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Probióticos têm efeitos positivos nas habilidades cognitivas, diz estudo

Pacientes de 52 a 75 anos mostraram melhora em marcadores neurológicos associada à ingestão de probióticos específicos

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Lactobacillus rhamnosus. Foto: LSU lab | CC 2.0. | Dr. Karen Sullivan

O ditado “você é o que você come” é antigo e não tem autoria conhecida, mas é verdadeiro. A ciência vem comprovando que os alimentos têm um papel fundamental para fortalecer a saúde ou, também, para favorecer doenças. Na digestão destes alimentos, o intestino e os trilhões de microrganismos que fazem parte da nossa biota, também determinam como vai estar o nosso corpo e o nosso cérebro.

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Um estudo recente analisou o papel de um probiótico nos sintomas de comprometimento cognitivo leve e os resultados comprovam que o que ingerimos faz toda a diferença. A presença do probiótico mostrou impactos importantes, mesmo nos casos de declínio cognitivo associado ao envelhecimento.

Pessoas com declínio cognitivo que receberam o Lactobacillus rhamnosus GG (LGG) por três meses tiveram pontuações cognitivas aumentadas associadas a mudanças específicas e mensuráveis ​​na composição de seu microbioma intestinal.

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A flora intestinal têm um papel fundamental na manutenção da nossa saúde. Foto: Frank Flores | Unsplash

“A implicação dessa descoberta é bastante empolgante, pois significa que modificar o microbioma intestinal por meio de probióticos pode ser uma estratégia para melhorar o desempenho cognitivo, principalmente em indivíduos com comprometimento leve. Isso adiciona uma nova camada à nossa compreensão da conexão microbioma cérebro-intestino e abre novos caminhos para combater o declínio cognitivo associado ao envelhecimento”, disse Mashael Aljumaah, doutorando em microbiologia da Universidade da Carolina do Norte.

Por conta dos micróbios, incluindo vírus, bactérias e outras criaturas que vivem no intestino, o órgão pode ser considerado o maior centro imunológico e órgão endócrino do corpo, o que significa que mais atividade do sistema imunológico é ativada e modulada e mais hormônios são criados no intestino do que em qualquer outro lugar.

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Ao considerar a digestão e a absorção de nutrientes, talvez não seja surpresa que a diversidade de espécies microbianas no intestino possa afetar nossa biologia. Mas, comprovar que essa influência chega até os serviços cognitivos do cérebro é uma descoberta que merece destaque.

probiotico
Probióticos LGG vistos no microscópio. Foto: Claes IJJ, Schoofs G, Regulski K, Courtin P, Chapot-Chartier M-P, Rolain T, et al., CC BY 4.0, via Wikimedia Commons

O estudo foi realizado com pacientes de 52 a 75 anos. Durante três meses, parte dessas pessoas recebiam o LGG e outra parte recebia placebo – durante este período nem os pacientes e nem os pesquisadores sabiam quem estava ingerindo o que. Ao final do experimento, pessoas com comprometimento cognitivo leve tiveram seus marcadores neurológicos melhorados de forma concordante com uma queda na prevalência de um gênero de microbiota chamado Prevotella.

“Ao identificar mudanças específicas no microbioma intestinal associadas ao comprometimento cognitivo leve, estamos explorando uma nova fronteira em estratégias preventivas na saúde cognitiva”, disse Aljumaah. “Se essas descobertas forem replicadas em estudos futuros, isso sugere a viabilidade de usar estratégias direcionadas ao microbioma intestinal como uma nova abordagem para apoiar a saúde cognitiva”.

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kombucha
Kombuchas são fontes de probióticos. Foto: Shannon Nickerson | Unsplash

Os pesquisadores agora estão trabalhando para entender os mecanismos específicos de como micróbios influenciam o intestino de uma forma que melhora a saúde do cérebro. Especificamente, eles estão explorando como certas moléculas produzidas por essas bactérias modulam a funcionalidade de hormônios neuroprotetores que podem atravessar a barreira hematoencefálica.

Nota do CicloVivo: Existem uma série de probióticos vendidos em farmácias e alimentos probióticos. Antes incluir alimentos ou suplementos na sua dieta, busque sempre o suporte de profissionais da área de saúde. Vale lembrar que esta pesquisa avaliou uma única espécie de probióticos, em um público específico.