Bicicleta elétrica de carga tem painéis solares integrados

O delivery faz parte da vida urbana. Entregas de refeições, compras de mercado e farmácia e uma infinidade de produtos, das mais diversas empresas, chegam na casa das pessoas trazendo comodidade para quem pediu. Mas, essas entregas trazem também uma pegada de carbono grande, quando são feitas em motos, e condições de trabalho complicadas, quando feitas em bicicletas. E aí entra uma solução desenvolvida por uma startup norueguesa: uma bicicleta de carga movida pela energia do sol.

A Infinite Mobility é uma empresa que cria bicicletas movidas a energia solar para frotas de entrega em áreas urbanas e passageiros. As suas primeiras bicicletas já estão prontas e os protótipos foram enviados para potenciais mercados nos países europeus, onde serão testados e ajustados antes de começarem a ser produzidos em grande escala.

Um mês depois dos testes e feedbacks, as bicicletas solares de entrega serão fabricadas na Tunísia e podem ser vendidas para outros países do mundo.

A primeira bicicleta lançada pela startup é um modelo elétrico de que ganhou o nome de INGA. A bike atinge velocidade máxima de 25 km/h e vem equipada com 160W de energia fotovoltaica semiflexível e uma bateria integrada de íons de lítio de 36V. Com ela, é possível transportar até 250kg.

Três painéis de células solares são fixados mecanicamente à caixa de carga frontal, um na tampa e dois nas laterais. “Escolhemos as células fotovoltaicas IBC porque são esteticamente agradáveis, mas poderosas o suficiente para a aplicação. Na verdade, há uma correspondência muito boa entre a energia colhida da energia solar fotovoltaica e a energia necessária para alimentar a bicicleta”, disse o fundador e CEO da Infinite Mobility, Moez Jomâa.

A INGA tem um motor integrado no quadro, fabricado pela empresa dinamarquesa de motores elétricos Promovec, e um sistema de engrenagens fornecido pela empresa holandesa de tecnologia de bicicletas Enviolo. A bateria de 16,5Ah tem autonomia de 60km por carga.

“Um dia inteiro ao sol é suficiente para encher a bateria do zero até a carga total. Uma hora é suficiente para pelo menos 8 km de condução”, disse Jomâa. “Nossas bicicletas de carga solares são feitas para reduzir significativamente ao mínimo a recarga da bateria da rede. Temos em mente os passageiros que podem estacionar ao sol enquanto trabalham, por exemplo”.

O empreendedor explica que antes de enviar as bicicletas para testes em outros países, a sua equipe já havia feito outros testes durante um ano. “É claro que é solar, portanto o desempenho real pode variar, dependendo da radiação, da proximidade do equador e da estação do ano. Nos mercados da Alemanha, Holanda, Suíça e Áustria, a bateria pode durar muitos meses durante a Primavera e o Verão sem ser recarregada na rede”, disse Jomâa.

Os proprietários do INGA poderão fazer seu próprio monitoramento de desempenho, bem como monitorar a saúde da bateria e obter conselhos sobre a captação otimizada de energia a partir do software fornecido pela empresa em um aplicativo.

Já de olho nos próximos passos, Jomâa está buscando recursos para a produção em série da INGA e desenvolvendo uma nova bicicleta de carga de três rodas com uma capacidade de armazenamento muito maior e até 550 W de energia fotovoltaica integrada.