultura, a luta e a resistência do povo Guarani. Além da sessão, o encontro contará com a participação da atriz Samara Para Mirim, integrante do elenco do longa-metragem.

Calendário Guarani e celebrações

A passagem do tempo velho (Ara Ymã) para o tempo novo (Ara Pyau) para os povos Guaranis será celebrada em 19 de agosto, às 10h. Com uma roda de conversa comandada por Natalício Karai e participação dos Mestres de Saberes, o público poderá conhecer o calendário Guarani e a relação da passagem cíclica da natureza, suas mudanças físicas e espirituais.

Presença na periferia

Em 20 de agosto, às 15h, indígenas da periferia paulistana apresentarão música, dança, grafitagem e outras manifestações artísticas embaladas por conhecimentos, descobertas e vivências coletivas. A grafitagem será comandada por Auá Mendes, indígena Mura de Manaus (AM), artista visual, designer, ilustradora, grafiteira e muralista, com a produção de pinturas sobre mulheres indígenas.

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Promovendo tradições

Já na comunidade Pankararu, no Real Parque, o MCI fará imagens da Ação extra-muros: encontro anual Pankararu, em 26 de agosto, às 10h. As mulheres da etnia vão preparar comidas típicas, servidas em rituais, e compartilharão com o público (tais como: arroz, pirão de carne e garapa (rapadura). A atividade também contará com dança, venda de artesanato e a presença de outros povos que participarão da celebração.

Exposição sobre a Mata Atlântica

mostra mata atlântica
Exposição sensorial está aberta ao público de terça-feira a domingo, das 9h às 18h. | Foto: Joca Duarte/Secretaria Cultura SP

Quem visitar o museu também pode conferir a mostra Nhe’ẽ ry – onde os espíritos se banham – já falamos aqui – que segue em exposição. Para recriar a atmosfera da floresta, são exibidas mais de 60 espécies nativas da Mata Atlântica.

Museu das Culturas Indígenas

  • Endereço: R. Dona Germaine Burchard, 451, Água Branca, São Paulo/SP
  • Funcionamento: de terça a domingo, das 9h às 18h; às quintas-feiras até às 20h; fechado às segundas-feiras (exceto feriados)

Ação extra-muros: encontro anual Pankararu

  • Data: 26 de agosto
  • Horário: às 10h
  • Local: Rua Pedro Bourroul, 100 – Real Parque, São Paulo/SP
  • Entrada: gratuita, mas com vagas limitadas e retirada de ingressos no site do MCI.

No interior paulista

O MCI também marcará presença no Encontro Paulista de Questões Indígenas e Museus, no Museu Índia Vanuíre, entre 23 e 25 de agosto. Em Tupã, no interior paulista, representantes do Conselho Indígena Aty Mirim (MCI), participarão de debates sobre a preservação e difusão de patrimônio cultural indígena.

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Semana Tupã em Comemoração ao Dia Internacional dos Povos Indígenas. Foto: Divulgação

Mas, o grande destaque da programação do Museu Índia Vanuíre já está acontecendo. É a “Semana Tupã em comemoração ao Dia Internacional dos Povos Indígenas”, que vai de 8 a 13 de agosto, com rodas de conversa, oficinas temáticas e a abertura de nova exposição de longa duração. Confira as próximas atividades:

Na quinta-feira (10), às 9h e às 14h, acontece a “Oficina de Pintura e Arte Indígena” com a indígena Itauany Larissa, com a criação de grafismos Kaingang, em papel e tecido, utilizando materiais como lápis, tinta acrílica e guache.

Na sexta-feira (11), às 9h e às 14h, a “Oficina de Pintura e Arte Indígena” vai abordar a cultura Terena. Além de conhecer símbolos e significados por trás das pinturas, o público terá oportunidade de criar suas próprias obras.

No sábado (12), às 9h e às 14h, a indígena Susilene Elias de Melo, ministra a “Oficina de Danças e Ritmos Indígenas”, com danças tradicionais e movimentos inspirados na cultura Kaingang, incorporando elementos dos grafismos em figurinos e adereços.

Tupã
Semana Tupã. | Foto: Divulgação

E, no domingo (13), às 9h e às 14h, a “Oficina de Pintura e Arte Indígena” na qual um Krenak vai abordar grafismos da cultura desse povo. Os participantes poderão explorar a criatividade ao utilizar técnicas ancestrais, conectando-se com valores de preservação da natureza e sabedoria milenar.

Em paralelo às oficinas, a “Semana Tupã” também inaugura uma nova exposição de longa duração estruturada de uma forma diferente. A mostra “Grafismos e Arte Indígena do Oeste Paulista” foi criada com pinturas e grafismos nas paredes externas do Museu por indígenas das etnias Kaingang, Krenak, Terena e Guarani Nhandewa, provenientes das Terras Indígenas Vanuíre, Icatu e Araribá. Quem esteve presente no último sábado (5) teve a oportunidade de apreciar o fazer artístico indígena em tempo real.

“As artes visuais, com seu poder único de transmitir conhecimento e expressar identidades culturais, permitirão que cada visitante se sinta imerso em um universo artístico enriquecedor e reflexivo. Além de preservar a cultura, estamos empenhados em reconhecer e dar visibilidade às expressões artísticas dos povos indígenas do Oeste, desafiando estereótipos e a invisibilidade histórica que muitas vezes enfrentam”, afirma Tamimi Borsatto, gerente do Museu Índia Vanuíre.

A exposição temporária “Entre Contas e Penas: a Beleza e a Diversidade dos Colares e Brincos Indígenas” continua até 31 de agosto, de terça a domingo, das 9h às 18h. A mostra traz uma coleção de colares e brincos indígenas que fazem parte do acervo da instituição que, desta forma, segue cumprindo seu propósito de difundir, valorizar e promover reflexões sobre a diversidade e a riqueza das culturas indígenas.

O Museu Índia Vanuíre está localizado à rua Coroados, nº 521, em Tupã (SP), e está aberto à visitação presencial, de terça-feira a domingo, das 9h às 18h. Nas quintas-feiras, o horário é estendido até às 20h.

Cinema indígena

A produção de cineastas indígenas brasileiros está em foco no 34º Curta Kinoforum – Festival Internacional de Curtas de São Paulo, que acontece de 24/08 a 3/09, em diversas salas da capital paulista, com entrada gratuita.

Olinda Tupinambá, Priscila Tapajowara e Takumã Kuikuro, três expoentes dessa cinematografia, exibem retrospectivas de suas carreiras na seção Foco do evento, intitulada “Questão do Céu e da Terra” e composto por 13 curtas. Eles participam também de encontro sobre suas carreiras, agendado para 28/08, às 18h00, na Cinemateca Brasileira.

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Thuë Pihi Kuuwi – Uma Mulher Pensando, de Edmar T Yanomami, Roseane Y Yanomami e Aida H Yanomami

O festival exibe ainda outros dez títulos dirigidos por indígenas ou sobre os povos originários brasileiros.

No inédito “Onde a Floresta Acaba”, o diretor Otavio Cury reflete sobre a perda do jornalista britânico Dom Phillips, seu amigo, e revisita a primeira viagem que fizeram à Amazônia e os filmes que realizaram juntos. A designer Alessandra Sampaio, viuva de Dom Phillips, acompanha a projeção e conversa com o público no dia 25/08, às 20h00, no CineSesc.

Uma trilogia realizada por cineastas Yanomami traz elogiadas produções que estão fazendo carreira em festivais de cinema do Brasil e do exterior. “Yuri U Xëatima Thë – A Pesca Com Timbó” e “Thuë Pihi Kuuwi – Uma Mulher Pensando” são assinados por Edmar Tokorino Yanomami, Roseane Yariana Yanomami e Aida Harika Yanomami. Já “Mãri Hi – A Árvore do Sonho” tem direção de Morzaniel Ɨramari e foi selecionado para o importante Festival de Documentários de Sheffield, na Inglaterra, e venceu a competição de curtas brasileiros no É Tudo Verdade.

Nome de destaque entre os realizadores indígenas, Alberto Alvares exibe seu mais recente filme, “Nhe‘En-Mongarai / Batismo da Alma”, que acompanha ritual em que as crianças ganharão seus nomes guarani. A curta se passa na fronteira entre Brasil e Paraguai, assim como “Ava Mocoi, os Gêmeos”, de Vinicius Toro e Luiza Calagian, obra vencedora do Grande Prêmio Online Cidade de Oberhausen no Festival de Curtas-Metragens de Oberhausen (Alemanha).

filmes agosto indígena
Ava Mocoi, os Gêmeos, de Vinicius Toro e Luiza Calagian (Curta Kinoforum – Mostra Brasil)

Ator com carreira em filmes internacionais, o indígena amazonense Adanilo conta em “Castanho” a história de uma jovem argentina que mora na comunidade Cachoeira do Castanho, interior do Amazonas e faz viagens suspeitas

Duas produções paulistas trazem universos raros em filmes brasileiros. “Mborairapé”, de Roney Freitas, tem como protagonista um jovem rapper das aldeias indígenas Guarani do Jaraguá, no município de São Paulo. Por sua vez, “Tapuia”, assinado pelos indígenas Kay Sara e Begê Muniz, é uma produção histórica, na qual uma jovem imigrante italiana vivendo no interior de São Paulo encontra uma indígena escravizada que foi ferida enquanto fugia de dois capangas da fazenda onde era forçada a trabalhar.

“Vãnh gõ tõ Laklãnõ”, produção catarinense dirigida por Flávia Person, Walderes Coctá Priprá e Barbara Pettres, venceu o Prêmio Canal Brasil de Curta-Metragem no É Tudo Verdade ao recuperar a história do povo Laklãnõ/Xokleng, habitante do sul do Brasil.

34º Curta Kinoforum – Festival Internacional de Curtas de São Paulo

  • de 24 de agosto a 3 de setembro de 2023
  • em diversas salas da cidade de São Paulo
  • entrada franca

Programação do Sesc

A produção artística dos indígenas integra a programação do “Ações para a Cidadania” no Sesc 24 de Maio, no centro de São Paulo:

O Coral Guarani Kyre’y Kyery é símbolo de reverência e resistência da cultura Guarani. A oralidade é essencial para que os conhecimentos possam ser transmitidos entre as gerações. O incentivo à formação e consolidação de grupos corais nas aldeias é primordial para que as tradições indígenas não sejam perdidas.

Coral Guarani Kyre’y Kyery e Dança dos Xondaro

  • Data: 18/8, sexta, às 18h30
  • Local: Praça – Térreo
  • Classificação: Livre
  • Duração: 60 min
  • Ingresso: Grátis

Entre os meses de julho a dezembro, na última terça-feira de cada mês, o projeto Mulheres do Acervo propõe conversas sobre as autoras brasileiras e latino-americanas presentes na biblioteca do Sesc 24 de Maio.

Mulheres no Acervo – Leia Mulheres Indígenas

  • Data: 24/8, quinta, às 19h
  • Local: Biblioteca (4º andar)
  • Classificação: Livre
  • Duração: 90 min
  • Ingresso: Grátis

Sesc 24 de Maio

  • Rua 24 de Maio, 109, Centro, São Paulo
  • 350 metros do metrô República
  • Fone: (11) 3350-6300

Já na região do Grande ABC, o Sesc Santo André e São Caetano também organizam atividades livres e abertas ao público geral, com necessidade de retirada de ingressos ou inscrição. Quem participar poderá adquirir conhecimento, apreciar e reconhecer os costumes e a sabedoria das comunidades indígenas da região e ajudar a construir um país mais diversificado e inclusivo.

A partir de uma aproximação com a cultura do povo indígena Guarani, os três educadores Karai Valcenir Tibes, Eliane da Silva e Rony Tibes oferecem no Sesc Santo André nos sábados de 5 a 19, sempre a 14h a oficina “Brincadeiras do Povo Guarani” que reúne uma série de jogos, danças e brincadeiras tradicionais, como manji’o, uru-xy, xondaro e tangará.

A cada sessão, o público terá contato com uma brincadeira diferente, que entre movimentos e conversas, crianças a partir de 5 anos e seus acompanhantes, se tornam multiplicadores de histórias e culturas dos povos indígenas. Atividade livre e gratuita com retirada de ingressos no local 30 minutos antes.

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Yuri U Xëatima Thë – A Pesca Com Timbó, de Edmar T Yanomami, Roseane Y Yanomami e Aida Yanomami (Curta Kinoforum – Mostra Brasil)

“Poesia e pertencimento pelas lentes de mulheres indígenas” com Jamille Anahata, será a proposta para o curso on-line De 8 a 29/8, terças, das 19h às 21h, onde os participantes visitarão trabalhos poéticos de mulheres de pindorama e de abya yala, territórios respectivamente conhecidos como “Brasil” e “América”.

Através das palavras de mulheres como Eliane Potiguara, Márcia Kambeba e Márcia Mura, será conversado temas como: raça, etnia, branquitude, pertencimento indígena e outros entrelaçamentos que permeiam os povos originários. Serão propostos exercícios de reflexão, escrita e sonhos de novos mundos. Atividade gratuita para maiores de 16 anos com inscrições pelo portal Sesc SP.

Thiery Maciel, pesquisador da cultura indígena, contador de histórias e oficineiro, oferecerá a oportunidade de vivência e práticas com “Jogares Indigenas”, dias 12 e 26/8, sábados, às 14h, será possível conhecer de forma prática, lúdica e divertida os jogares e brincares de alguns dos povos originários do Brasil, fomentando aos participantes mais sobre a cultura indígena.

Dia 23/8, quarta, às 16h, o Sesc São Caetano convida pessoas ligadas à alimentação e cultura para prosear junto com o público em um café da tarde coletivo, no projeto “Mais que Prosa”. Entre as comidinhas que compõe este café da tarde, a convidada traz consigo uma iguaria da sua memória afetiva, cujo preparo é ensinado pela equipe Sesc.

Neste encontro, a mediadora Nivia Andrade recebe Silvia Muiramomi: Socióloga, ativista do Movimento Indígena do ABC, Povo GuayanáMuiramomi do território de Ca’aguassu, para um bate-papo sobre a situação da população indígena e sua realidade no ABCDMRR, principalmente em contexto urbano. Atividade livre e gratuita com retirada de ingressos no local 30 minutos antes.

Sesc São Caetano

  • Rua Piauí -554 Santa Paula – São Caetano do Sul
  • Telefone:(11) 4223-8800
  • Horário de atendimento/bilheteria do Sesc São Caetano – De segunda a sexta, 11h às 21h30, sábados e feriados, das 9h às 17h30.

Sesc Santo André

  • Rua Tamarutaca, 302 – Vl Gluimar – Santo André
  • Telefone: (11)4469-1200
  • Horário de atendimento/bilheteria do Sesc Santo André – De segunda a sexta, 10h às 21h30, sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h30.

Design e a cultura indígena

Maria Fernanda Paes de Barros, Nadezhda Mendes da Rocha e Rodrigo Silveira são os convidados do próximo Papo de Casa, que acontece no espaço de eventos do A CASA em 12 de agosto, às 11h.

Os três designers, com experiências diversas, vão relatar suas vivências com comunidades indígenas no Alto Xingu, que geraram objetos e móveis com inspiração nessa cultura. A mesa redonda intitulada “A arte indígena como protagonista do design brasileiro” contará com a mediação da jornalista Regina Galvão.

Quem for ao local, ainda poderá conferir a exposição Trama Canoê, que fica em cartaz até 10 de setembro.

Museu do Objeto Brasileiro – A Casa

  • Dia 12 de agosto de 2023
  • Horário: das 11h às 12h30
  • Entrada gratuita
  • Av. Pedroso de Morais, 1216 – Pinheiros – São Paulo – SP.

Presença indígena em SP

Segundo a Comissão Pró-Índio de São Paulo, o estado conta com 38 terras indígenas, sendo que 31 contam com algum reconhecimento pela Funai. As demais ainda aguardam pelo início dos procedimentos de demarcação. Por ser uma região com grande desenvolvimento econômico, as terras indígenas no estado estão em constante pressão e ameaças por empreendimentos privados.

culturas indígenas
Museu das Culturas Indígenas. Foto: Maurício Burim/MCI

Os indígenas em contexto urbano representam 91% da população dos povos originários no estado, segundo dados do Censo de 2010. A capital paulista é o 4º município com maior presença indígena no Brasil, com destaque para a comunidade Pankararu no Real Parque, onde vivem mais de 150 famílias e 600 indígenas da etnia.

Feira intercultural indígena

Mais de 350 indígenas de dezenas de etnias de todo o Brasil se reúnem nos dias 12 e 13 de agosto, no Parque Lage, zona sul do Rio. É a 2ª edição deste ano do tradicional encontro para entoar cânticos e danças tradicionais, fazer contação de histórias, rodas de conversa e debates, mostrar sua cultura viva, vender artesanato indígena e pintura corporal do público, em uma grande feira intercultural indígena com entrada franca.

A Associação Indígena Aldeia Maracanã (AIAM), idealizadora e realizadora do evento, conta com o apoio institucional da EAV Escola de Artes Visuais e da Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro. O “Dia Internacional dos Povos Indígenas 2023” conta com a presença confirmada de 25 povos indígenas de todo o Brasil: Guarani, Pataxó, Puri, Fulni-ô, Tukano, Kaingang, Guajajara, Ashaninka, Tikuna, Tupinambá, Baniwa, Waurá, Kamayurá, Kayapó, Mehinako, Pankararu, Kariri-Xocó, Karajá, Potiguara, Sateré Mawé, Bororo, Kadiwéu, Kambeba, Ananbé, Kichua e Goitacá.

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Encontro da Associação Indígena Aldeia Maracanã (AIAM). | Foto: Divulgação

A associação reúne indígenas de várias etnias que vivem em contexto urbano no Grande Rio e também das oito aldeias Guarani e Pataxó que existem nos municípios de Paraty, Angra dos Reis e Maricá, e neste evento promove a valorização da cultura ancestral dos povos originários, proporcionando ao público uma oportunidade única de encontro e troca de saberes entre indígenas de várias etnias em contato direto com o público do Rio. Confira abaixo a programação completa:

SÁBADO 12/08

  • 09:00 às 17:00
  • Grande feira de arte e artesanato indígena
  • Apresentações de cantos tradicionais dos povos originários

Atividades culturais indígenas

  • 10:00 – Abertura oficial do evento
  • 11:00 – Oficina de Petekas com Carmel Puri
  • 11:00 às 13:00 – Roda de conversa sobre “Cultura imaterial indígena”
  • Expositores: João Ticuna, Marize Guarani e Vãngry Kaingang
  • 13:00 – Contação de histórias com contadores indígenas convidados
  • 14:00 – Oficina de Filtros dos Sonhos com Samehy Potiguara
  • 17:00 – Roda ritual de encerramento do evento

DOMINGO 13/08

  • 09:00 às 17:00
  • Grande feira de arte e artesanato indígena
  • Apresentações de cantos tradicionais dos povos originários

Atividades culturais indígenas

  • 11:00 – Oficina de Colar dos Guardiões das Sementes com Carmel Puri
  • 12:00 – Contação de histórias com contadores indígenas convidados
  • 14:00 – Oficina de Filtros dos Sonhos com Samehy Potiguara
  • 17:00 – Roda ritual de encerramento do evento

EXPOSIÇÃO DE ARTE COLETIVA “ELAS INDÍGENAS”

  • No espaço de exposições das Cavalariças e Capelinha do Parque Lage
  • Com telas e quadros de 8 artistas mulheres dos povos indígenas de todo o Brasil: Ana Kariri, Benilda, Samila e coletivo Kadiwéu, Juliana Guarani, Mara Iaci Kambeba, Vãngry Kaingang, Varin Marubo e Weena Tikuna.

DIA DOS POVOS INDÍGENAS 2023 – Entrada franca!

  • Data: 12 e 13 de agosto (sábado e domingo)
  • Horário: das 9h às 17h30
  • Local: Parque Lage, Rua Jardim Botânico 414, Rio de Janeiro, RJ
  • Realização: Associação Indígena Aldeia Maracanã (AIAM)