Arquiteta dá 10 dicas para construir uma casa sustentável
Algumas escolhas na hora de construir, reformar ou comprar uma casa podem garantir um impacto ambiental cada vez menor
Algumas escolhas na hora de construir, reformar ou comprar uma casa podem garantir um impacto ambiental cada vez menor
Construir uma casa para viver faz parte das metas de muita gente. Com a preocupação em fazer escolhas que sejam positivas para a gente e para o planeta, a busca por casas que sejam ecológicas e tenham um impacto ambiental cada vez menor vem crescendo entre as pessoas mais conscientes. Mas como saber se estamos realmente fazendo escolhas para ter uma casa sustentável?
Existem algumas certificações que são internacionalmente reconhecidas. O Brasil ocupa o quinto lugar no ranking mundial de projetos sustentáveis, muitos dos quais certificados pela Leadership in Energy and Environmental Design (LEED) – um sistema internacional que promove certificação e orientação ambiental. Esses esforços têm contribuído significativamente, resultando em reduções notáveis, como cerca de cerca de 40% de água, 35% das emissões de CO², 30% de energia e 65% dos resíduos de grandes reformas e novas construções.
O número diz respeito a empreendimentos de grande porte, como condomínios residenciais, obras comerciais e industriais. Mas, quem constrói uma casa menor muitas vezes não sabe qual o melhor caminho. “As pessoas estão mais conscientes e informadas acerca dos benefícios tanto ambientais como econômicos da sustentabilidade”, diz a arquiteta Andrea Accioly.
A arquiteta deixa 10 dicas para quem está projetando sua casa e deseja que ela esteja em harmonia com a natureza.
Regulamentado no Brasil em 2022, hoje é possível gerar a própria energia elétrica em casa por meio de um sistema fotovoltaico. Ele consiste na instalação de painéis com células fotovoltaicas no telhado da residência, que captam a energia solar e a converte em eletricidade. A carga gerada é transmitida para a rede de distribuição da concessionária de energia local e, ao final do mês, a energia produzida pelo sistema entra como saldo e é abatida da conta de luz mensal. “É um investimento que se paga ao longo do tempo e diminui a demanda da geração de energia pelas hidrelétricas e termelétricas”, diz Andrea.
Outra opção diz respeito ao aquecimento dos chuveiros, um dos principais vilões da conta de energia. “Neste caso, é preciso instalar um sistema de boilers no telhado, que armazena a água aquecida através de placas solares”, explica a arquiteta.
Além de proporcionarem um visual agradável, os telhados verdes melhoram o isolamento térmico e reduzem o escoamento de águas pluviais. Eles regulam de forma eficaz a temperatura, proporcionando um ambiente mais quente durante o inverno e mais fresco durante o calor. A técnica construtiva do telhado verde envolve a aplicação e utilização de uma cobertura vegetal composta por grama ou plantas, que podem ser implantadas em lajes ou telhados de diversas construções, como residências, fábricas, escritórios e outras edificações.
A indústria vem desenvolvendo muitos insumos sustentáveis. Uma delas são tintas de baixo VOC (Compostos Orgânicos Voláteis), substâncias químicas que podem ser liberadas no ar durante e após a aplicação da tinta, contribuindo para a poluição do ar interior e exterior. As tintas de baixo VOC são formuladas para reduzir essas emissões, tornando-as mais seguras para a saúde humana e o meio ambiente.
Além das tintas, o bambu, tijolos ecológicos, materiais reaproveitados e muitas outras matérias primas garantem uma construção ecológica.
Hoje, o mercado já oferece o Vidro Low-E, que tem a capacidade de fazer o controle solar. A tecnologia usada na produção do material é revestida com uma camada extra fina de metais nobres em um dos lados dos vidros com ativação iônica. Com isso, o objetivo é refletir os raios ultravioletas, impedindo a troca de temperatura.
Captar e armazenar água da chuva, garante que este precioso recurso natural seja usado de forma responsável, gerando economia para o planeta e para o bolso. A água da chuva pode ser armazenada em cisternas, tratada e reutilizada de diversas formas na residência. “Em um momento em que passamos por períodos de estiagem e falta de água, é um investimento que vem aumentando muito”, diz Andrea.
Andrea observa que esta é uma medida obrigatória, mas, em nome da praticidade, muitas famílias acabam pavimentando todo o quintal, deixando a área da residência toda impermeável. Com isso, diminuem os pontos de absorção de água da chuva e, esta prática generalizada, causa impacto na cidade. “É sempre bom lembrar que, indo além da permeabilidade do solo, uma casa com plantas e árvores é mais agradável porque tem mais frescor. Por si só, isto já é uma grande vantagem”, pondera. Ela sugere que os projetos reservem espaço para pequeno oásis verde que, certamente, vai trazer muito bem-estar aos moradores.
Lâmpadas LED são altamente eficientes e econômicas a longo prazo, reduzindo o consumo energético.
Ela permite o melhor controle de dispositivos elétricos como TVs, ar condicionado, luzes e outros itens na casa, sendo então muito mais que comodidade, mas uma medida de economia e de sustentabilidade.
Andrea sugere que vale a pena contratar um profissional para uma consultoria arquitetônica na hora da escolha do terreno. Ele irá realizar um pré-estudo para avaliar a insolação solar, luminosidade, aclive do terreno, entre outros fatores que podem trazer influência na obra e na qualidade dos ambientes a serem projetados no local. “Dependendo destes fatores, o custo para se ter luminosidade, ventilação ou geração de energia podem ser maiores”, explica Andrea.