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Purificador biotecnológico usa algas para limpar o ar

Desenvolvido por um estúdio de design londrino, produto é pensado para uso interno

Purificador algas
Fotos: Pepe Fotografia | ecoLogicStudio

Mais de 6 mil cidades ao redor do mundo monitoram a qualidade do ar e a maioria delas excede os limites de qualidade recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O órgão estima que a poluição atmosférica é responsável por cerca de sete milhões de mortes prematuras por ano. Diante de um problema tão grande, não será um purificador que mudará esta realidade, mas a importância do tema justifica o destaque que o escritório de design londrino ecoLogicStudio está ganhando ao desenvolver produtos utilizando algas.

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O AIReactor é um fotobiorreator capaz de absorver dióxido de carbono e poluentes enquanto oxigena o ar. Semelhante a uma lanterna de chão, o purificador de algas foi criado a partir de uma estrutura de compensado de bétula, que suporta um fotobiorreator de vidro em seu centro. O material mantém até 10 litros de microalgas fotossintéticas vivas.

Para uso interno, o produto possui um metro de altura, sendo adequado, além do ambiente doméstico, para locais de trabalho e instituições de ensino.

Purificador algas
Fotos: Pepe Fotografia

Além dos benefícios de um produto que retira poluentes do ar, os elementos centrais que compõem o purificador podem ser reutilizados, reciclados ou compostados no final da sua vida útil – de forma que não representam um impacto negativo no planeta.

Como funciona

O ar captado do ambiente é introduzido no líquido por um “reator” na parte inferior, que agita constantemente a mistura para simular ondas e correntes marinhas naturais.

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As algas então filtram o dióxido de carbono e os poluentes do ar e os convertem em biomassa e oxigênio por meio da fotossíntese. “Ao aproveitar as propriedades naturais de purificação do ar das algas, a tecnologia remove efetivamente poluentes como dióxido de carbono e partículas da atmosfera, reduzindo assim os níveis de poluição do ar”, afirmou o estúdio ao site Dezeen.

purificador algas
Fotos: Pepe Fotografia

As microalgas cultivadas podem ainda ser colhidas, secas e processadas para serem transformadas em biopolímeros, ou seja, polímeros naturais derivados de fontes renováveis ​​de origem vegetal. Estes, por sua vez, podem ser usados em produtos de impressão 3D.

Coleção de algas

Usando 30% do biopolímero criado a partir do AIRreactor e adicionando outro polímero compostável, o ecoLogicStudio criou um banco compostável impresso em 3D. Resistente e flexível, o material do banco possibilita uma personalização quase infinita do produto.

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“A ‘mágica’ do AIReator reside na sua capacidade de remetabolizar poluentes e dióxido de carbono em biomassa. Isto é transformado em biopolímero, um substituto valioso de compostos plásticos à base de petróleo para a fabricação de produtos de uso diário”, salienta o estúdio de design em seu site.

Também com 30% de biomassa de algas, os criativos designers criaram ainda um inusitado anel impresso em 3D. O anel foi projetado por inteligência artificial e cultivado biodigitalmente. Bastante excêntrico, é difícil imaginar que ele caia nas graças dos amantes de joias, o que não reduz a importância da criação.

Purificador algas
Fotos: Pepe Fotografia

“O anel tem um valor simbólico poderoso, é um chamado para reorientarmos coletivamente nosso sistema de valores e reconhecermos a preciosidade onde agora só vemos sujeira”, afirma a professora Cláudia Pasquero, do Laboratório de Paisagem Sintética da Universidade de Innsbruck (Áustria). O laboratório colaborou com o desenvolvimento da pesquisa do ecoLogicStudio, do qual Claudia é cofundadora.

Purificador algas
Fotos: Pepe Fotografia

Os três objetos integram a coleção PhotoSynthetica, que está em exibição até 21 de abril de 2024 na Milan Design Week – um dos maiores festivais de design do mundo.

O estúdio de design salienta que “cada peça conecta as esferas do design biofílico e digital e implementa uma verdadeira circularidade de produção e uso”