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10 livros de autores indígenas para ler na semana da Amazônia

São obras que inspiram boas conversas, geram sentimento de afeto e aumentam o conhecimento de mundo, de outras culturas e paisagens

Foto: Divulgação Portel Emilie Rivas MG

A importância do cuidado e da preservação da Amazônia podem ser ensinados desde cedo para as crianças e a literatura é um ótimo recurso para fazer essa aproximação. Nesta semana em que se comemora o dia da Amazônia, mais precisamente em 5 de setembro, a ONG Vaga Lume, que está presente em 22 municípios da Amazônia Legal, compartilha 10 sugestões de livros de autoras e autores de diferentes nações indígenas.

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“Buscamos livros que despertam sentimentos em quem faz a mediação e em quem ouve as histórias. Obras que inspiram boas conversas, geram sentimento de afeto e aumentam repertório, não só de vocabulário, mas também de conhecimento de mundo, de outras culturas e paisagens”, diz Fernanda Prado, gerente de Relações Institucionais da Vaga Lume. Confira abaixo!

  • Nós – uma antologia de literatura indígena
    Autor: Vários
    Ilustrador: Maurício Negro
    Editora: Companhia das Letrinhas
    Nesta belíssima antologia ilustrada, o leitor vai conhecer dez histórias contadas ou recontadas por escritores de diferentes nações indígenas.
  • A boca da noite
    Autor: Cristino Wapichana
    Ilustrador: Graça Lima
    Editora: Zit
    Menino Kupai, personagem principal desta história, muito curioso e inventivo, conta aqui um pouco da infância, da família, do cotidiano e da criatividade do povo Wapichana. Obra selecionada para o Clube de Leitura ODS da ONU relacionada com o Objetivo de Redução das Desigualdades e ganhadora de diversos prêmios incluindo Jabuti em 2017 na categoria infantil.
  • Kunumi Guarani
    Autor: Wera Jeguaka Mirim
    Ilustrador: Gilberto Miadaira
    Editora: Panda Books
    Werá Jeguaka Mirim é um menino guarani. Neste livro, ele nos conta onde fica a aldeia em que mora, como é a sua casa, as brincadeiras preferidas e como é o seu dia a dia. Prepare-se para conhecer a vida de uma criança indígena e a riqueza de seu povo.
  • Kabá Darebu
    Autor: Daniel Munduruku
    Ilustrador: Maté
    Editora: Biruta
    Nossos pais nos ensinam a fazer silêncio para ouvir os sons da natureza; nos ensinam a olhar, conversar e ouvir o que o rio tem para nos contar; nos ensinam a olhar os voos dos pássaros para ouvir notícias do céu; nos ensinam a contemplar a noite, a lua, as estrelas…” Kabá Darebu é um menino-índio que nos conta, com sabedoria e poesia, o jeito de ser de sua gente, os Munduruku.
  • O sonho de Borum
    Autor: Edson Krenak
    Ilustrador: Maurício Negro
    Editora: Autêntica
    O sonho de Borum, de Edson Krenak, é vencedor do 10º Concurso Tamoios de Textos de Escritores Indígenas. A Autêntica Editora, unindo-se a essa ação inovadora, publica o texto, possibilitando que este, transformado em livro, seja lido por mais pessoas.
  • A mulher que virou Urutau
    Autor: Olívio Jekupe
    Ilustrador: Taisa Borges
    Editora: Panda Books
    Esta é a história de uma bela índia que se apaixona por Jaxi, o Lua. Para saber se o sentimento é verdadeiro, Jaxi resolve colocar em prova o amor da jovem. Esta é a lenda guarani sobre o pássaro urutau, ave que possui uma diferente estratégia de camuflagem: ficar imóvel nos troncos das árvores, de olhos fechados, para não chamar a atenção dos predadores. Por meio da lenda é possível discutir a relação entre essência e aparência, valores e virtudes, além da própria cultura indígena. O livro traz o texto em português e em guarani, além de dados informativos sobre o pássaro urutau.
  • A origem do beija flor
    Autor: Yaguarê Yamã
    Ilustrador: Taisa Borges
    Editora: Peirópolis
    Os mitos de origem do mundo e dos seres que nele vivem são uma grande riqueza dos povos indígenas. Neste livro, Yaguarê Yamã registra uma dessas histórias: o mito da origem do beija-flor, que vive na memória dos antigos pajés do povo Maraguá, habitante do vale do rio Abacaxis, no Estado do Amazonas. Esse povo valoriza muito o contador de histórias, personagem sempre requisitado no cotidiano e nos festejos da tribo, e é conhecido como “os índios das histórias de fantasmas”.
    Neste livro, a delicada história é apresentada em português e em maraguá, dialeto misto de Aruak com Nheengatu, e integra a coleção Peirópolis Mundo, que busca valorizar línguas minoritárias de todas as partes do planeta.
    O áudio com a história na voz do autor em sua língua original está disponível no site da editora.
  • Estrela Kaingáng – a lenda do primeiro pajé
    Autor: Vãngri Kaingáng
    Ilustrador: Catarina Bessel
    Editora: Biruta
    Uma estrela desce do céu e se apaixona por uma bela índia, com quem logo se casa. Com a ajuda da sua Mãe Lua, a estrela terá de enfrentar espíritos do mal que tentarão atacar seu filho e sua esposa. Assim começa a história do primeiro pajé da tribo kaingáng, o líder que protegerá seu povo de todas as ameaças e os guiará para uma vida de paz, sabedoria e harmonia com a natureza.
  • A pescaria do Curumim e outros poemas indígenas
    Autor: Tiago Hakiy
    Ilustrador: Taisa Borges
    Editora: Panda Books
    Tomar banho de rio, subir no pé de goiabeira, brincar com os animais, pescar o almoço, olhar as estrelas. Em “A pescaria do Curumim e outros poemas indígenas”, a cultura dos índios da Amazônia é apresentada às crianças sob a forma de singelos poemas. Ninguém melhor do que Tiago Hakiy para fazer isso com aprumo: descendente do povo sateré mawé, o autor nasceu em Barreirinha (AM), no coração da Floresta Amazônica. O livro ganha ainda um charme extra com as representativas ilustrações de Taísa Borges. Coloridos, tradicionais e de traços fortes, os desenhos contribuem para a inserção do público infanto-juvenil no universo dos índios amazônicos.
  • Abaré
    Autor: Graça Lima
    Ilustrador: Graça Lima
    Editora: Panda Books
    Abaré significa “amigo” em tupi-guarani. Esse é o nome que recebe um indiozinho muito especial, personagem central do nosso livro. A obra conta, por meio de belas ilustrações, a história desse indiozinho curioso e esperto que adora conhecer novos lugares e descobrir as diferenças que existem em cada espécie. Os caminhos por onde ele passa, os animais que ele encontra e até as surpresas que ele vê, tudo isso ensina e ajuda o nosso amigo a amadurecer. De todas as descobertas, a maior delas será a amizade, sentimento para ser levado vida afora.
livros preservação ambiental
Foto: Max Goncharov | Unsplash

Livros artesanais: quantos botos a Amazônia tem?

Além dos livros de autores indígenas, a ONG Vaga Lume também estimula crianças e jovens a ouvirem os mais velhos e registrarem as histórias e lendas das suas comunidades na Amazônia. A partir desses desenhos e textos, são criados livros artesanais.

Em um passeio pelo acervo de 300 livros artesanais é possível compreender um pouco mais da pluralidade do bioma. Um exemplo de história regional que ganha diferentes sotaques é a do boto, que conta com dez versões produzidas ao longo dos quase 22 anos de atuação da ONG.

livros Amazônia
Foto: Divulgação

“Os livros artesanais fomentam a integração da comunidade, o imaginário coletivo e principalmente a importância das histórias que são passadas de geração em geração pela oralidade. Já vi muitos mais velhos emocionados quando, no último dia do curso, acontece a mediação de leitura do livro”, diz Priscila Fonseca, coordenadora da dimensão de Cultura Local da Vaga Lume.

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“O boto do Camarapi”, criado a partir do conto oral de Dona Lindalva, da comunidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Portel (PA), traz a versão da lenda mais conhecida que é a de um boto que se transveste de humano para namorar com as mulheres, mas, claro, com detalhes que tornam a história única. “Nessa comunidade tranquila, repleta de castanheiras e sumaúmas gigantes, seringueiras, açaizais, japiins e andorinhas cantantes havia um rio tranquilo e, na beira do rio, uma casa onde morava uma mulher chamada Maria…”.

livros Amazônia boto
Foto: Divulgação

Já o livro “O boto e o pirarucu do laguinho”, narrado por Zuleide Viana dos Santos aos jovens Nayra Cunha de Figueiredo e Fabrício Guerreiro, do quilombo Boa Vista, em Oriximiná (PA), fala de duas mulheres que visualizaram um boto e um pirarucu enamorados, mas ninguém consegue pescar os dois de jeito nenhum.

Tem ainda “A História do Chapéu do Boto”, da comunidade de Pacaraima (RR), “O Mistério do Boto”, de Barcelos (AM), “A Bisavó e o Boto” de Breves (PA) e “A Cortadora de Sova e o Boto”, de Carauari (AM), entre outros.

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Afinal, quantos botos a Amazônia tem? Ou ainda, quantas Amazônias o Brasil tem?

Confira on-line o livro artesanal “O boto e o camarapi” aqui.

livros Amazônia
Foto: Divulgação