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plantas nativas e exóticas
Composição dos paisagistas Catê Poli e João Jadão. | Foto: Evelyn Müller

Na última edição da CASACOR São Paulo, realizada entre maio e agosto de 2023, a dupla de paisagistas Catê Poli e João Jadão foi destaque com seu jardim tropical ao ar livre. A proposta de ambos foi mesclar plantas nativas e exóticas, criando variados tons de verde. Uma espécie proveniente de fora da flora original local não necessariamente é ruim, mas, quando for o caso, é preciso escolher de forma responsável as plantas exóticas não invasoras – confira a seguir as dicas dos profissionais.

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Catê Poli explica que as plantas nativas são aquelas encontradas naturalmente em uma determinada região ou ecossistema, em outras palavras, que se desenvolvem dentro dos seus limites naturais, incluindo a sua área potencial de dispersão. “Elas evoluíram e se adaptaram às condições climáticas, solo, fauna e a flora dos locais ao longo dos tempos”, esclarece. Entre as espécies encontradas na mostra estavam a jabuticabeira, samambaia, guaimbê e clusia.

Já as plantas exóticas são aquelas introduzidas em uma área ou ecossistema onde não ocorreriam naturalmente. “Elas são originárias de outros lugares, geralmente de outros países ou continentes”, diz. Na mostra, ela e João Jadão leveram variedade como a ripsális (África/Sri Lanka), palmeira-fênix (Ásia/Tailândia), palmeira-traquicarpo (Ásia/China), inhame preto brilhante (Ásia Tropical), areca-bambu (Madagascar); jiboia (Oceania) e a alocasia portora.

plantas nativas e exóticas
Projeto dos paisagistas Catê Poli e João Jadão que combina diversas espécies. | Foto: Evelyn Müller

“Unimos culturas, tradições e natureza em uma só voz. Na realização do nosso projeto, investimos na diversidade e preservamos a essência das plantas nativas e exóticas com tudo o que elas nos oferecem”, comenta João Jadão.

Das prediletas eleitas pelos profissionais estão a jabuticabeira, única frutífera entre as espécies: veja como plantar uma jabuticabeira! Já entre as exóticas, o destaque é a palmeira traquicarpo, que pode suportar tanto o frio como o calor intenso, tornando-se adequada para uma ampla gama de climas.

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A dupla de paisagistas atribui um valor especial às plantas tropicais devido à sua beleza única e exuberante, apresentadas como flores vistosas, folhagens coloridas, formas distintas ou texturas interessantes. Essas características estéticas contribuem para a criação de jardins atrativos e paisagens visualmente impactantes.

conexão natureza
As vistosas jabuticabeiras foram plantadas no Mirante Paulista em vasos vietnamitas (Organne). | Fotos: Evelyn Müller

“No paisagismo, elas nos propiciam uma variedade enorme de opções para escolher, resultando na criação de composições distintas e diversificadas. A disponibilidade de diferentes cores, tamanhos, formas e padrões também nos abrem o leque para atingirmos paisagens únicas e personalizadas”, explica Catê Poli.

Como identificar as plantas nativas e exóticas?

As espécies de plantas nativas e exóticas, podem ser localizadas nos guias e bibliografias de botânicas, além de diversos livros especializados que fornecem informações destas plantas presentes em diferentes regiões. Esses recursos geralmente incluem ilustrações, descrições e características distintivas das espécies que podem ajudar na identificação.

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Ademais, os paisagistas também sugerem entrar em contato com especialistas locais em botânica e órgãos de conservação da natureza ou jardinagem como meios de obter mais referências e orientações, bem como o acesso em sites e aplicativos especializados.

É importante ressaltar que o cultivo e uso de plantas exóticas pode estar sujeito às regulamentações específicas em diferentes Estados e municípios brasileiros. Dessa forma, é aconselhável uma consulta prévia às leis e regulamentos locais.

Para quem busca encontrar um local para aquisição de espécies nativas, procure por viveiros especializados, feiras de plantas e eventos de conservação, programas de recuperação do ecossistema, ou grupos de jardinagens, sugere a dupla de paisagistas.

plantas exóticas
Ao centro da imagem a palmeira traquicarpo, também conhecida como palmeira-de-leque ou palmeira-de-kentia, é uma planta exótica originária das regiões montanhosas do sul da China e do norte de Mianmar (Birmânia). Ela foi amplamente cultivada e aclimatada em várias partes do mundo devido à sua beleza e resistência. | Foto: Evelyn Müller

De acordo com João, as plantas nativas oferecem muitas vantagens em relação às exóticas, pois demandam menos cuidados e são mais resistentes – pela formação, se adaptaram às condições climáticas, ao solo e aos padrões de chuva específicos de uma determinada região. “Isso significa que elas estão naturalmente adaptadas ao ambiente local, tornando-as mais resistentes às pragas, doenças e condições adversas”, comenta.

6 dicas para unir o melhor das espécies em um único jardim:

paisagismo
O inhame preto brilhante (à esquerda), originário das regiões tropicais da Ásia, especialmente das ilhas do Pacífico. Ele foi introduzido em várias partes do mundo devido à sua popularidade como alimento e planta cultivada. Na imagem à direita, a alocasia portora. | Fotos: Evelyn Müller
  1. Planejamento consciente: ao projetar o jardim, leve em consideração a combinação de plantas exóticas e nativas de forma equilibrada, sempre reservando áreas específicas ou grupos harmoniosos para cada tipo de planta;
  2. Escolha de plantas nativas: priorize a utilização diversidades nativas no jardim, que são essenciais para a conservação da biodiversidade e para a criação de habitats de insetos, pássaros e outros animais locais;
  3. Destaque as características únicas das plantas exóticas: escolha espécies que possuam características estéticas ou funcionais bastante distintas. Esse olhar pode incluir flores exuberantes, folhagens coloridas, formas interessantes ou texturas diferentes;
  4. Mimetismo ecológico: opte por plantas exóticas que se assemelhem às nativas em termos de aparência e características de crescimento. Dessa forma, se obtém a beleza estética desejada das plantas exóticas, enquanto se mantém a integridade ecológica do jardim;
  5. Manutenção e cuidado apropriados: assegure-se de fornecer o cuidado adequado tanto para as plantas exóticas, quanto para as nativas. Essa lista inclui a rega adequada, poda regular, remoção de plantas invasoras e o manejo integrado de pragas;
  6. Educação e consciência: compartilhe informações sobre a importância da utilização de plantas nativas e da diversidade de espécies em um jardim. Incentive a conscientização sobre a conservação da biodiversidade e os benefícios de se ter um jardim sustentável e amigável para a fauna local.
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As folhas da Psidium guajava (goiabeira) possuem atividade anti-inflamatória. | Foto: Andreas Kelager, Charles Darwin Foundation.

“Lembre-se de que o equilíbrio é fundamental. Ao combinar um jardim com mais plantas nativas você pode criar um ambiente bonito e atrativo, ao mesmo tempo em que preserva a integridade ecológica e promove a sustentabilidade”, finaliza a dupla de paisagistas Catê Poli e João Jadão.